RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
VEM AÍ O 32º RONCO DO BUGIO. Dias 30 de agosto e 1 de setembro no CTG Rodeio Serrano, em São Francisco de Paula. Gravura: Léo Ribeiro

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

VOLTEANDO DATAS - PAZ DO PONCHE VERDE



Obelisco que marca o local onde foi assinadao o tratado de paz da
Revolução Farroupilha.

Em Poncho Verde, no final de fevereiro de 1845, foram examinados pelos republicanos os termos do documento, já assinado pelo Barão de Caxias, intitulado Convenção de paz entre o Brasil e os republicanos. O General David Canabarro, comandante-em-chefe do exército republicano, investido de poderes para representar a presidência da República, aceitou as condições. Farrapos e imperiais se reuniram no Acampamento Imperial de Carolina, em Ponche Verde, região do atual município de Dom Pedrito, para decretar a pacificação da província. Eram 12 as cláusulas da pacificação. Foram lidas em Ponche Verde no dia 25 de fevereiro, por Antônio Vicente da Fontoura.
Art. 1° - Fica nomeado Presidente da Província o indivíduo que for indicado pelos republicanos.
Art. 2° - Pleno e inteiro esquecimento de todos os atos praticados pelos republicanos durante a luta, sem ser, em nenhum caso, permitida a instauração de processos contra eles, nem mesmo para reivindicação de interesses privados.
Art. 3° - Dar-se-á pronta liberdade a todos os prisioneiros e serão estes, às custas do Governo Imperial, transportados ao seio de suas famílias, inclusive os que estejam como praça no Exército ou na Armada.
Art. 4° - Fica garantida a Dívida Pública, segundo o quadro que dela se apresente, em um prazo preventório.
Art. 5° - Serão revalidados os atos civis das autoridades republicanas, sempre que nestes se observem as leis vigentes.
Art. 6° - Serão revalidados os atos do Vigário Apostólico.
Art. 7° - Está garantida pelo Governo Imperial a liberdade dos escravos que tenham servido nas fileiras republicanas, ou nelas existam.
Art. 8° - Os oficiais republicanos não serão constrangidos a serviço militar algum; e quando, espontaneamente, queiram servir, serão admitidos em seus postos.
Art. 9° - Os soldados republicanos ficam dispensados do recrutamento.
Art. 10° - Só os Generais deixam de ser admitidos em seus postos, porém, em tudo mais, gozarão da imunidade concedida aos oficiais.
Art. 11° - O direito de propriedade é garantido em toda plenitude.
Art. 12° - Ficam perdoados os desertores do Exército Imperial.
(ass.) O Barão de Caxias. ( citação da Revista Militar Brasileira, abril-junho, 1978, vol. CXIII, ano LXIV, pp. 116-117. Apud Henrique Wiederspahn, ob. cit., pp. 11-12). Assinada a paz em Ponche Verde, David Canabarro redigiu uma proclamação em que anunciava o fim da Guerra dos Farrapos. O texto tem a data de 28 de fevereiro de 1845:
"Concidadãos! Competentemente autorizado pelo magistrado civil a quem obedecíamos e na qualidade de comandante-em-chefe, concordando com a unânime vontade de todos os oficiais da força de meu comando, vos declaro que a guerra civil que há mais de nove anos devasta esse belo país está acabada.
 
Concidadãos! Ao desprender-me do grau que me havia confiado o poder que dirigia a revolução, cumpre-me assegurar-vos que podeis volver tranqüilos ao seio de vossas famílias. Vossa segurança individual e vossa propriedade estão garantidas pela palavra sagrada do monarca e o apreço de vossas virtudes confiado ao seu magnânimo coração. União, fraternidade, respeito às leis e eterna gratidão ao ínclito presidente da Província, o ilustríssimo e excelentíssimo barão de Caxias, pelos afanosos esforços na pacificação da Província".

REPÓRTER FARROUPILHA GIOVANI GRIZOTTI

 

A respeito do que postamos ontem sobre a real função do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (segunda postagem abaixo), matéria que rendeu debates acalorados, principalmente no facebook, o renomado repórter investigativo Giovani Grizotti, pessoa conhecedora e preocupada com a cultura gaúcha, também opinou e buscou o contraponto junto a Fundação IGTF. A resposta está na postagem em seu excelente blog G1 – Repórter Farroupilha, reproduzida abaixo.

IGTF promove carnaval de rua e gera polêmica


qua, 27/02/13 por Giovani Grizotti | categoria Tradição

O companheiro Léo Ribeiro levantou a discussão em seu blog: para que serve a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore? Acredito que, como o próprio nome já diz, o instituto deveria fomentar e resgatar a cultura e o folclore no estado, certo?

E quais as prioridades? Qual tradição e qual folclore devem ser priorizados? Curioso é o  súbito interesse do instituto pelo carnaval: através da secretaria da Cultura, o IGTF está promovendo a tal “Folia de Rua”, que tem por finalidade  “incentivar o movimento de ressurgimento dos blocos, cordões e demais agrupamentos populares”.  O argumento é que  “o fomento à diversidade cultural está de acordo com próprio estatuto da fundação”. E o IGTF estimula a folia até mesmo fora de época. No sábado, dia 2, tem carnaval promovido pelo instituto no Largo Zumbi dos Palmares, em Porto Alegre. Dia 17 tem mais.

Que tal, então, o IGTF fomentar também a atividade dos CTGs, muitos dos quais fechados por falta de incentivo? Ou dos festivais nativistas, que a cada ano despertam menos interesse do poder público? Afinal, para que serve a fundação?

Em nota enviada ao blog, o diretor técnico do IGTF, Luiz Claudio Knierim, alega que a fundação promoveu várias iniciativas para incentivar a cultura gauchesca, como espaços na Expointer, espetáculos alusivos à Guerra dos Farrapos, exposição fotográfica sobre os festivais nativistas e cavalgadas. Argumenta ele que o carnaval no Rio Grande do Sul “é o terceiro mais antigo do país, mais antigo que o carnaval de Salvador por exemplo, justificando, assim, o apoio da fundação a essa manifestação histórica, tradicional e folclórica do povo gaúcho e brasileiro”.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

QUAL O REAL SENTIDO DO IGTF?


Sempre ouvi fortes questionamentos sobre a real função do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (IGTF). A de que tal entidade funciona como um grande cabide de emprego para acomodar afilhados políticos de cada governador eleito, é uma delas. 

Temos que reconhecer que os cargos principais do IGTF, um órgão vinculado a Secretaria de Cultura do Estado,  são de confiança e, sendo assim, são de livre escolha do governador. Se a escolha é bem feita, ou não, é uma outra história. Mas é nessa "história" que queremos adentrar...  

Bombeando os ex-presidentes e ex-diretores que já fizeram parte deste Instituto Público que nós, contribuintes, sustentamos, podemos notar que muitos cargos se deram por afinidade política, por trabalharem na campanha eleitoral, ou seja, não foi levada em conta a capacidade técnica e administrativa dos indicados.  

A verdade é que, não sei se por falta desta capacidade ou por falta de repasse de dinheiro (verbas públicas) o IGTF é um órgão enclausurado em si mesmo. Não se ouve ou vê atitudes palpáveis. É uma comida sem sal.

Ou alguém sabe de algum grande projeto do IGTF?

Uma fundação de tamanha importância para a cultura e o folclore tem que ir além, muito além, de manter uma biblioteca, estúdio, discoteca, e receber inscrições de festivais. O IGTF é o elo oficial entre o tradicionalismo e o Estado!

Contudo, parece que estão ali esperando o tempo passar... Não! Pior! Muito Pior!

Estão ali, impregnados pelo que vem de cima (Secretaria da Cultura) que tem por objetivo maior "diversificar" os costumes e a tradição do Rio Grande do Sul. 

Para testemunhar o que digo é só entrar no site do Instituto como fiz no dia de ontem, dia 26 (cópia abaixo). Ali, as notícias são: carnaval, carnaval e carnaval.

Os rodeios, os festivais, os concursos diversos relacionados com a VERDADEIRA cultura gaúcha, que acontecem aos borbotões pelos sete ventos do Rio Grande, não são lembrados.

E assim caminham os administradores de um Estado falimentar...


Ir para o portal do Governo do Estado do Rio Grande do Sul
Instituto Ga�cho de Tradi��o e Folclore
Bras�o Governo do Estado do Rio Grande do Sul

Notícias

Rua do Perdão alegra Cidade Baixa

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A alegria de centena de foliões se espalhou pela rua da República (Rua do Perdão), no bairro Cidade Baixa, nesta terça-feira, 12/02, durante a realização de mais uma “Folia de Rua”. O projeto – desenvolvido pela Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), através da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF), em parceria com    [...] continue lendo.

FOTOS DA FOLIA DA RUA DO PERDÃO – 12/02/2013

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 Folia de Rua anima terça-feira de Carnaval

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O bairro Cidade Baixa, na Capital, será palco nesta terça-feira, 12/02, a partir das 15h, de mais uma “Folia de Rua”, projeto que a Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore (FIGTF), vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), está desenvolvendo pelo segundo ano consecutivo, durante este verão. A folia será na Rua da    [...] continue lendo.
  

REPONTANDO DATAS / BENTO X ONOFRE



No dia 27 de fevereiro de 1844 ocorreu o famoso Duelo Farroupilha entre Bento Gonçalves e seu primo Onofre Pires. Tal embate aconteceu devido as injúrias proferidas por Onofre a Bento. Era assim, de homem para homem, que se resolviam estas questões. O duelo ocorreu as margens do Arroio Sarandi (Alegrete) sem a presença de testemunhas. Bento fere Onofre no ombro e na mão depois, com seu próprio lenço, faz um torniquete em Onofre e volta a cidade. Alguns dias depois Onofre Pires veio a falecer devido a gangrena oriunda dos ferimentos.

Também num dia 27 de fevereiro, mas no ano de 1894, ocorre outro embate. Os Maragatos vencem os Pica-paus no combate de Tarumã (Passo Fundo).

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

AÇORIANOS DE MÚSICA A TELMO E ADELAR


A homenagem do Prêmio Açorianos de Música este ano será de bota e bombacha. Merecidamente teremos dois Homenageados do Ano, e dois do gauchismo: Telmo de Lima Freitas e Adelar Bertussi, duas legendas da arte, da cultura gaúcha! Ambos, que completaram este mês 80 anos (Telmo dia 13 e Adelar dia 15), são homenageados pelo conjunto primoroso de suas obras. Já as menções especiais vão para Mutuca Weyrauch (colega colunista do Caderno Bah); Opinião 30 anos e Orquestra Villa-Lobos. A lista dos indicados na Categoria Disco será divulgada até 10 de março. A cerimônia será dia 24 de abril, a partir das 20h30, no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre,com entrada franca. Que emoção será ver esses dois ícones da nossa música recebendo o destaque que merecem, neste que é considerado o Oscar da música feita no Estado!

Duas merecidíssimas homenagens a estas duas legendas, como bem sinalizou o conterrâneo Léo Ribeiro de Souza em seu blog, quando do aniversário da dupla: “Um missioneiro de São Borja, outro, serrano de São Francisco de Paula. Ambos trazendo na alma o sentimento nativo da terra vermelha dos sete povos e dos campos dobrados de cima da serra. Um com a musicalidade da querência guarani, rebuscada, verdadeira, de forte apelo social. Outro, com o ritmo galponeiro, despachado, bailável, criado e expandido por ele e seu irmão Honeyde Bertussi. Ambos, gaúchos de fato, que não se dobraram aos modismos musicais. É a milonga e o bugio, na essência, completando aniversário.”

TELMO DE LIMA FREITAS:
Natural de São Borja, Telmo nasceu em 13 de fevereiro de 1933. Sua vivência campeira e amor à herança cultural que recebeu, formaram esse que é um dos compositôres mais autênticos do gauchismo. Aposentado como agente da Polícia Federal, o “tio Telmo”, como é carinhosamente chamado no meio musical, preserva a autenticidade não só em suas músicas mas também em seu galpão, junto à casa onde reside, em Cachoeirinha. Seu primeiro disco foi lançado em 1973 (O Canto de Telmo de Lima Freitas), e desde então lançou mais de 10 trabalhos. Autor de clássicos como Esquilador, Prenda Minha e Prece ao Minuano, já venceu os principais festivais do Estado, assim como o Prêmio Açorianos, que agora o homenageia: com “A mesma fuça”, recebeu o Açorianos de Disco do Ano e Melhor Compositor, em 2000.


ADELAR BERTUSSI:
Natural da Criúva, (na época pertencente a São Chico de Paula e hoje, à Caxias), Adelar Bertussi nasceu em 15 de fevereiro de 1933. Filho de um professor de música, começou a tocar acordeão ainda criança. Com o irmão Honeyde formou, de 1949 a 1966 Os Irmãos Bertussi. Os pioneiros dos bailes gaúchos, levaram nossa música além fronteiras e inovaram em vários aspectos. Segundo o site do Os Bertussi, no inicio dos anos 50, incorporaram a bateria ao baile gaucho -era, um instrumento utilizado pelos jazzistas e havia entrado no RS a partir de 1924 como gênero praticado pelos negros americanos. Cantaram no centro do País e no Rio de Janeiro gravaram seu primeiro LP. Entre seus sucessos, Ô de Casa, Sangue de Gaúcho e Que linda é minha terra. Exímio acordeonista, Adelar gravou também discos instrumentais. Atualmente participa de alguns shows do grupo Os Bertussi, que segue tocando bailes pelo Brasil afora, sob o comando do filho Gilnei. *Dica: assistam ao documentário lançado no ano passado sobre Adelar e conheçam ainda mais sobre sua história!

* PRÊMIO AÇORIANOS 2012

-HOMENAGEADOS DO ANO, pelo conjunto da obra: ADELAR BERTUSSI e TELMO DE LIMA FREITAS, pela importância de suas obras e pelo 80 anos de vida;

-MENÇÕES ESPECIAIS:
- MUTUCA WEYRAUCH, pelos 45 anos de atuação no meio musical gaúcho, tanto nos palcos como nos meios de comunicação;
- OPINIÃO 30 ANOS, pela abertura de espaço às manifestações musicais locais, nacionais e internacionais ao longo deste período;
- ORQUESTRA VILLA-LOBOS, pelo trabalho realizado há 20 anos com crianças e jovens na Vila Mapa, promovendo a inclusão social através da música.

*Fotos: Divulgação
* Fonte: Tânia Goulart 
* www.jornalnh.com.br/blogs/abc-do-gaucho

MAIS UMA MISSÃO CUMPRIDA

Dom Arabi Rodrigues, este blogueiro e Wilson Araújo

Tenho um princípio comigo que arte não se julga, se admira. Ninguém é mais que ninguém para avaliar e qualificar o trabalho de outro. Cada artista, músico, compositor, poeta, declamador, tem características e estilos próprios e os mesmos devem ser respeitados. 

Contudo, alguém tem que fazer esta função, caso contrário não existiriam os festivais. Mas confesso, que não é uma atividade muito agradável. Todos que estão ali, concorrendo, são teus amigos e, no mínimo, conhecidos. Aí então é que entra a isenção, a imparcialidade, a convicção. Errar por entender errado é admissível, por intencionalidade, não!

E quando os poemas, declamadores, músicos tem um nível altíssimo, como aconteceu domingo, lá em Vacaria, a missão se torna mais árdua. Tem-se que observar os detalhes, o gesto, a segurança, a palavra mal colocada, o vacilo, o acorde, a entonação, o casamento desta trilogia: poema, interpretação, musicalidade.

Penso que na III Tropeada do Poema Gauchesco, saímos de lombo liso...

Mas lhes conto: - não é fácil. Por isto venho ocupar este espaço para agradecer aos concorrentes que entendem estas dificuldades, aos parceiros de avaliação e aos organizadores destes eventos que confiam na competência dos julgadores. Mil Gracias.  

OS MONARCAS NO 5º FESTCHÊ


O grupo Os Monarcas já estão se preparando para participar da gravação do DVD da quinta edição do Festchê. O evento é um festival de música gaúcha, organizado pela gravadora Acit, e será realizado no dia 7 de março, na abertura do 18º Rodeio Crioulo e 2º Rodeio Internacional Campo dos Bugres, às 20h30, nos Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul.

Além d´Os Monarcas participarão também: Adelar Bertussi, Buenas e M´Espalho, César Oliveira e Rogério Melo, Elton Saldanha, Gabriel Ortaça, Gilberto Monteiro, Grupo Rodeio, Joca Martins, Os Bertussi, Os Filhos do Rio Grande, Pedro Ortaça, Tchê Barbaridade e Walther Morais. O Festchê contará ainda com a participação especial do grupo de danças Os Gaúdérios. Mais informações sobre o Festchê com a gravadora Acit pelo telefone (54) 3223.3588.

SERVIÇO
O quê: Gravação do DVD Festchê 5
Quando: 7 de março de 2013
Horário: 20h30
Onde: Pavilhões da Festa da Uva, em Caxias do Sul, RS
Organização e informações: Gravadora Acit / (54) 3223.3588

 
ASSESSORIA DE IMPRENSA

Daiana Silva - Jornalista

imprensa@osmonarcas.com.br
(51) 8187.0085 (Claro)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

COMO MORREU VICENTE DA FONTOURA,


O EMBAIXADOR DA PAZ FARROUPILHA?


Num dia 25 de fevereiro de 1845,  portanto há 168 anos, chega da Corte (Rio de Janeiro) a Delegação Farroupilha, presidida pelo cachoeirense Antônio Vicente da Fontoura, o embaixador da paz, trazendo as Concessões do Tratado de Paz de Ponche Verde

Há 152 anos, em 20 de outubro de 1860, Cachoeira do Sul perdia uma de suas figuras mais ilustres, o comendador Antônio Vicente da Fontoura. Reconhecido pelos títulos que acumulou ao longo dos seus 53 anos de vida e como Embaixador da Paz, Vicente da Fontoura entrou para a história ao atuar ativamente nas negociações e na assinatura da Paz de Ponche Verde, em 1845, documento que colocou um ponto final na Revolução Farroupilha.

Seu assassinato se tornou uma história que desperta curiosidade por envolver brigas políticas, homens renomados, antigos amigos e traição.

Em 2010, a equipe do Arquivo Histórico de Cachoeira do Sul, em visita ao Arquivo Nacional, no Rio de Janeiro, localizou o processo criminal de 650 páginas com a investigação da morte de Antônio Vicente da Fontoura. Apesar de apresentar imagens bastante escuras, ele permite descobrir detalhes da investigação. Segundo a diretora do Arquivo Histórico, Ione Sanmartin Carlos, entre os fatos relatados no processo está a bengalada que Vicente Fernandes de Siqueira desferiu contra Vicente da Fontoura para lhe distrair, a fim de que então Manoel Pequeno pudesse lhe dar as três facadas que lhe tiraram a vida.

Todo cachoeirense já entrou na Catedral Nossa Senhora da Conceição, um prédio construído em 1779. Porém, nem todos sabem que a igreja, hoje sede da Diocese de Cachoeira do Sul, já foi palco de um crime que chocou a então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, hoje, o estado do Rio Grande do Sul. Foi dentro da Catedral, em 8 de setembro de 1860, que o comendador Antônio Vicente da Fontoura recebeu a bengalada e as três facadas que lhe tirariam a vida 42 dias depois, em 20 de outubro de 1860.

Sem os recursos da medicina de hoje em dia para curar os ferimentos, Vicente da Fontoura não resistiu a uma infecção. O clima eleitoral do dia 7 e 8 de setembro de 1860 para escolher os novos vereadores e juiz de paz (eleição que aconteceu dentro da igreja) não era nem um pouco amistoso. De um lado estava o partido Luzia (liberais) liderado por Vicente da Fontoura e o coronel José Gomes Portinho. Do outro, o Saquarema (conservadores) tendo como principais figuras os coronéis Hilário Pereira Fortes e Felisberto de Carvalho Ourique (que antes era seu amigo e compadre e, inclusive, lutou ao lado de Antônio Vicente, na Revolução Farroupilha).

Como o prestígio de Vicente da Fontoura e Portinho era muito maior do que o dos demais, a vitória do partido Luzia era dada como certa. Premeditar a morte de Vicente da Fontoura era a forma de estabelecer o terror e o pânico entre os adversários.

Há relatos que apontam que Manoel Pequeno não queria cometer o crime. Ao ser chamado para atacar Antônio Vicente da Fontoura ele teria dito que “nestes tipos de assunto, o fim para os escravos era a morte ou o mato”. De fato, Manoel Pequeno chegou a fugir para o mato, mas acabou sendo capturado e condenado.

A ordem do assassinato foi dada ao escravo liberto Manoel Pequeno, que tinha pertencido a Hilário Pereira Fortes, o Barão de Viamão. A liberdade de Manoel Pequeno era, em partes, devida ao próprio Vicente da Fontoura, que chegou a dar dinheiro para sua libertação. Em meio a um tumulto causado pela identificação de um votante, Vicente Fernandes de Siqueira aproveitou para dar uma bengalada em Vicente da Fontoura e lhe distrair para que Manoel Pequeno pudesse lhe dar as três facadas que atingiram seu ventre.

Em meio ao novo tumulto que se formou, Portinho subiu em uma cadeira e pediu ordem e calma aos seus companheiros de partido que queriam vingar a morte do chefe e amigo. Neste momento, se ouviu um tiro e logo depois o segundo e o terceiro. Dois atingiram a parede na direção em que estava Portinho e um pegou em sua farda, mas não o feriu.

Segundo documento do Museu Municipal de Cachoeira do Sul, indignado, ele pegou a espada e partiu para cima de Hilário Pereira Fortes, colocando a ponta dela em seu peito. Apavorado, Pereira Fortes teria pedido para que não o matasse, pois era chefe de família. Ao retirar a espada de seu peito, Portinho teria dito “Não te mato porque não sou assassino como tu”. Sabia-se na época que, apesar de liberto, Manoel Pequeno continuava morando nas terras de Pereira Fortes, o que mostrava que eles ainda tinham ligação.

Os crimes ocorridos na Catedral resultaram em apenas uma punição, que foi a de Manoel Pequeno, condenado à morte por enforcamento. Não se sabe onde foi a sua execução, mas normalmente elas aconteciam em praça pública. Os demais coronéis (Hilário Pereira Fortes, Felisberto de Carvalho Ourique, José Pereira da Silva Goulart e Vicente Fernandes de Siqueira), todos os membros da elite local, apesar de terem sido presos, apresentaram defesa por escrito e foram despronunciados.

Enquanto estiveram presos, os senhores receberam várias manifestações de apoio de amigos. Na época, se a aplicação da justiça não fosse efetiva, era pelo menos teatralizada. Não era comum encontrar membros da elite econômica e política ingressando como réus nas cadeias públicas, mas era preciso dar uma explicação ao presidente da província, na época Joaquim Antão Fernandes Leão, que mesmo sendo conservador, teve que levar os senhores por um tempo para a cadeia.


COORDENADORA SEGUE INTERNADA



A coordenadora da 7ª Região Tradicionalista, Gilda Galiazzi, segue internada no hospital Cristo Redentor, em Marau. Ela sofreu fratura em dois locais na bacia e ferimentos em um dos braços, após cair da altura de três metros do palco no Rodeio de Marau, sexta-feira. Ela deve ser transferida na tarde dessa segunda-feira para o hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo. Gilda está consciente, mas medicada devido à dor.

Colaboração: Hilton Araldi

RESCALDOS DA TROPEADA DO POEMA


Wilson Araújo, Dom Arabi Rodrigues e este blogueiro

A III Tropeada do Poema Gauchesco, de Vacaria, ocorrida ontem, dia 24, está consolidando-se como um evento que veio para ficar e engrandecer a arte poética do Rio Grande do Sul. Como avaliador, tive a oportunidade de rever amigos e conviver largos momentos com essa gente nobre que preserva através dos versos um histórico riquíssimo de vates, declamadores e amadrinhadores de nossa terra gaúcha.

Como é bom prosear com pessoas como o Paulo Ricardo Costa (que figuraça), Fabrício Vargas, Umberto Sussela Filho, César e Joseti Gomes, Rodrigo Borges Bueno, Moisés Menezes, Marlei Stein, Valdemar Camargo, Beto Salles, Francisco Scaramussa, Jair Silveira, Romeu Weber, Texo Cabral, Pedro Junior da Fontoura, os meus colegas avaliadores Wilson Araújo e Dom Arabi Rodrigues, os organizadores Olga e Idalcir Peruchin e meu grande amigo e fraterno irmão, o Nêgo Jorge.

É culturalmente confortante saber que a grande maioria que ali está busca esse convívio de amizade e que a premiação é algo secundário.  

Em relação ao festival em si, questionado que fui, sugeri ao Idalcir que na próxima edição estenda os prêmios até o terceiro lugar em cada categoria (poesia, declamadores e amadrinhadores), pois a viagem até Vacaria é longa e premiar só os primeiros lugares desestímula os participantes.

Outra sugestão que dei foi em relação ao local. É dífícil para os declamadores, músicos e avaliadores concentrarem-se no que estão fazendo com a narração de rodeio ao fundo, além do som ambiente da rádio do parque numa altura descomunal. Mas isto é algo quase que impossível pois, como na maioria das cidades do Rio Grande, os parques de rodeios pertencem as Associações Rurais dos Municípios e não aos CTGs e a criação de um ambiente propício, como um local fechado, é quase impossível.

Contudo, nada disto ofuscou o brilhantismo da Tropeada do Poema Gauchesco, um grande festival de poesias. Parabéns a todos os envolvidos.

Fabrício Vargas, este blogueiro, Pedro Jr da Fontoura e Texo Cabral.
Rever amigos. É isto que vale a pena... 

Fotos: Paulo Ricardo Costa

domingo, 24 de fevereiro de 2013

III TROPEADA DO POEMA GAUCHESCO


Terminamos, há poucos instantes, a avaliação dos poemas concorrentes da III Tropeada do Poema Gauchesco de Vacaria. Mais detalhes sobre este grande evento que movimentou esta bela cidade serrana, amanhã, em nosso blog.

POEMAS PREMIADOS


MELHOR POESIA: OS VENTOS DO CAIBOATÉ - Autor: Moisés Silveira de Menezes / Intérprete: Francisco Miguel Scaramussa / Amadrinhador: Juliano Moreno / Na foto com o Patrão do CTG Porteira do Rio Grande.

´

MELHOR AMADRINHADOR Marcos Morais e MELHOR INTÉRPRETE  Rosana Araújo, ambos do poema Ofício de Parteira, de Joseti Gomes.

Fotos: Paulo Ricardo Costa


YOANI

Por ROBERTO VIEIRA


Não te conheço, menina
como não conheço as meninas do Islã,
as meninas chinesas,
as norte coreanas e seus olhos puxados,
as africanas castradas,
as meninas prostituídas deste mundo sem Deus,
deste mundo humano,
cheio de homens prepotentes,
revolucionários,
sanguinários,
homens que se julgam donos da verdade.
Sou apenas e tão somente um menino,
um menino de cabelos brancos,
um menino que de repente,
lembrou da mãe,
menina paraibana,
perdida no labirinto da cidade grande,
migrante.
Sou apenas e tão somente um menino,
um menino de cabelos brancos,
um menino que de repente,
lembrou da filha,
olhar de quem sabe de tudo,
orgulhosa abraçando este velho pai.
Repito – não te conheço, menina,
mas gostaria de te dizer baixinho,
pra ficar guardado no teu coração,
que você tem o direito de sorrir, menina,
o direito de berrar e espernear,
o direito de ir e vir,
e se por acaso,
no instante de solidão,
tiver vontade de chorar,
como chorou minha mãe,
como chora minha filha querida,
saiba que tens meu ombro diante da imensidão deste planeta.
Pois quem canta a liberdade, menina,
sempre será cúmplice da minha paixão…

* dentro da cota de postagens não tradicionalistas

sábado, 23 de fevereiro de 2013

JOCA MARTINS NO "JA" DE PASSO FUNDO



O programa Jornal do Almoço, de Passo Fundo (RBS TV) recebeu ontem (22/02) o cantor Joca Martins, que falou sobre o bom momento profissional em que vive e sobre a experiência de ter participado do Planeta Atlântida dividindo o palco com Luan Santana. Ao final da entrevista, realizada pela apresentadora Janice Santos (foto), Joca Martins cantou a nova música de trabalho "Eu sou bagual", que foi lançada previamente na internet e nas rádios.


Crédito: Divulgação

Abraços,

Daiana Silva - Jornalista
Telefone: (51) 8187.0085 (Claro)
Twitter: @daianasilva


PROGRAMAÇÃO CULTURAL DO

III ENCONTRO CULTURAL E CAMPEIRO DE VACARIA


23/02/2013 – Sábado

 8h Secretaria da Artística –   Recepção, credenciamento e alojamentos. 
9h – Casa do Turista – Abertura da Exposição dos cartazes participantes do concurso do cartaz do XXX Rodeio Crioulo Internacional de vacaria. 
12h – Pavilhão Jair Soares – Almoço Culinária Campeira – venda de ingressos antecipados, valor R$ 20,00. 
13h30min Palco 02- Danças Tradicionais – Mirins e Juvenis (por entidade) 
13h30min Palco 03 
Declamação Adulta – Prenda e Peão 
Declamação Veterana – Prenda e Peão 
13h30min Palco 04 
Gaita Ponto – Categoria e modalidade única na sequência 
Gaita Piano – Adulto 
Violão Solo – Adulto 
Solista Vocal Adulto – Prenda e Peão 
Conjunto Vocal na sequência 
Palco 02 – Chula Adulto e Xiru (Veterano)
(Informações no dia, com o coordenador de palco) 
14h – Palco 01 – Passagem de Som III Rodeio da Canção Serrana 
20 h – Palco 01 – Show Cristiano Quevedo 
20h – Palco 02 – Danças Birivas do Tropeirismo Gaúcho 
21h – Palco 01 – III Rodeio da Canção Serrana 
23h – Palco 01 – Show Os Vacarianos 
Divulgação do resultado III Rodeio da Canção Serrana

24/02/2013 – Domingo

9h – Casa do Tursita – Continuação da Exposição dos Cartazes participantes do XXX Rodeio Crioulo Internacional 
9h Palco 03 – Gaita Piano – Mirim e Juvenil, Violão Solo Juvenil 
9h – Palco 01 – Danças Tradicionais Adulta 
10h – Palco 03 – Declamação Mirim  - prenda e peão, Declamação Juvenil – Prenda e Peão 
13h30 – Palco 01 – Danças Tradicionais Adulta – continuação 
14 h – Palco 02 – III Tropeada do Poema Gauchesco 
14h – Palco 04 – Intérprete Vocal Mirim – Prenda e Peão 
Intérprete vocal juvenil – prenda e peão 
16h – Palco 02 – Chula Piazito, Mirim e Juvenil 
17h – Casa do Turista – Divulgação do Resultado do Concurso do Cartaz do XXX Rodeio Crioulo Internacional 
19h – Palco 01 – Entrega das premiações 13ª Festival Nacional da Cultura Gaúcha 

Palcos: 01 Concha Acústica , 02 Circão (Gramado), 03 Escoteiros, 04 Remates.

Leonardo Silveira 
Assessoria de Comunicação 
CTG Porteira do Rio Grande


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MANIFESTO EM FAVOR DOS RODEIOS



O público de Vacaria atendeu ao chamamento e cerca de duas mil pessoas prestigiaram na noite desta quinta-feira, 21, o Manifesto Campeiro do CTG Porteira do Rio Grande. O Show em defesa dos rodeios emocionou o público presente na Concha Acústica do Parque Nicanor Kramer da Luz.

Os artistas da música regionalista gaúcha Cristiano Quevedo, Cesar Oliveira e Rogério Mello, Os Vacarianos, Joca Martins e João Luiz Corrêa animaram o público num espetáculo que também contou com a manifestação de diversas autoridades em favor dos rodeios. O manifesto foi um contraponto ao projeto do deputado federal Ricardo Tripoli do PSDB de São Paulo, que visa proibir a perseguição de animais nos rodeios, o que acabaria com a prática realizada aqui no Rio Grande do Sul há mais de 50 anos.

No palco as manifestações foram do patrão do CTG Porteira do Rio Grande, Neuri Fortuna, do presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho, Erival Bertolini, do promotor de justiça Luis Augusto Gonçalves Costa e do prefeito de Vacaria, Elói Poltronieri. Todas as autoridades demonstraram sua preocupação com o projeto e defenderam a necessidade da mobilização de todo o povo gaúcho, no sentido de defender a permanência da realização dos rodeios.

Leonardo Silveira
Assessoria de Comunicação
CTG Porteira do Rio Grande

DANÇA DOS FACÕES TAMBÉM NO CARNAVAL




A dança dos facões não esta só nos
Festejos Farroupilhas

“Câmara recebe grupo de mulheres do Porto Seco O presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, vereador Dr. Thiago Duarte (PDT), recebeu um grupo de mulheres ligadas à geração de renda no Complexo Cultural do Porto Seco, Zona Norte. Elas denunciaram que tiveram equipamentos e produtos furtados por uma empresa responsável por administrar a praça de alimentação do local durante o Carnaval....” Matéria completa no site da Câmara

Dos festejos farroupilhas eu conheço um pouco, ou seja, é explorada a locação de área pública com o objetivo de suportar parte das despesas do evento. Como isso ocorre:

Considerando-se o ano de 2009, o qual motivou a nossa denuncia ao Ministério Público de Contas, diretamente a pessoa do seu Presidente Dr. Geraldo Da Camino, constatei que é constituída uma triangulação, iniciando pela Secretária Municipal da Cultura que assina termo de cooperação com a Fundação Cultural Gaúcha (MTG), que por sua vez contrata terceiras empresas para fazer a intermediação nas locações dos espaços destinados ao comercio que lá se estabelece, coincidente há muitos anos são sempre os mesmos.

Salientando a denúncia que relatei ao Ministério Público, mostrei-lhes com detalhes que há desvio de recursos públicos e apontei os caminhos para investigação. O assunto esta no Tribunal de Contas, e este Vereador aguarda há 31 meses.

Quem quiser tomar conhecimento veja no link:

Vereador Bernardino
PSD – 51-99814199 

Nota do blog: Nosso blog está aberto aos contra-pontos de quem assim o desejar

REPONTANDO DATAS - MORRE AURELIANO


Aureliano de Figueiredo Pinto nasceu em Júlio de Castilhos,RS, em 1° de agosto de 1898 e morreu em Santiago do Boqueirão, em 22 de fevereiro de 1959. Foi médico, jornalista, poeta, historiador e escritor brasileiro.

Descendente de Figueiredo Paz e Pinto, era filho de Domingos José Pinto e Marfiza de Figueiredo. Iniciou seus estudos no Ginásio Santa Maria, terminando no Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre.

Fez os dois primeiros anos de medicina, no Rio de Janeiro, mas formou-se na Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1931. Tomou parte ativa na Revolução de 1930, acompanhando como capitão-médico o primeiro piquete a entrar em Itararé. Casou com Zilá Lopes, com quem teve três filhos. Formado estabeleceu-se em Santiago do Boqueirão, onde residiu pelo resto da vida. É considerado um dos maiores poetas do Rio Grande  e seus livros são disputados a tapa pelos cebos das cidades.

Estátua de Aureliano de Figueiredo Pinto em Santiago

“DEDICO ESTE ENSAIO AOS CONFRADES DA ACADEMIA DE ARTES, CIÊNCIAS E LETRAS CASTRO ALVES, DE PORTO ALEGRE, QUE ME ELEGERAM PARA A CADEIRA Nº 13, DE MEMBRO CORRESPONDENTE, CUJO PATRONO É AURELIANO DE FIGUEIREDO PINTO!”
(Ass. Paulo Monteiro) 

Aureliano de Figueiredo Pinto é reconhecidamente um dos mais representativos poetas gauchescos do Rio Grande do Sul. À exceção de um belo artigo do passo-fundense Hilton Luiz Araldi pouco mais se encontra sobre a vida do autor de “Romances de Estância e Querência”.

Poeta e romancista, nasceu na Estância São Domingos, município de Tupanciretã, no primeiro dia de agosto de 1898, filho de Domingos José Pinto e Marfisa de Figueiredo Pinto. Alfabetizado em casa, pela própria mãe, partiu para Santa Maria, em 1908, onde cursou o ginásio. Publicou os primeiros poemas em 1914, na revista “Reação”, de Santa Maria. Dois anos depois se transferiu para Porto Alegre, preparando-se para cursar Direito, mas optou pela Medicina. Introspectivo, recebeu o apelido de “O Corujão”. 

Em 1918 divulga novos poemas em revistas e no “Correio do Povo”. No ano seguinte envia ao amigo Antero Marques o poema “Toada de Ronda” ....

A íntegra deste belo texto do escritor Paulo Monteiro sobre Aureliano de Figueiredo Pinto, você poderá acompanhar acessando o blog Galpão da Poesia Crioula, de Santa Maria.

SEDUC E MTG FIRMAM PARCERIA


Nesta quinta-feira, a diretora-adjunta do Departamento Pedagógico da Secretaria de Estado da Educação (Seduc), Vera Amaro, esteve reunida com a vice-presidente de Cultura do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG-RS), Neusa Secchi, juntamente com o autor do tema dos festejos farroupilha do Rio Grande do Sul, Rogério Bastos. O objetivo do encontro foi firmar parceria institucional, no que se refere às questões relacionadas ao ensino da cultura regional.

Foram iniciadas as tratativas para a realização de um seminário, que deve ocorrer no mês de junho. “Pretendemos intensificar nosso trabalho em relação ao tradicionalismo. A parceria oficializada tende a qualificar ainda mais nossas proposições, uma vez que os professores terão tempo para desdobrar esta pauta junto aos seus alunos, durante a Semana Farroupilha, em setembro”, explica Vera Amaro. Ela lembrou que no ano passado, a Seduc realizou evento semelhante, que tratou da vida e obra de Barbosa Lessa.

Para este ano, a Semana Farroupilha trará o tema: Rio Grande do Sul no imaginário social. As atividades da Seduc para este evento serão orientadas pela Coordenação de Gestão da Aprendizagem, do Departamento Pedagógico, e refletirão os desdobramentos do seminário de junho.

Na ocasião, Neusa Secchi apresentou o jornal da instituição Eco da Tradição, que será divulgado nas escolas estaduais, gratuitamente.

O Movimento Tradicionalista existe há mais de seis décadas, e teve origem e um estabelecimento estadual de ensino, protagonizado por jovens estudantes, em Porto Alegre. 

Rogério Bastos 

Bastos produções 
Assessoria de Imprensa do MTG

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

SÃO FRANCISCO DE ASSIS-GRANDE HOMEM


Tenho a impressão que repassei este meu sentimento de apego aos animais para os meus filhos. Na sexta-feira que antecedia o feriado de carnaval a Mariana e o Lucas, juntos com seus namorados, o Cássio e a Camila, rumavam para Laguna onde passariam os festejos de momo. 

Para não ficarem trancados no engarrafamento da ponte de Laguna, desviaram por uma localidade chamada de Jaguaruna. Neste caminho vicinal avistaram um cachorrinho preto abandonado na beira da estrada. Advinha se o Lucas, que dirigia o carro, não parou?

Aproximando-se do cusquinho, ele correu para umas macegas ali perto. Meu filho foi atrás e surpreendeu-se com o que viu. Um outro filhote, branquinho. O preto (na verdade preta, pois eram duas cadelinhas) olhava para o meu piá e para o outro cãozinho como a dizer: - Não sou só eu. Tem ela também... 

Agora o grande detalhe: 

A guaipequinha branca tinha (e tem) uma luxação nas pernas. Ela caminha meio que se arrastando. Um defeito, talvez, de nascença. 

Pegaram os dois, levaram num veterinário em Laguna, alimentaram, passaram o carnaval em volta dos bichos e.... trouxeram juntos para Porto Alegre. A pretinha sempre protegendo, brincando, dando carinho para a menorzinha, numa irmandade de causar dó.

Eu e a Mari, levamos os pierros para a veterinária da Mel (cadela que há doze anos habita nosso rancho) e saímos com a esperança de que a Bud (nome dado a branquela) volte a andar normalmente. A Mari já está fazendo fisioterapia na cadelinha que não chora, não reclama e já faz algumas peraltices. 

Agora o porque do título da postagem SÃO FRANCISCO DE ASSIS - GRANDE HOMEM!  

Por não termos condições de abrigar três cachorros em nosso apartamento, tentamos colocá-los em alguma ONG. Visitamos, fizemos contato, telefonamos, para mais de dez. Nenhuma acolheu os cãezinhos embora muitas nos fornecessem as "contas bancárias" caso desejássemos contribuir ou virar sócios das entidades. Na Associação Protetora dos Animais, de Porto Alegre, a mesma que tanto se preocupa com a Cavalgada do Mar, fomos até mal recebidos...

Conseguimos doar a pretinha para um colega de faculdade do Lucas, mas a Bud continua com a gente. Aí eu fico pensando: Se com pessoas, com seres humanos ocorrem fatos parecidos, ou seja, quando estão enfermos, aleijados, velhos, alquebrados, são deixados de lados, imaginem com animais...

Por isto digo e repito: SÃO FRANCISCO DE ASSIS - GRANDE HOMEM que dedicou sua existência a proteger os animais!     



SIQUIERA, O CAÇULA DA FAMÍLIA MONARCAS


Luiz Carlos Lanfredi e Siqueira
Crédito: Divulgação/Os Monarcas

Natural de Santo Ângelo, região das missões, no Rio Grande do Sul, Guilian Raí Siqueira é o integrante mais jovem do grupo gaúcho Os Monarcas. No dia 26 de fevereiro ele completa 20 anos de idade.

Siqueira, como é chamado pelo líder Gildinho, toca contrabaixo e ingressou na Família Os Monarcas em junho do ano passado com a missão de assessorar o contrabaixista Luiz Carlos Lanfredi, afastado no momento para tratamento de saúde.

Guilian Siqueira iniciou a sua carreira aos 13 anos tocando com o grupo Os Marcadores. Antes de ser contratado pelos Monarcas, ele fazia parte da equipe do cantor Baitaca.

Para Siqueira, tocar com o grupo Os Monarcas é a realização de um sonho. “Fazer parte d´Os Monarcas me fez perceber o quanto este grupo é bem quisto e bem recebido onde quer que se chegue. Estou aprendendo com os mestres e esta é, sem dúvida, a faculdade da música gaúcha”, explica Siqueira.

Mesclado de grandes artistas, a maioria desde a sua fundação, o grupo Os Monarcas mostra que é possível fazer um bom trabalho e perpetuar a autêntica música gaúcha com veteranos de sucesso e também com novos talentos.

CURIOSIDADE
Confira a lista de aniversários e idades dos integrantes do grupo Os Monarcas:
  • Gildinho (Gaita): 18/02/1942 / 71 anos / Natural de Soledade, RS
  • Nelson (Percussão): 29/03/1942 / 70 anos / Natural de Soledade), RS
  • João dos Santos (Guitarra): 20/07/1954 / 58 anos / Natural de Passo Fundo, RS
  • Ivan (Voz): 02/10/1954 / 58 anos / Natural de Cruz Alta, RS
  • Luiz Lanfredi (Contrabaixo): 20/06/1958 / 54 anos / Natural de Sertão, RS
  • Bacudo (Voz): 14/03/1969 / 43 anos / Natural de Passo Fundo, RS
  • Varguinhas (Gaita): 11/08/1969 / 43 anos / Natural de Irani, SC
  • Vanclei (Bateria): 06/11/1971 / 41 anos / Natural de Piraquara, PR
  • Chico Brasil (Gaita Ponto): 08/10/1974 / 38 anos / Natural de Porto Alegre, RS
  • Tiago Machado (Gaita): 01/06/1985 / 27 anos / Natural de Caxias do Sul, RS
  • Siqueira (Contrabaixo): 26/02/1993 / 20 anos / Natural de Santo Ângelo, RS
ASSESSORIA DE IMPRENSA

Daiana Silva - Jornalista
imprensa@osmonarcas.com.br
(51) 8187.0085 (Claro)

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

RETIFICAÇÃO DE POSTAGEM



Caríssimo Léo Ribeiro.

Muito boa a tua postagem intitulada  DUAS LEGENDAS DE 80 ANOS. Como sempre o amigo fala com sensibilidade, talento e conhecimento de causa.  Me permita apenas fazer uma observação no tocante a falta de espaço ao grande Telmo de Lima Freitas na grande mídia.

Certamente não percebeste a baita homenagem que a Zero Hora,  fez pra ele no Segundo Caderno da edição do dia 06 de fevereiro.  Na capa e na pagina 3 (imagem anexa).

Além disso, os programas A Hora do Mate e Ronda dos Festivais, ambos da Rádio Rural,  fizeram edições especiais só com músicas do grande Telmo.

Baita abraço.

JAIRO REIS
Radialista e Produtor Cultural
(51) 9602.6839
Nota do blog: Agradeço ao Jairo Reis, ao Jeândro Garcia e também ao meu Ir:. Dr. Reginaldo, que fizeram a mesma observação.

RUMANDO PRA VACARIA



Subindo a serra, pros rumos de Vacaria

Domingo passado eu estava assistindo o programa Fantástico, um dos poucos em que se aproveita alguma coisa na televisão brasileira, quando uma matéria chamou minha atenção: Como foi criado o samba-enredo da escola campeã do carnaval do Rio de Janeiro, a Vila Isabel.

O tema da Vila Isabel, neste carnaval, foi a agricultura e o samba criado por cinco compositores foi o mais belo da "safra".

Como tenho alguma tendência pela escrita, gosto do bom emprego das palavras, da importância dos sinônimos, do significado das terminologias, botei tenência no assunto. 

Martinho da Vila, um dos compositores, conhecido por sua inclinação socialista, queria colocar em uma das frases o termo "reforma agrária". Não encontrou entusiasmo nos demais autores. Seu filho, também compositor rebateu. - Pai. Entendo tua posição, mas será que as milhares de pessoas no sambódromo entenderão?  

Martinho cedeu um pouco (em cinco compositores alguém tem que ceder) mas queria, ao menos, a palavra "reformar" (vêem, senhores compositores, que longos minutos foram passando em torno de uma palavra). Arlindo Cruz ainda não estava contente com a citada "reformar", quando um quarto integrante da mesa balbuciou: - por que não "compartilhar"? Todos vibraram e se abraçaram...

Isto é construir um verso. A palavra certa dentro do contexto. Não se pode elaborar um poema, uma rima, um texto, jogando tudo ao léu, sem início, meio ou fim. Os leitores não andam com um dicionário embaixo do braço para entender o que o autor quis dizer. 

Da minha personalidade como compositor, sou da velha escola do Glênio Fagundes que prima pela simplicidade (não o grotesco), embora seja mais difícil fazer o simples. Prefiro o termo "vara verde" do que "flexibilidade"!

Falo isto, meus senhores, porque neste domingo estarei avaliando os poemas da 3ª Tropeada do Poema Gauchesco, na legendária Vacaria dos Pinhais. Na verdade, vou subir a serra para julgar declamadores e amadrinhadores pois, como sou de seguir os regulamentos, minha Melhor Poesia já está escolhida desde que fiz a triagem.

Sucesso a todos os concorrentes!

Aproveito a olada para homenagear, antecipadamente, aquele que, na minha opinião, foi o maior poeta gauchesco de todos os tempos e que depois de amanhã, dia 22, completa mais um ano de sua morte. Falo de Aureliano de Figueiredo Pinto.

Gravura: Vasco Machado    

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

POEMA PRA UM FIM DE TARDE- EL CONDOR



El Condor

Señores, tengo vigencia,
aunque algunos me creen muerto,
galopiando en campo abierto
haré notar mi presencia,
soy grito de independencia,
proclama de libertá,
soy el momento que ayá
Belgrano creó la bandera
y flameó por vez primera
a oriyas del Paraná.

Soy el toque de clarín
qu'en la inmensidá s'espande,
y soy cruce de los Andes
del general San Martín,
soy primitivo fortín
por una zanja rodeao,
mangruyo ayí levantao
y soy soldado fortinero
cayendo en el entrevero
por lanzas indias chuziao.