DE SÃO JOSÉ DO OURO
10 /11 setembro
Ao iniciar o mês de setembro diversas cavalgadas com a intenção de trazer a Chama Crioula até a sede de cada município rio-grandense estão sendo realizadas. Mas o leitor sabe qual foi a maior cavalgada que já ocorreu até hoje?
Um dos grandes feitos
promovidos pelo cavalo Crioulo ocorreu em 1925, quando o suíço Aimé Félix
Tschiffely iniciou uma peregrinação com dois animais da raça. Os cavalos Gato,
com 16 anos, e Mancha, com 15 anos, de propriedade da Estância El Cardal, do
criador Emilio Solanet, partiram de Buenos Aires e atravessaram 21,5 mil
quilômetros até chegar em Nova Iorque no dia 22 de setembro de 1928, com
direito à desfile na famosa Quinta Avenida, que parou para reverenciar o feito.
O objetivo de
Tschiffely era realizar a travessia das Três Américas no lombo dos dois
animais. Foram 504 etapas com percursos médios de 42,6 quilômetros por dia. No
caminho, enfrentaram a altitude de 5,9 mil metros do Passo de El Condor, na
Bolívia, depois de ter enfrentado as nevascas da Cordilheira dos Andes. No
caminho das 23 nações que atravessaram, alguns obstáculos como o Deserto
Mata-Cavalo, no Peru, e selvas da América Central não foram páreos para a
resistência dos animais, que cresceram na Patagônia e estavam acostumados às
adversidades do clima.
Para o coordenador da
Subcomissão de Resistência da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos
Crioulos (ABCCC), Alexandre Selistre, a jornada foi uma propaganda para o mundo
da resistência e rusticidade do cavalo Crioulo. Além disso, o feito do trio
serviu de inspiração para a criação das marchas de resistência, que depois
foram adaptadas para reproduzir em uma prova o trabalho das tropilhas das
estâncias antigas. "Era uma aventura, ele não sabia se estes cavalos iriam
voltar desta jornada. Por acreditar nisto é que o Solanet cedeu os animais e a
façanha foi realizada e é lembrada por qualquer um que goste de andar à
cavalo", afirma.
A jornada de Gato, Mancha e Tschiffely foi eternizada no Museu Enrique Udaondo na cidade de Luján, província de Buenos Aires. Os dois animais foram embalsamados após suas mortes, nos anos 40, e estão expostos no local. O desbravador suíço, falecido em 1954, teve suas cinzas sepultadas em Ayacucho, onde fica a Estância El Cardal.
DE ANITA GARIBALDI
200 ANOS DE ANITA GARIBALDI
Hoje é domingo, dia de causos do saudoso poeta Apparício Silva Rillo. O propósito é desopilarmos um pouco desta vida velha que anda nos judiando.
O Seu.... (não vamos
nominar o cidadão pois é de tradicional família são-borjense) era
frequentador assíduo das rodas de truco e solo do Clube Comercial. Tinha e
mantinha uma percanta em casinha de madeira que lhe alugara num arrabalde da
cidade. Levava a risca o antigo ditado que rezava: "para gato velho,
camundongo novo". No caso, uma
camundonga, ali pelos entrementes dos 16 e 18 anos. E lindaça, tal percanta!
Nosso herói sabia -
ressentido mas conformado nos seus 70 anos - que sua teúda e manteúda recebia
fora dos seus horários (dele) os inevitáveis chupins de ninho alheio. Mas, à
noite, por volta das dez horas (horário que deveria estar no Clube), chegava
com tranquilidade para seus momentos de exclusividade amorosa.
Anunciou de véspera,
certa feita, que não apareceria na noite seguinte. Teria visitas importantes em
casa. Mas que ela não se bobiasse...
Falharam as visitas e antes um pouco das dez horas nosso coronel dos confrontos de cama - sob
desculpas de apanhar cigarros no Clube - rumbeou pelas ruas mal-iluminadas que
levavam a seu ninho. Precavidamente, no mol da barriga, o seu "38"
engasgado com seis balas. Chegou, bateu à janela e chamou:
- Marica! Oi, Marica!
Abre a porta, pitanguinha!
Para sua surpresa
respondeu-lhe uma voz grave de macho:
- Te manda rolar porque
tem home em casa!
- Que home nem meio
home! Sai pela janela e te manda às macegas que vou dar um ensino nesta
pitanguinha de merda!
- Não te fresqueia
velhote! Quem é tu para te meter com o Sargento Barata!?
O coronel recuou dois
passos da janela, engatilhou o berro e falou dentre dentes, ferido em seu
machismo:
- Barata, é? Pois então
te acoca que lá vai a inseticida.
Seis balaços arrancaram
lascas da janela.
PODERÁ SER TOMBADA
COMO
PATRIMÔNIO IMATERIAL DO PAÍS
O senador Luis Carlos Heinze esteve reunido nesta quarta-feira (25) com o deputado Lucas Redecker, com o Secretário de Turismo do Rio Grande do Sul Ronaldo Santini e com o Adido Cultural do Estado César Oliveira. Um dos motivos do encontro foi o encaminhamento ao Ministro do Turismo Gilson Machado Neto do pedido de tombamento da cultura gaúcha como patrimônio imaterial do País.
A solicitação é efetuada através do Turismo em virtude de que este ministério engloba a Secretaria de Cultura ao qual o IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico) está vinculado.
Este reconhecimento é de suma importância pois nossa cultura regional gaúcha estaria nivelada a segmentos já reconhecidos como o Frevo, a Capoeira, e Literatura de Cordel e tantas outras manifestações da cultura nacional, fator que, com certeza, se reverte em investimentos ajudando toda a cadeia produtiva envolvida.
Em 27 de agosto de 1828 foi assinado pelo Império do Brasil e pelas Províncias Unidas do Rio da Prata o acordo bilateral chamado Tratado do Rio de Janeiro pondo fim na Guerra Cisplatina e estabelecendo a independência da República Oriental do Uruguai.
O Tratado foi assinado ao fim da Convenção Preliminar de Paz ocorrido no Rio de Janeiro. Esta convenção foi do dia 11 até o dia 27 de agosto de 1828 e que teve como mediador o Reino Unido. Brasil e Argentina aceitaram a criação de um país independente na Província Cisplatina. Também foi acertado que a região das Missões, que havia sido tomada pelas tropas argentinas nesta guerra seria desocupada reintegrando a Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Por sua vez a Colônia de Sacramento, que estava em mãos dos Portugueses passou a fazer parte do mais novo país da América do Sul nossos vizinhos Gauchos uruguaios. No dia 28 Foi assinado em Buenos Aires o tratado definitivo.
Também num dia 27 de agosto, mas recentemente, mais precisamente no ano de 2018, morria o santanense Paixão Côrtes, considerado, ao lado de Barbosa Lessa, o maior folclorista do Rio Grande do Sul. São inúmeras pesquisas sobre indumentária, mitos e lendas, músicas e danças, enfim, nossa tradição como um todo. Serviu de modelo para o artista Antônio Caringi esculpir a Estátua do Laçador, monumento símbolo do RS. Atualmente, tramita no Câmara uma proposição para que a nova ponte do Guaíba receba seu nome.
Assim nosso blog noticiou sua morte naquele dia.
Morreu por volta das 16 horas de hoje no Hospital Ernesto Dornelles, em Porto Alegre, o maior símbolo da cultura gaúcha de todos os tempos, ou seja, João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes. Ele estava enfermo após uma queda e posterior cirurgia no fêmur, de onde originou-se uma infecção hospitalar. Há poucos dias atrás uma campanha de doação de sangue em seu favor foi lançada nas redes sociais. O folclorista que nasceu em Santana do Livramento estava com 91 anos de idade.
O Governador José Ivo Sartori declarou luto oficial no Estado por três dias e ofereceu as dependências do Palácio Piratini para as encomendações do corpo, o que foi aceito pela família. O velório ocorrerá no Salão Negrinho do Pastoreio, a partir das 9 hs. Saída para o cemitério São Miguel e Almas as 17 hs e sepultamento as 18 hs.
LANÇA QUARTA EDIÇÃO DO ÁLBUM
CLÁSSICOS GAÚCHOS
O musico bajeense
Marcello Caminha irá lançar no dia 5 de setembro a quarta edição do álbum de solos no vilão, clássicos gaúchos . O repertorio foi gravado entre 30 de outubro de 2020 e 14 de junho de
2021 durante a pandemia. O álbum estará disponível em streaming nas plataformas
digitais. Paralelo ao álbum será lançado
também um livro (songbook) físico com as partituras e tablaturas das músicas
pra quem quiser tirar pra seu repertório.
Segundo Caminha, a
ideia de gravar musicas gaúchas famosas em solos de violão iniciou em 1999. À época o musico era contratado de uma
gravadora em Porto Alegre começando a carreira. O primeiro álbum foi lançado em
2000 e teve grande repercussão. As outras edições foram em 2002 e 2005.
Após pausa no projeto
em 2019, para comemorar os 20 anos de lançamento do primeiro álbum, resolveu
retomar as gravações e shows. Porém, durante o percurso veio à pandemia que
impediu o andamento. Mesmo passado o período das comemoração dos 20 anos,
Caminha resolveu lançar o álbum, que teve a produção de seu filho Marcelo
Caminha filho e contou com a
contribuição do baterista Rhuan de Moura.
Repertório
• Diário de um fronteiriço (Erlon Péricles)
• Ainda existe um lugar (Ivo Brum/Miguel
Marques)
• Cantador de Campanha (Sérgio C. Pereira/ Luiz
Marenco)
• Do fundo da grota (Baitaca)
• Milongão pra assoviar desencilhando (Gujo
Teixeira/Luiz Marenco)
• O sábio do mate (Rodrigo Bauer/ Joca Martins)
• Paleteada (Rogério Villagran/César Oliveira)
• Poncho molhado (José H. Retamozzo/Ewerton
Ferreira)
• Porteira a fora (Eron Vaz Mattos/Cristian
Camargo/Lizandro Amaral)
• Querência Vazia (Léo Ribeiro/João Sartune)
• Recuerdo (Guilherme Collares/Edilberto
Bérgamo)
• Só restou (José H. Retamozzo/Marco Aurélio
Vasconcellos)
Link da live de lançamento:
https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=2914269292170423&id=1700046423592722
JÁ TEM DATA E LOCAL DEFINIDOS
O 69º Congresso
Tradicionalista Gaúcho Extraordinário já tem local, uma programação definida e
data certa para ser realizado. O evento vai oportunizar aos tradicionalistas de
todo o estado debates sobre a reforma estatutária do Movimento Tradicionalista
Gaúcho (MTG) que atenda, especialmente, as seguintes diretrizes:
1. Desvinculação do
Congresso Ordinário e Assembleia Geral Eletiva;
2. Regionalização da
Assembleia Geral Eletiva;
3. Mandatos de dois
anos para as instâncias diretivas do MTG;
4. Atribuições e
competências dos Conselheiros Beneméritos e do Colegiado de Coordenadores
Regionais;
5. Convenções
realizadas por necessidades.
O evento será realizado
no dia 30 de outubro, no Liv Space, ao lado do Parque de Exposições, às margens
da BR 386 km30, em Frederico Westphalen, 28ªRT. O local tem capacidade para
mais de 2000 pessoas. Na oportunidade também será comemorado o aniversário de
55 anos do MTG.
Fonte: Divulgação MTG
O PIRATINI VIROU TRINCHEIRA
A Campanha da
Legalidade (também conhecida como Legalidade) foi uma mobilização civil e
militar ocorrida em 1961 para garantir a posse de João Goulart como Presidente
do Brasil, derrubando o veto dos ministros das Forças Armadas à sucessão legal
do presidente Jânio Quadros, que tinha renunciado, ao então vice-presidente
Goulart. Foi liderada pelo governador do Rio Grande do Sul, Leonel Brizola,
aliado ao comandante do III Exército, general José Machado Lopes.
Em 25 de agosto de
1961, enquanto Goulart liderava uma missão comercial brasileira na República
Popular da China, o presidente Jânio renunciou. A decisão até hoje não é
compreendida, mas provavelmente foi manobra política para retornar com poderes
aumentados, superando o impasse político que tinha com o Congresso. O esperado
era que com a rejeição a seu vice — eleito por uma chapa diferente, por
peculiaridade do sistema político da época — os militares que já tinham
rejeição a Goulart, reverteriam a renúncia. Entretanto a manobra falhou e Jânio
saiu do país. Em seu lugar assumiu interinamente o presidente da Câmara dos
Deputados, Ranieri Mazzilli, mas o poder real ficou nas mãos dos ministros
militares que romperam a ordem jurídica e vetaram a posse do vice-presidente,
pretendendo que se convocassem novas eleições.
Os ministros não tinham
respaldo suficiente na sociedade e nas Forças Armadas, encontrando oposição em
manifestações, greves e posições de figuras políticas e organizações. O
governador do Rio Grande do Sul Leonel Brizola mobilizou a população, a Brigada
Militar e as emissoras de rádio, constituindo a "Cadeia da
Legalidade". O III Exército, sediado em Porto Alegre, além da V Zona
Aérea, eram subordinados aos comandos do Exército e Força Aérea Brasileira e
chegaram a uma iminência de confronto com o governo estadual, mas em 28 de
agosto o general Machado Lopes rompeu com seus superiores e passou a poderosa
força terrestre no sul do país para o lado legalista.
Os militares estavam divididos, e a moral para
uma invasão contra o sul era limitada. A crise assim levou o país à beira da
guerra civil, mas foi solucionada antes de qualquer confronto.
A saída conciliatória
encontrada foi o parlamentarismo, que permitiria a posse de Goulart, mas com
poderes limitados. Chegando ao Brasil por Porto Alegre em 1º de setembro,
Goulart teve como último obstáculo o plano de oficiais inconformados de abater
seu avião quando seguisse a Brasília, a Operação Mosquito, mas conseguiu tomar
posse em 7 de setembro, concluindo o objetivo da Campanha e o fracasso do veto
dos ministros militares. O parlamentarismo foi revertido em 1963.
Ontem pela manhã, dia 24 de agosto, a Comissão Estadual dos Festejos Farroupilhas esteve reunida virtualmente para delinear os "finalmentes" do Desfile Farroupilha em Porto Alegre, no dia 20 de setembro. Na verdade não será um desfile a moda antiga (antes da pandemia) e sim algo que não deixe passar esta importante data em branco. Trabalhando com número de participantes limitados mas sem deixar de oportunizar quem sempre esteve junto em outras horas como os Bombeiros, Polícia Civil, Brigada Militar, Susepe, além, é claro, de piquetes de cavalarianos, a Comissão tem como maior preocupação evitar aglomerações do público assistente. Um roteiro está sendo traçado sem passar pela tradicional av. Beira Rio. Coisa rápida e rasteira, como diz o gaúcho.
Pensando nisto buscamos no blog um desfile de 10 anos atrás. Tempo bom o qual esperamos retornar em 2022.
ESTÁ EM PROCESSO DE RESTAURAÇÃO
Neste ano de 2021 em que se comemora os 200 aos de nascimento de Anita Garibaldi sendo que "Os Caminhos de Anita" é o tema central dos festejos farroupilhas, uma boa notícia para os cultores de sua história.
A pintura "Fuga de
Anita Garibaldi a Cavalo" está sendo restaurada pelo projeto Laboratório
Aberto de Conservação e Restauração de Bens, na Universidade Federal de Pelotas
(UFPel), e está na fase final.
A previsão é concluir e
entregar a obra para o Museu Histórico Farroupilha de Piratini no dia 11 de setembro. Uma das personalidades femininas históricas mais
importantes do país, este ano se comemora o seu bicentenário, no dia 30 de agosto.
A obra de arte, datada
entre 1917 e 1918, é do artista carioca Darkir Parreiras. De acordo com a
professora Andréa Bachettini, no momento, a restauração está na fase de
reintegração pictórica.
Logo após, será aplicada uma camada de proteção. O laboratório também trabalha na moldura da obra – a base da moldura está recebendo a técnica de douramento com aplicação da técnica tradicional com folhas de ouro.
Já foram realizadas:
- documentação
fotográfica da obra
- diagnóstico do estado
de conservação
- realização de exames
organolépticos e com luzes especiais
- realização de exames
pontuais e laboratoriais
- análise técnica e
construtiva da obra
- análise iconográfica
e iconológica da obra
- análise da história
da obra
A equipe também realizará um e-book e um vídeo sobre o projeto de restauração. Depois da entrega da “Anita”, o Laboratório retomará as atividades na obra “Alegoria, Sentido e Espírito da Revolução Farroupilha”, de Helios Seelinger, que também pertence ao acervo do Museu Piratini.
Fonte: G1