RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
VEM AÍ O 32º RONCO DO BUGIO. Dias 30 de agosto e 1 de setembro no CTG Rodeio Serrano, em São Francisco de Paula. Gravura: Léo Ribeiro

terça-feira, 31 de agosto de 2021

1º GARIMPO DA POESIA GAÚCHA


DE SÃO JOSÉ DO OURO 

10 /11 setembro







 

A MAIOR CAVALGADA DE TODOS OS TEMPOS


O suiço Aimé Félix Tschiffely com Gato e Mancha

Ao iniciar o mês de setembro diversas cavalgadas com a intenção de trazer a Chama Crioula até a sede de cada município rio-grandense estão sendo realizadas. Mas o leitor sabe qual foi a maior cavalgada que já ocorreu até hoje? 

Um dos grandes feitos promovidos pelo cavalo Crioulo ocorreu em 1925, quando o suíço Aimé Félix Tschiffely iniciou uma peregrinação com dois animais da raça. Os cavalos Gato, com 16 anos, e Mancha, com 15 anos, de propriedade da Estância El Cardal, do criador Emilio Solanet, partiram de Buenos Aires e atravessaram 21,5 mil quilômetros até chegar em Nova Iorque no dia 22 de setembro de 1928, com direito à desfile na famosa Quinta Avenida, que parou para reverenciar o feito.

O objetivo de Tschiffely era realizar a travessia das Três Américas no lombo dos dois animais. Foram 504 etapas com percursos médios de 42,6 quilômetros por dia. No caminho, enfrentaram a altitude de 5,9 mil metros do Passo de El Condor, na Bolívia, depois de ter enfrentado as nevascas da Cordilheira dos Andes. No caminho das 23 nações que atravessaram, alguns obstáculos como o Deserto Mata-Cavalo, no Peru, e selvas da América Central não foram páreos para a resistência dos animais, que cresceram na Patagônia e estavam acostumados às adversidades do clima.

Para o coordenador da Subcomissão de Resistência da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), Alexandre Selistre, a jornada foi uma propaganda para o mundo da resistência e rusticidade do cavalo Crioulo. Além disso, o feito do trio serviu de inspiração para a criação das marchas de resistência, que depois foram adaptadas para reproduzir em uma prova o trabalho das tropilhas das estâncias antigas. "Era uma aventura, ele não sabia se estes cavalos iriam voltar desta jornada. Por acreditar nisto é que o Solanet cedeu os animais e a façanha foi realizada e é lembrada por qualquer um que goste de andar à cavalo", afirma.

A jornada de Gato, Mancha e Tschiffely foi eternizada no Museu Enrique Udaondo na cidade de Luján, província de Buenos Aires. Os dois animais foram embalsamados após suas mortes, nos anos 40, e estão expostos no local. O desbravador suíço, falecido em 1954, teve suas cinzas sepultadas em Ayacucho, onde fica a Estância El Cardal.  


A chegada em Nova York foi apoteótica



segunda-feira, 30 de agosto de 2021

FESTIVIDADES DOS 200 ANOS

 

DE ANITA GARIBALDI

Secretária de Cultura Beatriz Araújo representou o Governador

Nesta segunda-feira (30) começou a série de homenagens do governo do Estado aos 200 anos de nascimento de Anita Garibaldi. A cerimônia ocorreu no Salão Negrinho do Pastoreio, no Palácio Piratini. Dezenas de convidados se fizeram presentes para assistir aos pronunciamentos, vídeos e músicas ao vivo.

Antes disto, aconteceu o deslocamento desde a Usina do Gasômetro de cavalarianas integrantes da Brigada Militar e do Instituto Anita Garibaldi. A trajetória da heroína da Revolução Farroupilha que morreu aos 27 anos de idade será lembrada ao longo dos próximos meses com uma série de eventos e seminários virtuais e presenciais no Rio Grande do Sul.      

"Anitas da Serra", minhas conterrâneas de São Chico de Paula
Luciane e Lara Altmayer e Roberta dos Santos. 






30 DE AGOSTO DE 2021

 

200 ANOS DE ANITA GARIBALDI


Anita Garibaldi.


Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi, nasceu em Laguna, a 30 de agosto de 1821 e morreu em Mandriole, Itália, 4 de agosto de 1849. 

Alguns estudiosos alegam que Anita Garibaldi teria nascido em Lages, que na cúria metropolitana daquela cidade estaria o registro dos irmãos mais velho e mais novo dela, e que teria sido retirada do livro a folha do registro de Ana Maria de Jesus Ribeiro. Em 1998, entidades representativas da sociedade civil de Laguna promoveram uma ação judicial para obter o registro de nascimento tardio de Anita Garibaldi. A ação tramitou na primeira vara da comarca de Laguna, sendo instruída com diversos documentos que comprovariam que Anita nasceu no município de Laguna.

Descendente de portugueses imigrados dos Açores à província de Santa Catarina no século XVIII, provinha de uma família modesta. O pai Bento era comerciante em Lages e casou-se com Maria Antônia de Jesus. Anita era a terceira de 10 filhos (6 meninas e 4 meninos).

Após a morte do pai e o casamento da irmã mais velha, Anita cedo teve que ajudar no sustento familiar e, por insistência materna, casou-se, em 30 de agosto de 1835, aos 14 anos, com Manuel Duarte de Aguiar , na Igreja Matriz Santo Antônio dos Anjos da Laguna. Depois de somente três anos de matrimônio, o marido alistou-se no exército imperial, abandonando a jovem esposa.

Anita tinha 18 anos quando encontrou-se com Giuseppe Garibaldi. Ele tinha 32 anos. Garibaldi tomava parte das tropas farroupilhas de Davi Canabarro, em julho de 1839, que chegaram para tomar Laguna e formar a República Juliana.

Ao chegar a Laguna, a bordo da embarcação "Itaparica", tomada do inimigo e armada com sete canhões, Garibaldi observava com uma luneta as casas da barra de Laguna. Observou então, em um grupo de moças que passeava, uma jovem cujo rosto conquistou sua imaginação e seu coração. Providenciou um barco, foi até a margem e depois até o local onde a tinha visto, porém não a encontrou.

Tinha perdido a esperança de encontrá-la, quando um habitante local o convidou a ir a sua casa para um café. Garibaldi aceitou e na casa encontrou a jovem que procurava. Assim Garibaldi relata o encontro em suas memórias: "Entramos, e a primeira pessoa que se aproximou era aquela cujo aspecto me tinha feito desembarcar. Era Anita! A mãe de meus filhos! A companhia de minha vida, na boa e na má fortuna. A mulher cuja coragem desejei tantas vezes. Ficamos ambos estáticos e silenciosos, olhando-se reciprocamente, como duas pessoas que não se vissem pela primeira vez e que buscam na aproximação alguma coisa como uma reminiscência. A saudei finalmente e lhe disse: 'Tu deves ser minha!'. Eu falava pouco o português, e articulei as provocantes palavras em italiano. Contudo fui magnético na minha insolência. Havia atado um nó, decretado uma sentença que somente a morte poderia desfazer. Eu tinha encontrado um tesouro proibido, mas um tesouro de grande valor."

Em 20 de outubro de 1839, Anita decide seguir Garibaldi, subindo a bordo de seu navio para uma expedição militar.

Em Imbituba recebeu o batismo de fogo, quando a expedição corsária foi atacada pela marinha imperial do Brasil. Dias depois, em 15 de novembro, Anita confirma sua coragem sem fim e seu amor heroico a Garibaldi na famosa batalha naval de Laguna, contra Frederico Mariath, na qual se expõe a grande risco de morte, atravessando uma dúzia de vezes a bordo da pequena lancha de combate para trazer munições em meio a uma verdadeira carnificina.

Em 12 de janeiro de 1840, Anita participou da batalha de Curitibanos, na qual foi feita prisioneira. Durante a batalha, Anita provia o abastecimento de munições aos soldados. O comandante do exército imperial, admirado de seu temperamento indômito, deixou-se convencer a deixá-la procurar o cadáver do marido, supostamente morto na batalha. Em um instante de distração dos guardas, tomou um cavalo e fugiu. Após atravessar a nado com o cavalo o rio Canoas, chegou ao Rio Grande do Sul, e encontrou-se com Garibaldi em Vacaria, oito dias depois.

Em 16 de setembro de 1840, nasceu no Estado do Rio Grande do Sul, na então vila e atual cidade de Mostardas o primeiro filho do casal, que recebeu o nome de Menotti Garibaldi, em homenagem ao patriota italiano Ciro Menotti. Doze dias depois, o exército imperial, comandado por Pedro de Abreu, cercou a casa para prender o casal, e Anita fugiu a cavalo com o recém-nascido nos braços e alcançou um bosque aos arredores da cidade, onde ficou escondido por quatro dias, até que Garibaldi a encontrou.

Em 1841, quando a situação militar da República Rio-grandense tornou-se insustentável, Garibaldi solicitou e obteve do general Bento Gonçalves a permissão para deixar o exército republicano. Anita, Giuseppe e Menotti mudaram-se para Montevidéu, no Uruguai, receberam um rebanho de 900 cabeças de gado, das quais, depois de 600 km de marcha, 300 chegaram a Montevidéu, em junho de 1841.

No Uruguai, em 1842, dois anos e meio após seu encontro, o casal legalizou sua união, na igreja de São Francisco de Assis, em Montevidéu. A certidão de casamento era exigida pela constituição do Uruguai a quem aspirava cargos públicos. Garibaldi foi indicado comandante da pequena frota uruguaia, que combatia a potente esquadra naval argentina, comandada pela almirante William Brown.

No Uruguai nasceram os outros três filhos do casal: Rosa (1843), Teresa (1845) e Ricciotti Garibaldi (1847). Rosa faleceu aos dois anos de idade por asfixia, por causa de uma infecção na garganta, o que fez Anita e Garibaldi sofrerem muito.

Em 1847, Anita foi para a Itália com os três filhos e encontrou-se com a mãe de Garibaldi. Elas depois viajaram para a cidade de Nizza, (atual Nice, na França), onde ficaram morando. O próprio Garibaldi reuniu-se a eles alguns meses depois, quando voltaram a Itália. Os filhos de Anita e Garibaldi ficaram na França com a mãe dele.

Em 9 de fevereiro de 1849, presenciou com o marido a proclamação da República Romana, mas a invasão franco-austríaca de Roma, depois da batalha no Janículo, obrigou-os a abandonar a cidade. Com 3 900 soldados (800 deles a cavalo), Garibaldi deixou Roma. Em sua perseguição saíram três exércitos (franceses, espanhóis e napolitanos) com quarenta mil soldados. Ao norte lhes esperava o exército austríaco, com quinze mil soldados. Anita e o marido tinham que enfrentar a guerra e lutar para salvar o território italiano. Mesmo grávida do 5º filho, ela enfrentou tudo até o fim.

Anita, no final da gravidez, tentou não ser um peso para o marido, querendo deixá-lo despreocupado para lutar sozinho na guerra, em que ela poderia ir morar com a mãe dele, como seus filhos moravam, mas suas condições de saúde pioraram quando atingiram a República de San Marino. Ela e Garibaldi decidiram não aceitar o salvo-conduto oferecido pelo embaixador americano e continuaram a fuga, pois não teriam como lutar contra milhares de soldados e se fossem presos, morreriam na cadeia. Com febre e perseguida pelo exército austríaco, foi transportada às pressas à fazenda Guiccioli, próximo a Ravenna, onde morreu no parto junto com a criança, em 4 de agosto de 1849, para desespero de Garibaldi.

Caçado pelos austríacos, sem nem sequer poder acompanhar o sepultamento da esposa, Garibaldi saiu outra vez para o exílio e nos dez anos em que esteve fora da Itália, os restos mortais de Anita foram exumados por sete vezes. Por vontade do marido, seu corpo foi transferido a Nice. Em 1932, seu corpo foi finalmente sepultado no monumento construído em sua homenagem no Janículo, em Roma.

Considerada, no Brasil e na Itália, um exemplo de dedicação e coragem, Anita foi homenageada pelos brasileiros com a designação de dois municípios, ambos no estado de Santa Catarina: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitas cidades brasileiras possuem também ruas e avenidas com seu nome, como a avenida Anita Garibaldi, em Salvador, Bahia. Em abril de 2012 foi sancionada a Lei 12.615 que determinou que seu nome fosse inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília.


Túmulo de Anita, no Janículo em Roma. Escultor Rutelli 

Neste ano de 2021 Anita Garibaldi é o tema dos festejos farroupilhas do Rio Grande do Sul e nesta segunda-feira (30) a tarde, no Palácio Piratini, com a presença do governador Eduardo Leite, acontecerá uma homenagem a Heroína de Dois Mundos.

Estampa comemorativa aos 200 anos 



 

 


domingo, 29 de agosto de 2021

NAMORO DE DOMINGO

 


Do livro Gauderiadas - 1993 - Léo Ribeiro



INSETICIDA

 

Hoje é domingo, dia de causos do saudoso poeta Apparício Silva Rillo. O propósito é desopilarmos um pouco desta vida velha que anda nos judiando.

O Seu.... (não vamos nominar o cidadão pois é de tradicional família são-borjense) era frequentador assíduo das rodas de truco e solo do Clube Comercial. Tinha e mantinha uma percanta em casinha de madeira que lhe alugara num arrabalde da cidade. Levava a risca o antigo ditado que rezava: "para gato velho, camundongo novo".  No caso, uma camundonga, ali pelos entrementes dos 16 e 18 anos. E lindaça, tal percanta!

Nosso herói sabia - ressentido mas conformado nos seus 70 anos - que sua teúda e manteúda recebia fora dos seus horários (dele) os inevitáveis chupins de ninho alheio. Mas, à noite, por volta das dez horas (horário que deveria estar no Clube), chegava com tranquilidade para seus momentos de exclusividade amorosa.         

Anunciou de véspera, certa feita, que não apareceria na noite seguinte. Teria visitas importantes em casa. Mas que ela não se bobiasse...

Falharam as visitas e antes um pouco das dez horas nosso coronel dos confrontos de cama - sob desculpas de apanhar cigarros no Clube - rumbeou pelas ruas mal-iluminadas que levavam a seu ninho. Precavidamente, no mol da barriga, o seu "38" engasgado com seis balas. Chegou, bateu à janela e chamou:

- Marica! Oi, Marica! Abre a porta, pitanguinha!

Para sua surpresa respondeu-lhe uma voz grave de macho:

- Te manda rolar porque tem home em casa!

- Que home nem meio home! Sai pela janela e te manda às macegas que vou dar um ensino nesta pitanguinha de merda!

- Não te fresqueia velhote! Quem é tu para te meter com o Sargento Barata!?

O coronel recuou dois passos da janela, engatilhou o berro e falou dentre dentes, ferido em seu machismo:

- Barata, é? Pois então te acoca que lá vai a inseticida.

Seis balaços arrancaram lascas da janela.




sábado, 28 de agosto de 2021

MAIS UM GAÚCHO QUE PARTE

 

Pedro Kikuchi

Ontem os campos de cima da serra, mais precisamente as sesmarias vacarianas, anoiteceram mais tristes. Partiu deste plano após cumprir uma bela missão, o japonês mais gaúcho que conheci. Pedro Kikuchi. Chuleador, declamador, amadrinhador, dançarino de invernada, instrutor, enfim, uma alma buena que se vai. 

Há 10 anos, que venho, ininterruptamente, avaliando o Rodeio de Vacaria nas categorias poesias e declamações e o Pedro sempre por lá, batendo escanteio e indo cabecear na área. Jeito de samurai mesclado com gaudério. Melenas longas atadas na nuca. Sempre com boa prosa e querendo aprender para depois repassar os conhecimentos adquiridos. 

O lenço preto vai tremular por longo tempo na Porteira do Rio Grande. 

     



CULTURA GAÚCHA


PODERÁ SER TOMBADA 

COMO

 PATRIMÔNIO IMATERIAL DO PAÍS 


O senador Luis Carlos Heinze esteve reunido nesta quarta-feira (25) com o deputado Lucas Redecker, com o Secretário de Turismo do Rio Grande do Sul Ronaldo Santini e com o Adido Cultural do Estado César Oliveira. Um dos motivos do encontro foi o encaminhamento ao Ministro do Turismo Gilson Machado Neto do pedido de tombamento da cultura gaúcha como patrimônio imaterial do País. 

A solicitação é efetuada através do Turismo em virtude de que este ministério engloba a Secretaria de Cultura ao qual o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico) está vinculado.

Este reconhecimento é de suma importância pois nossa cultura regional gaúcha estaria nivelada a segmentos já reconhecidos como o Frevo, a Capoeira, e Literatura de Cordel e tantas outras manifestações da cultura nacional, fator que, com certeza, se reverte em investimentos ajudando toda a cadeia produtiva envolvida. 



Assim César Oliveira se manifestou sobre o encontro: Proteger a cultura é a missão de todas as pessoas que nela acreditam. Hoje estive em audiência com o Ministro do Turismo Gilson Machado Neto, levando a pauta e o planejamento para o início do processo de registro imaterial do patrimônio cultural e tradicional do Rio Grande do Sul e suas peculiaridades. Nesse importante momento eu estava juntamente com o Senador Luis Carlos Heinze, o Deputado Federal Lucas Redecker e o Secretário de Turismo do RS Ronaldo Santini, componentes da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cultura e Tradição Gaúcha, e que também peleiam por essa pauta.  


sexta-feira, 27 de agosto de 2021

BETO MAYER

 


Faleceu na manhã desta sexta-feira o cantor nativista Beto Mayer, 54 anos. O músico estava hospitalizado há um certo tempo. É mais um dos tantos artistas rio-grandenses que nos deixaram em função da Covid 19. 

   


PLUTARCO

 

General Bento Gonçalves da Silva


Pergunto aos leitores: - Alguém, aí, já tinha ouvido falar em Plutarco? Eu não. Mas agora eu já sei quem é e vou usá-lo em meus argumentos em defesa dos nossos protagonistas da Guerra dos Farrapos.

Plutarco foi um filósofo grego que nasceu no ano de 46 e morreu em 120 e que proferiu a seguinte frase: O TEMPO DAS ARMAS NÃO É O DAS LEIS.

Então, principalmente quando se aproxima o 20 de setembro em que a Revolução Farroupilha começa a ser mais comentada sendo comum alguns escritores gaúchos apresentarem essa estória repetitiva de que o general Bento Gonçalves era isso e aquilo, ladrão de honra e de cavalos, vou me alicerçar no Plutarco. 

Não é uma frase totalmente verdadeira pois muitos tiranos poderiam usá-la para justificar atrocidades. Falo no caso específico do chefe farrapo. Tem que entender a história de acordo com o momento em que os fatos acontecem. Tirar comida de uma estância para alimentar sua tropa em meio a uma guerra é algo anormal ou eu posso dizer que o tempo das armas não é o das leis?

Fica a questão.   

Ah... só para lembrar. O imperialista Barão de Caxias fazia o mesmo.  






REPONTANDO DATAS / 27 DE AGOSTO


Em 27 de agosto de 1828 foi assinado pelo Império do Brasil e pelas Províncias Unidas do Rio da Prata o acordo bilateral chamado Tratado do Rio de Janeiro pondo fim na Guerra Cisplatina e estabelecendo a independência da República Oriental do Uruguai. 

O Tratado foi assinado ao fim da Convenção Preliminar de Paz ocorrido no Rio de Janeiro. Esta convenção foi do dia 11 até o dia 27 de agosto de 1828 e que teve como mediador o Reino Unido. Brasil e Argentina aceitaram a criação de um país independente na Província Cisplatina. Também foi acertado que a região das Missões, que havia sido tomada pelas tropas argentinas nesta guerra seria desocupada reintegrando a Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Por sua vez a Colônia de Sacramento, que estava em mãos dos Portugueses passou a fazer parte do mais novo país da América do Sul nossos vizinhos Gauchos uruguaios. No dia 28 Foi assinado em Buenos Aires o tratado definitivo.




Também num dia 27 de agosto, mas recentemente, mais precisamente no ano de 2018, morria o santanense Paixão Côrtes, considerado, ao lado de Barbosa Lessa, o maior folclorista do Rio Grande do Sul. São inúmeras pesquisas sobre indumentária, mitos e lendas, músicas e danças, enfim, nossa tradição como um todo. Serviu de modelo para o artista Antônio Caringi esculpir a Estátua do Laçador, monumento símbolo do RS. Atualmente, tramita no Câmara uma proposição para que a nova ponte do Guaíba receba seu nome. 

Assim nosso blog noticiou sua morte naquele dia.   

Morreu por volta das 16 horas de hoje no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, o maior símbolo da cultura gaúcha de todos os tempos, ou seja, João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes. Ele estava enfermo após uma queda e posterior cirurgia no fêmur, de onde originou-se uma infecção hospitalar. Há poucos dias atrás uma campanha de doação de sangue em seu favor foi lançada nas redes sociais. O folclorista que nasceu em Santana do Livramento estava com 91 anos de idade. 

O Governador José Ivo Sartori declarou luto oficial no Estado por três dias e ofereceu as dependências do Palácio Piratini para as encomendações do corpo, o que foi aceito pela família. O velório ocorrerá no Salão Negrinho do Pastoreio, a partir das 9 hs. Saída para o cemitério São Miguel e Almas as 17 hs e sepultamento as 18 hs.  


Este cartun que fiz no dia da morte de Paixão Côrtes
foi o de maior repercussão de todos os meus rabiscos 


quinta-feira, 26 de agosto de 2021

"TÔ" IGUAL AO JUVENCIÂO


APÓS CADA JOGO DO TRICOLOR DOS PAMPAS

Desenho: Léo Ribeiro



MARCELLO CAMINHA

 

LANÇA QUARTA EDIÇÃO DO ÁLBUM 

CLÁSSICOS GAÚCHOS


QUERÊNCIA VAZIA: Léo Ribeiro / João Sartune




O musico bajeense Marcello Caminha irá lançar no dia 5 de setembro a quarta edição do álbum  de solos no vilão,  clássicos gaúchos . O repertorio foi gravado  entre 30 de outubro de 2020 e 14 de junho de 2021 durante a pandemia. O álbum estará disponível em streaming nas plataformas digitais.  Paralelo ao álbum será lançado também um livro (songbook) físico com as partituras e tablaturas das músicas pra quem quiser tirar pra seu repertório.

Segundo Caminha, a ideia de gravar musicas gaúchas famosas em solos de violão iniciou em  1999. À época o musico era contratado de uma gravadora em Porto Alegre começando a carreira. O primeiro álbum foi lançado em 2000 e teve grande repercussão. As outras edições foram em 2002 e 2005.

Após pausa no projeto em 2019, para comemorar os 20 anos de lançamento do primeiro álbum, resolveu retomar as gravações e shows. Porém, durante o percurso veio à pandemia que impediu o andamento. Mesmo passado o período das comemoração dos 20 anos, Caminha resolveu lançar o álbum, que teve a produção de seu filho Marcelo Caminha filho  e contou com a contribuição do baterista Rhuan de Moura.

Repertório

  Diário de um fronteiriço (Erlon Péricles)

  Ainda existe um lugar (Ivo Brum/Miguel Marques)

  Cantador de Campanha (Sérgio C. Pereira/ Luiz Marenco)

  Do fundo da grota (Baitaca)

  Milongão pra assoviar desencilhando (Gujo Teixeira/Luiz Marenco)

  O sábio do mate (Rodrigo Bauer/ Joca Martins)

  Paleteada (Rogério Villagran/César Oliveira)

  Poncho molhado (José H. Retamozzo/Ewerton Ferreira)

 Porteira a fora (Eron Vaz Mattos/Cristian Camargo/Lizandro Amaral)

  Querência Vazia (Léo Ribeiro/João Sartune)

  Recuerdo (Guilherme Collares/Edilberto Bérgamo)

  Só restou (José H. Retamozzo/Marco Aurélio Vasconcellos)


Link da live de lançamento: 

https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2914269292170423&id=1700046423592722



CONGRESSO EXTRAORDINÁRIO


JÁ TEM DATA E LOCAL DEFINIDOS  




O 69º Congresso Tradicionalista Gaúcho Extraordinário já tem local, uma programação definida e data certa para ser realizado. O evento vai oportunizar aos tradicionalistas de todo o estado debates sobre a reforma estatutária do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) que atenda, especialmente, as seguintes diretrizes:

1. Desvinculação do Congresso Ordinário e Assembleia Geral Eletiva;

2. Regionalização da Assembleia Geral Eletiva;

3. Mandatos de dois anos para as instâncias diretivas do MTG;

4. Atribuições e competências dos Conselheiros Beneméritos e do Colegiado de Coordenadores Regionais;

5. Convenções realizadas por necessidades.

O evento será realizado no dia 30 de outubro, no Liv Space, ao lado do Parque de Exposições, às margens da BR 386 km30, em Frederico Westphalen, 28ªRT. O local tem capacidade para mais de 2000 pessoas. Na oportunidade também será comemorado o aniversário de 55 anos do MTG.

Fonte: Divulgação MTG






quarta-feira, 25 de agosto de 2021

HÁ SESSENTA ANOS

  

O PIRATINI VIROU TRINCHEIRA



A Campanha da Legalidade (também conhecida como Legalidade) foi uma mobilização civil e militar ocorrida em 1961 para garantir a posse de João Goulart como Presidente do Brasil, derrubando o veto dos ministros das Forças Armadas à sucessão legal do presidente Jânio Quadros, que tinha renunciado, ao então vice-presidente Goulart. Foi liderada pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, aliado ao comandante do III Exército, general José Machado Lopes.

Em 25 de agosto de 1961, enquanto Goulart liderava uma missão comercial brasileira na República Popular da China, o presidente Jânio renunciou. A decisão até hoje não é compreendida, mas provavelmente foi manobra política para retornar com poderes aumentados, superando o impasse político que tinha com o Congresso. O esperado era que com a rejeição a seu vice — eleito por uma chapa diferente, por peculiaridade do sistema político da época — os militares que já tinham rejeição a Goulart, reverteriam a renúncia. Entretanto a manobra falhou e Jânio saiu do país. Em seu lugar assumiu interinamente o presidente da Câmara dos Deputados, Ranieri Mazzilli, mas o poder real ficou nas mãos dos ministros militares que romperam a ordem jurídica e vetaram a posse do vice-presidente, pretendendo que se convocassem novas eleições.

Os ministros não tinham respaldo suficiente na sociedade e nas Forças Armadas, encontrando oposição em manifestações, greves e posições de figuras políticas e organizações. O governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola mobilizou a população, a Brigada Militar e as emissoras de rádio, constituindo a "Cadeia da Legalidade". O III Exército, sediado em Porto Alegre, além da V Zona Aérea, eram subordinados aos comandos do Exército e Força Aérea Brasileira e chegaram a uma iminência de confronto com o governo estadual, mas em 28 de agosto o general Machado Lopes rompeu com seus superiores e passou a poderosa força terrestre no sul do país para o lado legalista.

 Os militares estavam divididos, e a moral para uma invasão contra o sul era limitada. A crise assim levou o país à beira da guerra civil, mas foi solucionada antes de qualquer confronto.

A saída conciliatória encontrada foi o parlamentarismo, que permitiria a posse de Goulart, mas com poderes limitados. Chegando ao Brasil por Porto Alegre em 1º de setembro, Goulart teve como último obstáculo o plano de oficiais inconformados de abater seu avião quando seguisse a Brasília, a Operação Mosquito, mas conseguiu tomar posse em 7 de setembro, concluindo o objetivo da Campanha e o fracasso do veto dos ministros militares. O parlamentarismo foi revertido em 1963.



HÁ DEZ ANOS FOI ASSIM:


Ontem pela manhã, dia 24 de agosto, a Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas esteve reunida virtualmente para delinear os "finalmentes" do Desfile Farroupilha em Porto Alegre, no dia 20 de setembro. Na verdade não será um desfile a moda antiga (antes da pandemia) e sim algo que não deixe passar esta importante data em branco. Trabalhando com número de participantes limitados mas sem deixar de oportunizar quem sempre esteve junto em outras horas como os Bombeiros, Polícia Civil, Brigada Militar, Susepe, além, é claro, de piquetes de cavalarianos, a Comissão tem como maior preocupação evitar aglomerações do público assistente. Um roteiro está sendo traçado sem passar pela tradicional av. Beira Rio. Coisa rápida e rasteira, como diz o gaúcho. 

Pensando nisto buscamos no blog um desfile de 10 anos atrás. Tempo bom o qual esperamos retornar em 2022.

  

Terça-FEIRA, 20 DE SETEMBRO DE 2011

DESFILE FARROUPILHA RIO GRANDE A FORA

EM PORTO ALEGRE - foto: Darci Garate

EM CAXIAS DO SUL - foto: Marcos Damasceno

EM SANTA CRUZ DO SUL - foto: Luane Magalhães

EM JULIO DE CASTILHOS - foto: Caio Portela

EM GRAVATAÍ - foto: Daniela Heack

EM BAGÉ - foto: Radar Bagé

EM URUGUAIANA - foto: Dario Carvalho

EM TAQUARA - foto: Mateus Portal

EM SÃO LOURENÇO DO SUL - foto: Val Borck

EM SANTO ÂNGELO - foto: Juliana Gomes

EM SANTANA DO LIVRAMENTO - foto: Ligiane Lopes

EM SANTA ROSA - foto: Deise Froelich

EM SANTA MARIA - foto: Germano Rorato

EM PELOTAS - foto: Nauro Junior

EM PASSO FUNDO - foto: Fernanda Costa

EM NOVO HAMBURGO - foto: Miro de Souza

EM NOVA PETRÓPOLIS - foto: Marco Dieder

EM LAGEADO - foto: Thiago Stürmer

EM GRAMADO - foto: Janaina Casanova

EM ERECHIM - foto: Diana Rocha

EM ALEGRETE - foto: Vanessa Barcelos

terça-feira, 24 de agosto de 2021

"FUGA DE ANITA GARIBALDI A CAVALO"


ESTÁ EM PROCESSO DE RESTAURAÇÃO

Neste ano de 2021 em que se comemora os 200 aos de nascimento de Anita Garibaldi sendo que "Os Caminhos de Anita" é o tema central dos festejos farroupilhas, uma boa notícia para os cultores de sua história.   



A pintura "Fuga de Anita Garibaldi a Cavalo" está sendo restaurada pelo projeto Laboratório Aberto de Conservação e Restauração de Bens, na Universidade Federal de Pelotas (UFPel), e está na fase final.

A previsão é concluir e entregar a obra para o Museu Histórico Farroupilha de Piratini no dia 11 de setembro. Uma das personalidades femininas históricas mais importantes do país, este ano se comemora o seu bicentenário, no dia 30 de agosto.

A obra de arte, datada entre 1917 e 1918, é do artista carioca Darkir Parreiras. De acordo com a professora Andréa Bachettini, no momento, a restauração está na fase de reintegração pictórica.

Logo após, será aplicada uma camada de proteção. O laboratório também trabalha na moldura da obra – a base da moldura está recebendo a técnica de douramento com aplicação da técnica tradicional com folhas de ouro. 

Já foram realizadas:

- documentação fotográfica da obra

- diagnóstico do estado de conservação

- realização de exames organolépticos e com luzes especiais

- realização de exames pontuais e laboratoriais

- análise técnica e construtiva da obra

- análise iconográfica e iconológica da obra

- análise da história da obra

A equipe também realizará um e-book e um vídeo sobre o projeto de restauração. Depois da entrega da “Anita”, o Laboratório retomará as atividades na obra “Alegoria, Sentido e Espírito da Revolução Farroupilha”, de Helios Seelinger, que também pertence ao acervo do Museu Piratini.


Moldura da obra recebe a técnica de douramento

Fonte: G1