quinta-feira, 30 de setembro de 2010
VOLTEANDO DATAS

SIMON. UM VIZINHO DOS BUENOS!

No interior deste Rio Grande antigo as pessoas, mesmo morando distantes uns dos outros, sabem da doença de um vizinho e acodem, de carreta, de a cavalo, a qualquer hora e com qualquer tempo, para prestar seu socorro que pode ser apenas uma xícara de chá, uma benzedura. Mas a presença dos amigos ajuda na cura. Lá, nos fundos de campos desta Querência de São Pedro, quando se mata um porco, todos se apresentam, no trabalho e na festa. São parceiraços, na tristeza e na alegria.
Mas no povoeiro a coisa muda. É cada um por si e por sua família. Moro a seis anos num edifício do Bairro Petrópolis, na capital dos gaúchos e não me perguntem o nome de meus vizinhos de porta porque não sei. Não me questionem o que fazem porque não imagino.
Mas como toda a regra tem exceção, a indiferença que campeia no meu prédio também tem. Uma destas exceções chama-se Carlos Eugênio Simon. Árbitro da FIFA, andejo dos sete ventos deste mundo velho sem porteiras, pessoa respeitada do Galpão á Casa Grande. Nem quero entrar aqui na seara futebolística, apesar de achar o Simon um dos melhores juízes que já vi apitar. E sua profissão não é das mais fáceis. Tem segundos para decidir e um lote de câmaras para acusar seus erros. Falo, aqui, da pessoa, do colecionador de cuias, do leitor das poesias do Jayme, do gaúcho que dá entrevista com a bandeira do Rio Grande no colo, do riograndense que cantarola, em meio a uma reportagem, a Querência Amada, do saudoso Teixeirinha. Do vizinho que, quando não proseia contigo, no mínimo, te cumprimenta.
Moro no apartamento 303, o Simon, no 803. Cinco andares que poderiam ser cinco léguas, mas para quem tem no sangue a hospitalidade pampeana, a educação brotada nas rodas de mates, nada é distância. O Carlos Simon, meus patrícios, é aquela brasa tapada pelas cinzas que com um sopro já se avulta para dizer: - Sou um homem cruzador de caminhos, mas a minha alma ainda é lá de fora!

quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O JOGO DO OSSO

Revoluteando a três metros do chão, ao ser lançada em direção à raia pela mão do atirador, a tava desenha, simbolicamente, toda uma longa trajetória pelo tempo epelo espaço - a começar pelo menos há três séculos a.C., na Ásia, para chegar, onde a encontramos hje, nas canchas de céu aberto da América do Sul.
O jogo do osso tem origem asiática. Árabes e persas já o praticavam, segundo referências da bibliografia. A própria palavra "taba", ou "tava", teria sua raiz etimológica no vocábulo hebreu "ka-ba". "Lab-el-kab" era denominado o jogo nos aduares árabes.
Contudo, a bibliografia é unânime em afirmar que o povo que mais o praticava era o grego. O jogo chamado "astrágalo" era até citado em referências mitológicas, como quando Patroclo, ainda menino, teria abatido por questões de um desafio em um jogo de osso, o amigo Anfidamonte.
Chegou o jogo até a Espanha, que o trouxeram para a Bacia do Prata, pelas mãos dos legionários romanos, que o jogavam nos recintos de quartéis e acampamentos, durante o período de dominação sob o império de Augusto.
Numa prova quase irrecusável de sua procedência platina, seja pelo nordeste argentino, seja pelas fronteiras sulistas com o Uruguai, atente-se para o fato de conservar o jogo do osso até hoje, no Rio Grande do Sul, termos da língua castelhana em sua terminologia própria, tais sejam, entre outros, "userte", "culo", "clavada" e "güeso".
Do Jogo
A TAVA - instrumento com que se pratica o jogo do osso -, também chamada "taba", "osso" ou "garrão", provém do astrálago, osso do jarrete do animal vacum. A norma, para conseguimento de uma boa tava é, logo após sua extração do jarrete do animal abatido, enterrá-la por cerca de dois a três meses em terreno nem muito seco, nem muito úmido - processo a que se chama "curar o osso". É coum, igualmente, colocar o astrálago na boca de um formigueiro de campo, ensejando um processo de inteira limpeza por parte das formigas.
POSIÇÕES DA TAVA NO SOLO - após o arremesso a tava pode estabilizar-se em pelo menos poito posições, cada uma delas com seu nome:
SUERTE - parte ganhadora para o alto, ou para cima.

CULO – parte ganhadora para baixo.

CLAVADA - quando a saliência de clavar enterra-se no chão, ficando a tava em diagonal sobre o solo, temos a "clavada" - ganhadora quando a parte superior, exporta, fica para cima. É a "suerte clavada", o tiro-rei das canchas do jogo do osso.

SUERTE DECLINADA - tava estabilizada quase na vertical, com face ganhadora exposta.
CULO DE ESPELHO - idem ao anterior, mas com face perdedora exposta.
Estas posições - a declinada e de espelho - provaram acirradas discussões entre os apostadores, a partir da dúvida de que o arremesso tenha validade ou não. Para dirimir a questão, o coimeiro coloca uma segunda tava exatamente na vertical, ao lado da tava declinada. Conforme o ângulo resultante, surge a decisão. Se no ãngulo não couber uma ficha inteira o tiro é considerado neutro ou güeso - não perde nem ganha.
GÜESO - posição que não é nem "suerte" nem "culo", com qualquer dos lados não ferrados para cima.
"31" OU "TOURO" - variação do güeso com a tava exatamente na vertical.
ESPÉCIES DE ARREMESSOS - Os arremessos exigem manejo especial da tava, com posições de saída e métodos de lançamentos quase inflexíveis. Todo bom jogador precisa conhecer os vários métodos, que podem ser "volta-e-meia" (tava dá uma volta e meia no ar), "duas-e-meia", "duas voltas", "três voltas" e o "carreteiro" (lançamento da tava sem manejo especial, nem preocupação com número de voltas ou giros - dá se esta denominação por lembrar a sua anti-técnica o ato de lançarem os carreteiros um osso de fervido, ou costela já pelada da carne, ao guaipeca que normalmente acompanham-os nas carretadas pelo pago).
COIMEIRO - pessoa encarregada pelo movimento. É quem vende e troca as fichas, o que cobra a "coima", percentagem fixa sobre as paradas pagas. É a versão acrioulada do "croupier" internacional dos cassinos.
DINÂMICA DO JOGO - Não há regras escritas par ao jogo do osso, mas existem normas gerais a serem respeitadas através da tradição oral.
O jogo começa quando o coimeiro "grita banca", já com a cancha preparada, o par de tavas e as fichas à sua frente. Geralmente é quem estipula o valor das primeiras paradas: "Duzentos mil réis é a banca! Quem se habilita?"
Apresenta-se um aficcionado que compra as fichas, escolhe a tava de sua preferência e encaminha-se para uma cabeceira. Apresentando-se o oponente que compra fichas e depositam na mão do coimeiro o valor da parada que anuncia "Está copada a parada! Vale jogo!"
Atira o que levantou a primeira tava. Imediatamente, da outra cabeceira, o oponente. Teve início o jogo. O coimeiro só paga a parada para o jogador que somar dois lances positivos:
duas "suertes" do mesmo jogador, contra nenhuma do oponente;
uma "suerte" somada a um "culo" do oponente;
dois "culos" do oponente contra dois "güesos" do favorecido.
Acontecendo "suerte" contra "suerte", "culo" contra "culo", ocorre empate que é chamado de "senão". Não é raro a parada decidir-se depois de vários tiros, pela ocorrência de "senões" seguidos.
Os atiradores só ganham a parada quando favorecidos por dois lances, mas no "jogo de fora", a questão se decide a cada lance. Joga-se de fora (do jogo, da cancha) a favor ou contra o tiro de quem arremessa.
Ao pagar a parada ao atirador vencedor, o coimeiro já desconta a coima (comissão).
Quando um dos atiradores desiste do jogo, deixando a tava na cabeceira, qualquer assistente pode "copar a parada", "apertando a tava", qe é o atao de colocar o pé em cima, ao mesmo que anuncia: "Copei a parada!".
Quando um dos jogadores, durante o jogo, resolve trocar de tava, o coimeiro anuncia "Cambiou de tava".
Desviada a tava de seu curso por qualquer acidente natural, seja uma pedra próxima, uma raiz, galho seco, o tiro não perde validade. São casos que acontecem com alguma freqüência nos tiros de "carreteiro", quando a tava rola sem direção determinada.
TRAMPAS - significa má fé, engodo, artifícios para favorecer uma das parte ou, o mais usual, o próprio coimeiro. Entre as antigas formas citam-se:
CARGAR A TAVA - colocar uma esfera de chumbo ou de ferro no interior do osso que tendia a estabilizar-se no terreno em posição, quase sempre, de "suerte" ou somente de "culo".
BARRO - Colocar sob o "barro", a cerca de meio palmo de profundidade, um pelego com lã para cima, com o que, segundo os aficcionados, era quase impossível conseguir-se uma "suerte" clavada. O pelego enterrado conferia ao "barro" certa elasticidade, fazendo a tava saltar bem mais que o normal.
Expressões
Alarula, tia Carula, china e ficha não se adula!
Dito por quem recolhe as fichas, por haver apostado no tiro que deu "suerte". Há conotação machista no refrão.
Arranca pelo rabo (ou pela cola)!
Expressão usada por quem colocou uma "suerte clavada". Clavada, a tava fica com a cola ou o rabo para cima.
Cospe no buraco!
Crença de que cuspindo-se na tava do contrário o azar o perseguirá.
É macho, alumiou pra baixo!
Expressão usada por quem jogou contra o tiro e a tava se estabiliza na posição perdedora de "culo". O "alumiou para baixo" quer significar que a face mais brilhante da tava (a da "suerte", recoberta de bronze) ficou chapada contra o terreno.
É macho, disse a parteira!
Emprego idêntico a de cima; "é macho" que não dá cria (no dinheiro apostado)
Jogador não tem vergonha!
Expressão usada no momento em que os ganhadores levantam do chão as fichas ou o dinheiro apostado na parada - jogador não tem vergonha por entregar-se ao vício do jogo.
Louca também se casa!
Saudação a um lançamento mal feito, especialmente o "carreteiro", que resulte numa "suerte".
Mão fria não bota suerte!
É preciso aquentar o corpo e as mãos para lançar-se a tava com habilidade.
Não é só butiá que dá em cacho!
Quando um atirador repete várias "suertes"
Página do Gaúcho
Biografia Utilizada: É Macho, Alumiou Pra Baixo, livro de Apparício da Silva Rillo sobre o jogo do osso – 1988 – Martins Livreiro Editor

NOSSA TERRA - TAPES

Localiza-se na latitude 30° 41 minutos Sul e longitude 51° e 25 minutos Oeste a uma altitude de 7 metros, situando-se a sudoeste da capital do estado e confrontando-se com os seguintes municípios: Barra do Ribeiro (ao Norte), Arambaré (ao Sul), Sentinela do Sul (ao Oeste). Tem todo o seu limite Leste banhado pelas águas da Lagoa dos Patos. Sua população, de acordo com estimativa do IBGE, é de 17.143 habitantes.
A Lagoa dos Patos é considerada a sua maior riqueza natural, sendo responsável pelo desenvolvimento do setor turístico no município além de eventos de abrangência local, regional e nacional, relacionados ao folclore, música popular, artesanato, dança, automobilismo, pesca, religião, entre outros, contribuem para atrair a Tapes visitantes de várias regiões.
A região foi habitada por índios da tradição Tupi-Guarani. Por volta de 1808, atraídos pela fertilidade do solo e pela abundância das pastagens da região, imigrantes açorianos estabeleceram-se na área, instalando estâncias e charqueadas que foram a base da economia local por algum tempo.
Posteriormente, decorrentes da própria configuração geográfica, desenvolveram-se a prática da agricultura e da pecuária que constituem atualmente a principais riquezas do município.
Mesclado com a cultura indígena, os açorianos e negros, seguidos dos imigrantes, desenvolveram suas tradições, seus usos e costumes que hoje ainda fazem parte do cotidiano da cidade. Em 1824, Patrício Vieira Rodrigues, adquiriu a antiga Sesmaria de Nossa Senhora do Carmo. No ano seguinte, estabeleceu uma charqueada na foz de um arroio na Lagoa dos Patos, e passou a chamar-se Arroio da Charqueada. Em função desta atividade é criado no local, um porto, que deu origem à cidade de Tapes.
A primeira sede do município, denominada Freguesia de Nossa Senhora das Dores de Camaquã, foi criada dia 29 de agosto de 1833. Sua emancipação política e administrativa ocorreu em 12 de maio de 1857, mas por questões políticas ou econômicas, a Freguesia passava a integrar ora no território de Porto Alegre, ora de Camaquã, chegando inclusive a pertencer a Triunfo e Rio Pardo.
Em 16 de dezembro de 1857, foi elevada à categoria de Vila, sendo esta a data considerada como a de emancipação política do município.
Em 25 de junho de 1913, o município desincorporou-se definitivamente de Porto Alegre e, em 22 de maio de 1929, através de um plebiscito, foi realizada a transferência da Sede da Vila de Nossa Senhora das Dores para o Porto de Tapes, então 2º distrito.
Posteriormente, o Decreto nº 10 de 21 de setembro de 1929, muda o nome do município de Dores de Camaquã para município de Tapes, sendo Primeiro Intendente o Senhor Manoel Dias Ferreira Pinto.
A origem do Nome
Acredita-se que o nome da cidade tenha origem devido aos índios que viviam no território antes da chegada dos colonizadores; ou ainda devido a Serra de Tapes, um acidente geográfico da região; ou por último, consequência de um dos barcos da charqueada do Coronel Patrício que tinha este nome, mas até hoje não se tem uma origem por definitiva

terça-feira, 28 de setembro de 2010
O RIO GRANDE É DO PUMPKINS, DE NOVO!

Em contrapartida, passei a acompanhar mais assiduamente os embates do Pumpkins. Aprendi as regras do esporte que move multidões nos Estados Unidos e agora, véspera do grande dia 20 de setembro, o representante de Porto Alegre, de cores branca, preta e laranja saiu-se Bi-Campeão Estadual na categoria. Acho que sou pé-quente!
A partida final foi na cidade de Santa Cruz do Sul, contra Os Chacais, time local. Estádio cheio, torcida a favor dos camisas azuis de Santa Cruz, repetição da final de 2008, melhor ataque (Pumpkins) conta a melhor defesa (Chacais) e no final... 7 x 0 para o time da capital. Dá-lhe Pumpkins.
Apenas acho que, para as próximas competições estaduais, o campeonato deva ser repensado e seguir as normas da categoria no âmbito nacional. Não é possível um esporte com tanto contato físico sem as roupas de proteção exigíveis para o bom e salutar desempenho dos times. A única equipe, no Rio Grande, que possui o uniforme padrão (capacete, coletes, etc.) é o Pumpkins. Ao mesmo tempo, é penalizado por isso, pois tem que entrar em campo sem tais equipamentos. Da mesma forma, penso que uma ambulância deva ser colocada a disposição dos times em "todas" as partidas, pois as lesões são corriqueiras e variadas.
Se não existe, os times disputantes deveriam fundar uma federação e organizar-se, para que, juntos, possam ter mais espaço na mídia, buscar patrocínios, redigir normas e ampliar, com fundamentos, o esporte no Estado. Até lá, só resta dizer: Parabéns, garotada do Porto Alegre Pumpkins!


CONTO INÉDITO DE SIMÕES LOPES NETO
No pequeno texto, escrito em versos, Simões usa a sátira como artifício para a crítica social. Atualmente fica difícil entender o sentido de crônicas como esta, porque elas fazem alusão a acontecimentos cotidianos, que tiveram repercussão momentânea. O assunto deve ter sido muito comentado nas rodas de conversa em Pelotas naquela época.
Segundo o pesquisador Luís Borges, um escravo chamado Tupaveraba havia morrido com suspeita de envenenamento, o que gerou uma polêmica entre vários médicos, que com o incentivo da imprensa eram convocados a dar sua opinião. No auge da controvérsia, um deles chegou a afirmar que concluíra que o escravo poderia ter sido envenenado ou não Simões Lopes, aproveitou-se da situação para tecer seu comentário. Segundo Borges, “Ele tinha uma postura positivista, era adorador da ciência e do progresso e por isso pode parecer contraditório que ele lançasse farpas tão sarcásticas à classe médica. Mas acontece que ele sofria de estrabismo, e quando jovem passou por uma cirurgia malsucedida que acabou por agravar seu problema de visão e esse fato marcou fortemente suas obras literárias. Sempre que podia, não perdia a oportunidade de ridicularizar os médicos, acusando-os de charlatães e inábeis”.
Além de acrescentar dados à biografia do escritor, o texto praticamente inédito representa uma inovação em termos de estilo literário, já que o poema, classificado por quem o transcreveu como um triolé, realmente parece, mas na verdade nãoé um legítimo triolé.
O triolé é uma forma fixa de poema com oito versos, muito utilizado na época. Simões Lopes Neto conseguiu modificar, com bastante ousadia, esse padrão literário e inovou onde não havia como inovar.
No poema, é possível reconhecer elementos de oralidade que posteriormente foram trabalhados pelo autor em seus “Contos Gauchescos”.
Triolé transcrito em grafia original
(Envenenado - sim ou não?)
Depois de morto retorna
Às luzes da discussão
O pobre Tupaveraba
(Envenenado - sim ou não?)
Vários Hipocrates gordos,
Varios galenos magros
Fulminam sem dó, nem pena:
É polvilho! Qu’envenena!?…
Varios Hipocrates gordos,
Varios galenos magros,
E rugem uns, riem outros,
Do - digo eu - diras tu?
- Tomou veneno o João!
- Não diga tal heresia!
- Senhores! Que gritaria!
- Apoiado! Tens razão!
E rugem uns, riem outros,
Do - digo eu - diras tu?
Mas, O outro coitado, dorme em paz.
Pelotas,
João Rimuito
Fonte : http://minerva.ufpel.edu.br/~bira/blog/?m=201009
Colaboração: Hilton Araldi

PIAZADA PURA CEPA

Na época da foto o Abel tinha 2 anos, o Adolfo 9 e o Adelar 14, hoje estão com 5,12,17 respectivamente. O flagrante foi tirado no local onde criou-se o Arão, em Mato Francês - Rancho Queimado - SC.
Por onde tem passado, a piazada tem deixado um rastro de saudade e reculutado troféus nos rodeios do Rio Grande e de Santa Catarina. Em Vacaria, o maior rodeio de nosso Estado, onde a disputa é por demais acirrada, por duas vezes já voltaram para São José com prêmios na mala-de-garupa. Em 2008 o Adelar ganhou 3º em gaita ponto juvenil. Em 2010 foi a vez do Adolfo levar o 3º lugar de gaita ponto, desta vez categoria mirim. Mas também se classificaram muito bem na gaita piano, instrumento que tocam com a mesma desenvoltura. Vale a pena conferir um vídeo do Adolfo em 2008, quando tinha apenas 10 anos. É só digitar Adolfo Vacaria no you tube.
O estilo da gurizada não podia ser outro é Bertussi e Manique (Mirins), às vezes o Telmo de Lima Freitas e o José Cláudio Machado, para variar.
Isto tudo é um testemunho de que nossa tradição sulina não tem fronteiras e de que a cultura gaúcha, bem praticada e desenvolvida, ainda é um dos melhores caminhos para a integração familiar, alicerce de qualquer sociedade que tem no respeito sua virtude basilar. Parabéns, Arão Scheidt e gurizada Pura Cepa. Que sigam em frente nessa linha que vosso futuro, com certeza, será brilhante.

CELSO OLIVEIRA E OS GUITARREIROS

A realização desta obra fonográfica foi proporcionada pelo FAC, Fundo de Apoio a Cultura da Prefeitura Municipal do Balneário Pinhal, onde Celso Oliveira reside atualmente.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010
VOLTEANDO DATAS

No dia 27 de setembro de 1736 o tropeiro Cristóvão Pereira de Abreu funda a cidade de Rio Grande, embora o site da cidade não faça referência a respeito: "Estabelecendo fortificações para Implantar a soberania lusitana na região no dia 19 de fevereiro de 1737 Brigadeiro José da Silva Paes, com homens de mar e guerra desembarcou na margem sul do Rio Grande de São Pedro. O inicio oficial da colonização da região deu-se quando erigiu-se o primeiro templo na primeira fortaleza construída, classificado como presídio, Brigadeiro José da Silva Paes deu ao Estabelecimento Militar o nome de Jesus Maria e José. Entre as águas do Canal do Rio Grande e as do Saco da Mangueira foi determinada a construção de um Forte com o intuito de defender o presídio de algum ataque pela retaguarda."

O RIO GRANDE CANTA O COOPERATIVISMO

Já são conhecidas as quatro primeiras músicas finalistas da 4ª Edição do Festival O Rio Grande Canta o Cooperativismo, promovido pela Ocergs/Sescoop. A primeira etapa classificatória foi realizada na cidade de Santa Rosa, neste sábado, 25 de setembro. As outras etapas acontecem em Rolante(29/10) e Antônio Prado (20/11). A Grande Final é no dia 10 de dezembro em Ibirubá.
As classificadas em Santa Rosa são as seguintes:
1. ELOS DA CORRENTE
Letra: Wolmar da Costa Flores
Melodia: Cristiano dos Santos Rodrigues
Intérpretes: Nenito Sarturi e Leonardo Sarturi
2. IDEAL COOPERATIVISMO
Letra: Wolmar da Costa Flôres
Música: Jair Oliveira de Medeiros
Intérprete: Tuny Brum
3. UMA SÓ VOZ
Letra: Duca Duarte
Música: Cristiano Quevedo
Intérprete: Chico Saratt
4. DE CARREIRA ATADA
Letra: Josué Fernando Scheffler
Música: Miguel Ângelo de Freitas
Intérprete: Luiz Carlos Glowascki
Fonte Blog Ronda dos Festivais
Postado por Jairo Reis

VENCEDORES DA 15ª SESMARIA DE OSÓRIO
Abaixo a relação dos vencedores, repassada por um dos organizadores, o amigo Luiz Odacir:
VENCEDORES:
-1.º lugar - Poema: Ex Carreta – de Tadeu Martins – com Delci José Oliveira
-2.º lugar - poema: Na Sesmaria de Uma Folha em Branco – de Mateus Neves da Fontoura com Patrocínio Vaz Ávila
-3.º lugar - Poema: Os Vês do Vento – de Fernando Saldanha – com Rafael Ovídeo da Costa Gomes
-1.º lugar - Intérprete: João Francisco Pinheiro Neto, em Guri da Gaita – de Juarez Machado de Farias
-2.º lugar - Intérprete: Rodrigo Cavalheiro, em Lobisomen - de Luiz Lopes de Souza
-3.º lugar - Intérprete: Wilson Araújo em Cabriúva – de Carlos Omar Villella Gomes
-1.º lugar - Amadrinhador: Geraldo Trindade
-2.º lugar - Amadrinhador: Juliano Moreno
-Melhor poema sobre o tema do festival (o vento): Os Vês do Vento – de Fernando Saldanha – com Rafael Ovídeo da Costa Gomes
Autor do texto - Tânia Goulart / www.jornalnh.com.br/abcdogaucho.

POEMA VENCEDOR DA SESMARIA

EX-CARRETA
Viu, Aurélio?,
Gaiota deve ser gaiola
(sem a travessa no tê).
Gaiota é clausura onde se encerram distâncias.
Recinto fechado de direito concedido às estradas.
Dela não sai rastro
nem o som da terra.
O seu procedimento está no asfalto
perdendo ruídos
suportável na aflição das máquinas
sem estilo próprio.
Gaiota não tem horizonte
esbarra nas esquinas.
Perdeu a vontade de andejar
porque os rumos se corromperam
deixando sonhos pelos acostamentos.
Não tem a Estrela d’Alva
nem o passo a passo da esperança
porque a pressa do pão
não tem pachorra de bois.
Basta uma gaiota para carregar misérias.
O atrelo é diferente da canga
E a regeira da piola.
As cargas de erva-mate e de fumo
não têm afinidades com papelões
(nem a tulha com saquinhos de plástico).
Por outro lado o delito ainda é maior
usa um cavalo no cabeçalho
(que nasceu para os arreios).
Viu, Aurélio?
Enquanto a chapa soldada a forja e areia
cintando o cambotado
rodando rodando pesarosa
no gemido elevado de levar
da carreta cada vez mais longe
estava o progresso do sul.
O espírito dela era a dor do eixo
lá estava o ser livre.
Sua gemência ligava à Terra
elevando no espaço o que o vento pedia
que a cada pouso
o tempo cuidasse de aquerenciar.
Lá mostrava aos homens o que era tolerância
pelo sebo da untura da vida
e pelo carvão sem veemência.
Por isso hoje o chiar de uma chaleira
nos puxa o coração à paciência.
Por isso que o choro de uma criança
querendo futuro nos leva ao passado.
Por isso que o gemido de qualquer portão
homenageia as estradas.
Por isso que estas cidadezinhas
com cadeiras de cambotas ringidas
entardecendo calçadas
têm as dores elevadas do sacrifício dos rastros
para os amanhãs.
Não dos amanhãs que andam hoje pelas ruas das gaiotas
destes amanhãs que voltam aqui de novo
carregando os jogados fora
que o coletivo pessoalmente das famílias
não sabe da fome dos lixões.
Veja só, Aurélio,
cada órgão da carreta nascia no mato
copiado de pássaros
para o sobrevir do Rio Grande
e cada órgão da gaiota vem da sucata
para a sobrevivência das periferias.
A gaiota vive de carreto
(pelo menos conserva o nome de família).
Quando os bois eram cangados na boieira
nos fogões apagados
pousavam sonhos de moradia
não de algo indeterminado
como nos sorteios de casa própria.
Enfim gaiota é crise mesmo de carreta
que conforme o teu livrão:
- Fase difícil, grave, na evolução das coisas.
Colaboração: Luciano Salermo

VENCEDORAS DA 16ª SEARA DA CANÇÃO
3ª Searinha
Categoria Piá:
1º lugar: Jose Ricardo Maciel Nerling
2º lugar: Vitor Mateus Beck
Categoria Piazito:
1º lugar: Giulia da Silva de Andrade
2º lugar: Nataly Fernanda Oliveira da Silva
16ª Seara
Premiação principal
1º lugar: ALUAMENTO de Vaine Darde e Tuny Brum com Leonardo Pam.
2º lugar: : O POETA E A FOLHA VAZIA, de Martin César e Paulo Timm, com Robledo Martins
3º lugar: : SOLITO, de Mauro Dias, Telmo Vasconcelos e Matheus Alves Neves, com Ita Cunha e Raineri Spohr
Premiação paralela:
-Música Mais Popular: PINGO DE MARCA, de Décio Fernando Neuls, com Ângelo Franco e Henrique Fernandes
-Melhor tema social: ESSÊNCIA GUARANY, de Carlos Alberto Dahmer, Luis Alberto Pires e Valdomiro Maicá, com Nenito Sarturi e Grupo Bem Campeiro
-Melhor Melodia: O MEDO, com Melodia de Carlos Catuípe e letra de Mario Amaral, com Loma
-Melhor Letra: ALUAMENTO, letra de Vaine Darde, com melodia de Tuny Brum, com Leonardo Paim
-Melhor Intérprete: Loma, em O MEDO, de Mario Amaral e Carlos Catuípe
-Melhor Instrumentista: Samuca
-Melhor Arranjo Vocal: DE VOLTA A SOROCABA, de Chico Saga, Ivo Ladislau e Mario Tressoldi, com com Grupo Chão de Areia
-Melhor conjunto instrumental: Grupo que defendeu O POETA E A FOLHA VAZIA, de Martin César e Paulo Timm, com Robledo Martins

domingo, 26 de setembro de 2010
BAILE DA PRENDA JOVEM

Para quem não sabe, Baile da Prenda Jovem, mal comparando, é como um Debu, ou seja, quando as famílias apresentam ás filhas para a sociedade, através de um lindo baile que mais parece um conto de fadas.
Pois no Rio Grande, em determinados lugares, os Centros de Tradições fazem isto a maneira gaudéria. É muito bonito e emocionante para quem assiste e, mais ainda, para os envolvidos diretos como os pais, padrinhos, pares e, principalmente, a própria prendinha.
Na noite de ontem fui padrinho de Daniella Santos Pinto, uma linda prenda, menina-moça, filha dos meus amigos e cumpadres Aloir e Giselda. Estava tudo a contento, a decoração, a ritualística, o clima envolvendo aquela grandiosa festa. Que noite linda. Pareceu-me, e me fez vivenciar, os suntuosos Saraus de Estância da antiga Província de São Pedro. Acho que todos os CTGs que tivessem condições, deveriam fazer o Baile da Prenda Jovem, apresentando as prendinhas aos integrantes de sua sociedade. É um fato marcante e inesquecível. Dancei a valsa com a Daniella como se estivesse nas nuvens.
Chegando agora no rancho, fui abrir meus e-mail e o grande amigo Hilton Araldi, lá de Passo Fundo, mandou-me este convite abaixo, solicitando sua divulgação, justamente falando de Baile de Prenda Jovem, lá na cidade de Nova Prata, no CTG Querência do Prata, no dia 09 de outubro. Me parece que o Rio Grande está voltando ás lindas festas nas casas-grandes e clubes sociais, e isto é muito bom.
Agora me vou aos pelegos porque desci 986 metros de altitude, da serra geral ao nível do mar, e ainda não me aclimatei. Até mais tarde!


sábado, 25 de setembro de 2010
CEM MANIAS DE GAÚCHO
Tenho um amigo carioca, o Arnaldo, que está morando no sul há mais ou menos 5 anos. Casou-se com uma gaúcha e por aqui se aquerenciou. O Arnaldo não perde tempo e seguidamente está me contando piadas e atitudes dos gaúchos, que ele acha "coisa de outro mundo", que está em nosso "DNA", etc...etc...etc.... Só que o Arnaldo já está viciadinho em nossos costumes. Na Semana Farroupilha, foi mais ao acampamento do que eu. Comprou pilcha gaúcha e não tira nem para dormir.
Mas o Arnaldo vem preparando, há certo tempo, uma listagem com "manias" dos gaúchos e que me repassou para postagem. Gauchada amiga, não levem a mal o Arnaldo, é só uma brincadeira.
1- Ele comenta com você notícias que "deu no rádio".
2- Quando ele conversa, parece uma briga .
3- As 6 da manhã, mesmo sábado ou domingo, ele já faz barulho com a "chaleira e o mate" ..
4- Não existe lugar nem hora inconveniente para andar com uma cuia...
5- Domingo sempre tem churrasco de meio-dia .
6- O que sobra, vira arroz carreteiro
7- Se é colorado, é anti-gremista .
8- Se é gremista, é anti-colorado .
9- Acha Capão da Canoa, Imbé e Tramandaí as melhores praias do mundo .
10- Se sobra dinheiro, passa o verão em Punta del Este
11- Prefere pala e poncho a casaco
12- Não dá a mínima para o 7 de setembro ..
13- Fica furioso com Revolução Constitucionalista de 32 ..
14- Canta de cor todo o Hino Rio-Grandense no 20 de setembro ..
15- É separatista .
16- Paga "um boi" pra não entrar numa briga e, depois que entrou paga "dois bois" pra não sair ..
17- Tem a bandeira do RS colada na traseira do carro .
18- Sempre tem um amigo "estanciero" (fazendeiro) em Bagé ou Passo Fundo ..
19- Teve algum parente na Revolução de 30 .
20- Nunca existiu mulher mais linda do que Ieda Maria Vargas ..
21- Odeia a poluição de São Paulo, mas adora a de Buenos Aires ..
22 - De Getúlio a Médici, todos grandes presidentes. Por que? Eram gaúchos...
23- Deus enviou o seu Messias ao Rio Grande do Sul. Nome? Leonel Brizola ..
24- Se acha provinciano, e se orgulha disso .
25- Harvard? Oxford? Cambridge? Yale? Princeton? Sorbonne? Que nada, universidade é a Ufrgs (se pronuncia ÚRGUIS), chamada de "a federal".
26- Tem porte de arma
27- Não sabe onde esta sua arma.
28- O Centro de Porto Alegre, não fica no Centro...
29- Todo mundo tem apelido
30- Quando neva em Gramado, faz de conta que já sentiu frio bem pior.
31- A estrada que vai para o litoral se chama "Free-Way" ...
32- "Balada" tem conotação a tiroteio ..
33- Tomar um "Balaço" é embriagar-se ..
34- Vai no Maracanã ver o Fla-Flu com camiseta do Grêmio ..
35- Reza pra encontrar alguém do Casseta & Planeta .
36- O primeiro telefone na memória do celular é sempre o do advogado ..
37- Fez CPOR, na arma de cavalaria .
38- Já quis ser piloto da Varig.
39- Tem algum amigo piloto da Varig .
40- Reclama dos preços da Varig .
41- Pelé foi um enganador, craque era o Tesourinha e o Alcindo.
42- Sonha em ter um sítio
43- Quem tem o sítio, tem uma "egüinha", pra dar "banda" no sábado .
44- Gosta de comer "Bergamota" na cama .
45- Acha que entende tudo de vinho .
46- É apaixonado por cerveja Polar .
47- Não tem a mínima idéia do motivo que pão francês é "cacetinho" .
48- Gosta de dormir depois do churrasco. "tchê, vou tomar uma magnésia bisurada e dar uma sestiada..."
49- Adora passear na Expointer .
50- Não perde uma oportunidade de trazer contrabando de Rivera ..
51- Chama a esposa de "Mãe" e marido de "Pai" ..
52- Ou é "chimango ou é maragato" .
53- Ou é PT ou é anti PT e não tem meio termo ..
54- Adora passar o dia em Gramado
55- Acha Gramado caríssimo .
56- Desmarca até o casamento de um filho para uma pescaria ou caçada ..
57- Adora chamar os outros de "fiá-da-puta" cujo plural é "fiá-das-puta" .
58- Enlouquece quando é chamado de "filho da puta".
59- Adora assistir corrida com chuva no Autódromo de Tarumã ..
60- Acha a Oktoberfest de Santa Cruz do Sul melhor que a de Munique
61- Já foi filiado ao PTB ou ao PDT .
62- Parece íntimo de todo mundo.
63- Adora caminhar na Rua da Praia, mesmo sem saber o que anda fazendo por ali.
64- Não tem carro, tem "auto"
65- Sabe de cor o "Canto Alegretense, Céu Sol Sul e Querência Amada".
66- Sempre leva um baralho de cartas pra praia, pra um "carteado com dia de chuva".
67- Gosta de passear em supermercado
68- Acha a Cidade Baixa um espécie de "SoHo" nova-iorquino dentro de Porto Alegre.
69- Acha o Moinhos de Vento parecido com a Recoleta ou Palermo Chico ..
70- Assistiu a algum show da Elis Regina, mesmo que tivesse 4 anos quando ela morreu...
71- Sempre foi apaixonado pelas "gurias do Anchieta"...as Anchietanas ..
72- Já conheceu uma namorada no Dado Bier .
73- Traiu a namorada no Café do Prado
74- Vai pra Factory em São Leopoldo, pra não ser descoberto.
75- Gosta de ir no "Parcão", no "Brique" e na "Encol".
76- Come sushi com costela
77- Não perde uma despedida de solteiro na "Tia Carmen".
78- Gosta de dias de sol no inverno, pra "lagartear" ..
79- Acha que ainda esta em tempo de "pegar em armas contra a ditadura do governo central" .
80- Já leu "A Ferro e Fogo", do Josué Guimarães umas 10 vezes .
81- Chama o Metrô de "Trensurb" .
82- Os táxis em Porto Alegre são de uma cor indescritível, e não tem o banco do passageiro na frente.
83- Já foi no "Ocidente", no Bom Fim, mas nega até a morte!
84- Chama arquibancada de "Geral" ..
85- Chama "Geral" de "Coréia" .
86- Os Colorados acham que o Beira-Rio é maior que o Olímpico ..
87- Os Gremistas acham que o Olímpico é o maior que o Beira-Rio ..
88- Chama cavalo de "pingo" .
89- Chama menino de "piá" .
90- Chamam os gays de "Odete" .
91- Chamam as lésbicas de "Machorra" .
92- Chama os vizinhos "as véia(o) aí do lado". Independente da idade deles.
93- Chama massa de ar polar de "minuano" .
94- Já cantou muito Kleiton & Kledir .
95- É sócio, ou já foi, do Grêmio Náutico União ou da Sogipa.
96- Sempre quis ser sócio do Leopoldina Juvenil ..
97- Tem fixação por "produtos coloniais" .
98- Espera o ano todo pela Feira do Livro .
99- Tem a mania de falar "Buenas Tchê".
100- Acha que as gaúchas são as mulheres mais lindas do mundo
Para completar 101 manias, vou dizer mais uma que o gaúcho tem e que talvez o Arnaldo não saiba. Amarrar seus cavalos no Obelisco, na Cidade Maravilhosa (brincadeira, meus leitores cariocas).


sexta-feira, 24 de setembro de 2010
TESTE SEUS CONHECIMENTOS

Se o leitor acertar de 05 a 06 questões está um pouco informado sobre a Revolução Farroupilha.
Se o leitor acertar de 07 a 08 questões está bem informado sobre a Revolução.
Se o leitor acertar de 09 a 10 questões, parabéns. Está muito bem informado.
Se o leitor acertar menos que 05 questões, estará precisando ler mais sobre nossa história.
REVOLUÇÃO FARROUPILHA
1. Que data teve início a Revolução Farroupilha?
a) ( ) 19 setembro 1835.
b) ( ) 20 setembro 1835.
c) ( ) 21 setembro 1835.
d) ( ) Nenhuma resposta correta
2. Quem proclamou a República Riograndense?
a) ( ) Bento Gonçalves
b) ( ) Antônio de Souza Netto
c) ( ) David Canabarro
d) ( ) Duque de Caxias
3. De que forma Bento Gonçalves fugiu do Forte do Mar, em Salvador, retornando para o comando da Guerra dos Farrapos?
a) ( ) a cavalo
b) ( ) a pé
c) ( ) nadando
d) ( ) de trem
4. Qual o nome dos lanchões que, puxados por cem juntas de boi, sob o comando de Giuseppe Garibaldi, atravessaram os campos gaúchos rumo a foz do Rio Tramandaí para atacar Laguna por mar?
a) ( ) Seival e Farroupilha
b) ( ) Farroupilha e Liberdade
c) ( ) Liberdade e Seival
d) ( ) Nenhuma resposta correta
5. Qual o verdadeiro nome de Anita Garibaldi, a lagunense heroína da Revolução?
a) ( ) Mariana de Jesus
b) ( ) Anita de Moraes Ribeiro
c) ( ) Anita Mello Cerqueira
d) ( ) Ana Maria de Jesus Ribeiro
6. Em que localidade o Capitão Farrapo Teixeira Nunes, ao retornar da malograda expedição à Laguna, derrota a Divisão Paulista ao comando do brigadeiro Xavier da Cunha, enviada de São Paulo para lutar contra a Revolução Farroupilha.
a) ( ) no Seival
b) ( ) na Ilha do Fanfa
c) ( ) em Bom Jesus
d) ( ) em Guaíba
7. Quem escreveu a letra do Hino Riograndense, no ano de 1838?
a) ( ) Antônio Tavares Pinto Real
b) ( ) Francisco Pinto da Fontoura
c) ( ) Maestro Mendanha
d) ( ) Nenhuma resposta correta
8. Em que batalha os legendários Lanceiros Negros foram praticamente dizimados gerando, até os dias de hoje, profundas discussões sobre o episódio?
a) ( ) Batalha de Marcílio Dias
b) ( ) Batalha do Fanfa
c) ( ) Batalha dos Porongos
d) ( ) Batalha do Seival
9. Que general farroupilha assinou o Tratado de Paz em Ponche Verde?
a) ( ) Bento Gonçalves
b) ( ) Antônio de Souza Netto
c) ( ) David Canabarro
d) ( ) Nenhuma resposta correta
10. Que general farroupilha continuou guerreando, agora ao lado do império, sendo ferido e morto na Guerra do Paraguai?
a) ( ) Bento Manuel Ribeiro
b) ( ) Antônio de Souza Netto
c) ( ) Manuel Luiz Osório
d) ( ) David Canabarro
Respostas: 1a. 2b. 3c. 4a. 5d. 6c. 7b. 8c. 9c. 10b.

VOCABULÁRIO CHUCRO - CAPÃO

Em meio ao campo, sozinho,
Morada de passarinho
E abrigo certo pro gado;
É animal beneficiado
Porco, cusco ou garanhão.
Emprega-se, também, capão
Para o terneiro castrado.
“... me sentei no cabeçalho
Que estava arriado ao chão,
Chichurriei um chimarrão
Enquanto que um pardavasco
Dava voltas no churrasco,
Um costilhar de capão.”
Versos: Jayme Caetano Braun
Foto: Neco Varella

quinta-feira, 23 de setembro de 2010
NOSSA TERRA - DOM PEDRITO

O município é servido pelas bacias hidrográficas dos rios Camaquã e Santa Maria, este último nasce no nordeste do município.
A rodovia BR-293 liga o município a Bagé e a Santana do Livramento.
Desmembrado de Bagé, o povoamento surgiu com o contrabando. Um espanhol, Pedro Ansuateguy, apelidado de Dom Pedrito, organizava esta atividade ilegal, abrindo picadas que deram origem a estradas, daí surgiu o nome do município.
O povoamento da região sede iniciou em 1800, emancipando-se em 1872. Inicialmente, denominou-se N. Sra. do Patrocínio de Dom Pedrito; posteriormente, passou a chamar-se somente Dom Pedrito. A partir de 1888, a sede foi elevada à categoria de cidade.
Esta região foi duramente atingida por três conflitos armados, Revolução Farroupilha, Revolução Federalista de 1893 e pela Revolução de 1923. O Tratado de Paz da Revolução Farroupilha ocorreu em Ponche Verde (Dom Pedrito), o que levou a cidade a ter a denominação de Capital da Paz.
Após a Revolução de 23 o progresso tomou grande impulso na zona, principalmente nos setores de criação de gado e triticultura. Dom Pedrito sempre manteve sua área geográfica desde sua emancipação, não tendo dado origem a nenhum outro município

CARTUNISTAS GAUCHESCOS

(informações obtidas no livro Separatismo, Corta Essa - LP&M, 1993)

VOLTEANDO DATAS

Honório Lemes da Silva, conhecido como "O Leão do Caverá" nasceu em Cachoeira do Sul, RS em 23 de setembro de 1864 e morreu em Santana do Livramento em 30 de setembro de 1930 foi tropeiro e pequeno proprietário pobre e quase analfabeto que, patriota, liberal convicto e admirador de Gaspar da Silveira Martins, ao rebentar a revolução federalista, em 1893, ingressou como simples soldado nas fileiras revolucionárias, chegando ao posto de coronel. Terminada a luta em 1895, voltou a se dedicar às lides campeiras.
Em 1923 voltou a pegar em armas, dessa vez para lutar contra a posse de Borges de Medeiros, que havia sido reeleito para o quinto mandato consecutivo no governo gaúcho. Em novembro do ano seguinte voltou a rebelar-se, dessa vez em apoio aos jovens oficiais militares que, liderados por Luis Carlos Prestes, sublevaram unidades do Exército no interior gaúcho contra o governo do presidente Artur Bernardes. Em 1925 foi preso e levado para Porto Alegre, porém, conseguiu fugir e exilou-se na Argentina. Apoiou a candidatura presidencial derrotada de Getúlio Vargas em 1930.
Exerceu a profissão de carvoeiro, e deixou sua família na extrema miséria após sua morte, poucos dias antes do início do movimento armado que levaria Vargas à presidência da República.

DEFINITIVAMENTE, OS MONARCAS!

Andava meio destreinado na arte da dança pois fazia tempo que não me largava num trotão em bailongos deste porte, mas com o conjunto que tocou o fandango, mesmo descaderado, com uma costela trincada e reumatismo num joelho, quase gastei a sola da bota de tanto dançar. Nada menos que Os Monarcas animaram o Baile do Bode.
Definitivamente, este grupo musical é o expoente maior do Rio Grande em matéria de animação de bailes. Sua extrutura é espetacular. A medida que vão tocando, um telão, no fundo do palco, vai mostrando imagens gauchescas representativas das letras que cantam.
Musicalmente, Os Monarcas passam de Pedro Raimundo a Teixeirinha, de José Mendes a Mano Lima, de Porca Véia aos Irmãos Bertussi. Tudo isto sem perder o embalo, o trancão característico. Há um revezamento no palco que a gente nem percebe. É como aquele time que muda o atleta, mas não altera o estilo de jogo.
Afora isto, a simpatia, o carisma de seu líder maior, o gaiteiro Gildinho. Que paciência, que sorriso largo, que receptividade com seus fãs!
Não quero deixar enferrujar as dobradiças novamente e onde ecoar uma gaita dos Monarcas, me largo na sala, na contramão, meio torto, dando-lhe grito: - Viva o Rio Grande, bugrada!

PAYADA DAS PRIMAVERAS

a inspiração que extravasa,
quando a gente dá “ôh de casa”
pra escutar um “buenos dias”.
- Cincerros de melodias
que sobem na atmosfera,
depois tudo se entrevera,
num soluço de beleza,
pra saudar a natureza
vestida de primavera!
É o quadro vivo mais lindo
que enternecido contemplo:
- o varzedo é todo um templo,
cheio de vida – surgindo,
flores do campo se abrindo,
quando tudo se alvoroça;
O bicharedo retoça,
em barbarescos namoros
- o próprio berro dos touros
parece até que se adoça!
Foto: LRS

quarta-feira, 22 de setembro de 2010
UM CHASQUE PARA DUBAI

Sei que o blog "véio" está andejando aos sete ventos pois, olhando quem e de onde acessam, temos uma idéia das pernadas que temos dado.
Entre as diversas peculiaridades da internet e da comunicação moderna de um modo geral, temos uma que considero de suma importância: a de aproximar as pessoas, mesmo estando do outro lado do emisfério. Pois, agora, nos chega de Dubai um chasque de um grande amigo, gaúcho, parceiraço, que, com garra e determinação, junto com sua família, buscou novos horizontes. Coisa que eu, enraizado e acomodado, jamais faria.
Quanta honra Luiz Pedro, Noemy e Giovanni! Que Cristo, Alá e todos os Deuses vos acompanhem e, entre um chimarrão e outro, para matar a saudade dos pagos, continuem acessando, de vez em quando, este humilde blog. A Miriam e as "crianças" mandam abraços.
Sou do tempo de mandar recados para a família pelos cobradores de ônibus, mas que a modernidade é boa, ah... isto é!

CADA ESTAMPA... MAS FOI CRIATIVO!

Foto: LRS

RESCALDOS DO ACAMPAMENTO




Fotos: LRS

terça-feira, 21 de setembro de 2010
VOLTEANDO DATAS

O monumento da foto acima, de autoria do escultor pelotense Antonio Caringe, localiza-se na Av. João Pessoa, em Porto Alegre, a poucos metros do local do primeiro embate entre farroupilhas e imperiais.
Foto: LRS

NO LIVRO DOS RECORDES GAUCHESCOS

No dia 18 de setembro, nada menos do que 550 prendas desfilaram, de a cavalo, pelas ruas deste município rodeado de canyons (prefiro dizer peraus) da Serra Geral.
Quem participou disse que a organização foi primorosa e a atenção das promotoras com as cavalarianas visitantes foi de extrema hospitalidade, o que é uma característica daquele lugar serrano.

DESFILE FARROUPILHA EM PASSO FUNDO
e
CAVALEIROS DO PLANALTO MÉDIO VENCE NA CAVALARIA

Na 18ª Mostra da Cultura Gaúcha, das oito entidades participantes, o CTG Lalau Miranda, que destacou o tema: "trabalho: lida do campo e charqueadas", foi o grande vencedor, seguido das seguintes entidades: Associação Pedro Ribeiro da Luz (2ª), Guapos da Agronomia (3º), CTG Estância Nova (4º), CTG Dom Luiz Felipe de Nadal (5º), CTG Moacir da Mota Fortes (6º), CTG Fagundes dos Reis (7º) e Cavaleiros do Mercosul (8).
Já no desfile da cavalaria a entidade campeã foi Cavaleiros do Planalto Médio, que com 58 cavaleiros conseguiu o tetracampeonato. Em segundo ficou o CTG Lalau Miranda, seguido por Departamento Tradicionalista Simpasso, Cavaleiros do Mercosul e CTG Tropel de Caudilhos.
Foto: Regis Leonardo
Texto: Hilton Araldi

AINDA SOBRE O DESFILE

Hoje, lendo o Jornal Zero Hora, me deparei com seguinte texto: para o presidente do MTG, Oscar Gress, uma ausência ilustre ofuscou o evento. Como reza a tradição, antes de ingressarem na Edvaldo Pereira Paiva, representantes do MTG pedem autorização ao governador do Estado para que sua "tropa" se apresente. Ontem, porém, ao chegar á frente do palanque oficial, Gress não soube o que fazer:
- Fiquei procurando a governadora, mas ela já não estava lá.
Desconcertado, Gress deu meia-volta e autorizou o ingresso dos cavalarianos na pista.
No palanque desde á 8h 30m, a governadora Yeda Crussius assistiu a PMs fardados, contemplou a exibição de policiais civis e militares, agentes penitenciários e funcionários do Instituto-geral de Perícias, mas deixou a solenidade instantes antes dos cavalarianos ocuparem a pista.
Conforme a assessoria da governadora, Yeda Crussius saiu após o término do desfile cívico-militar em função de outos compromissos.
Na verdade eu acho que a assessoria foi educada assim respondendo pois a desorganização causou demora e a demora causou irritação no público presente (e com certeza na governadora).
Foto: LRS

segunda-feira, 20 de setembro de 2010
DESFILE DE CAVALARIANOS DA CAPITAL
No ano passado desfilei a cavalo e prometi nunca mais repetir tal façanha. Ficamos embretados dentro do pátio do Estádio Beira Rio e para sair dali, quando nos chamavam para entrar na avenida, era assim: quem pode mais chora menos. Saímos mais extraviados do que filhos de perdiz. Enquanto alguns já estavam lá na frente,tinha gente tentando desentupir-se daquele aperto.
Qualquer criança sabe (menos a Comissão encarregada) que as invernadas devem ficar posicionadas, já em formação de desfile, ao longo da avenida. Dada a ordem de iniciar, saem todos juntos e uniformemente. Mas não é o que acontece.
Este ano resolvi assistir junto ao público o desfile de cavalarianos. Vou lhes contar: é um verdadeiro teste para a paciência de qualquer um. Chega ao ponto de ser irritante. Passaram as bandeiras. Tudo muito bonito. Depois de uns 10 minutos veio o Patrono da Semana Farroupilha, mais perdido que cachorro que caiu de mudança. Não fosse seu filho Borghetinho e dois amigos lhe fazerem um costado viria completamente isolado em meio ao público. Passa mais 10 minutos e vem os Cavaleiros da Paz e as Anitas, mais 15 e vem outra invernada. O povo foi perdendo o bom humor e simplesmente desistiram do desfile. Eu fui um deles. Não me perguntem o que veio depois do Fraternidade Gaúcha porque não sei. Muitos pensaram que tinha terminado o evento, enquanto que, na realidade, estava apenas começando. Para a televisão deve ter sido um terror transmitir tal festividade.
Os organizadores devem entender que um desfile, qualquer que seja, tem que ser compacto, sem intervalos gritantes que dispersem as pessoas. Quem sabe um dia eles assistam aos desfiles de Santana do Livramento ou de Alegrete, com mais de 6.000 cavalarianos andejando de forma agrupada e atrativa para os assistentes. Não acredito muito, mas a esperança não morre por aqui. Até o ano que vem!
Em tempo: Me contaram a pouco que até o Palanque Oficial, onde estava a Governadora e as redes de TV, o desfile estava "mais ou menos". Então eu digo que o evento não termina ali e que faltou respeito com as milhares de pessoas (como eu) que estavam ao longo da avenida, depois do Palanque Oficial.
Foto: LRS

NOITE DE VIGÍLIA
Pois ontem a noite, neste mesmo local da invasão, onde localiza-se o monumento aos maçons imperiais e republicanos, por proposição do vereador Bernardino Vendruscolo, foi feita uma noite de vigília, que começou logo após o desfile temático, indo até o clarear do dia 20.
Esta iniciativa do vereador visa homenagear e reverenciar, todos os anos, aqueles combatentes, e dar destaque ao marco da revolução que durou quase 10 anos.
Estavam presentes no ato diversas autoridades maçônicas, civís e militares. Usei da palavra em nome do Piquete Fraternidade Gaúcha e relatei da minha emoção em estar vivenciando aquele momento tão importante, em local que foi uma referência na história de nosso povo riograndense.
Parabéns pela iniciativa, vereador Bernardino Vendruscolo!
Foto: LRS

A GUERRA DOS FARRAPOS - PARTE X

AS NEGOCIAÇÕES DE PAZ E A SURPRESA DE PORONGOS
Em novembro de 1844 estavam todos em pleno armistício. Suspensão de armas, condição fundamental para que os governos pudessem negociar a paz. Por isso o relaxamento da guarda no acampamento da curva do arroio Porongos. Recolheram os cartuchos de munições para colocá-los ao sol para secar. Canabarro e seus oficiais imediatos foram a uma estância próxima visitar a mulher viúva de um ex-guerreiro farrapo. O coronel Teixeira Nunes e seu corpo de Lanceiros negros descansavam. Foi então que apareceu Moringue, de surpresa, quebrando o decreto de suspensão de armas. Mesmo assim o corpo de Lanceiros Negros, cerca de 100 homens de mãos livres, pelearam, resistiram e bravamente lutaram até a aniquilação, em uma posição de difícil defesa. Além disso foram presos mais de 300 republicanos entre brancos e negros, inclusive 35 oficiais.
O general Canabarro, recuperado, reuniria ainda todo o restante de seu exército, cerca de 1.000 homens, e atacaria Encruzilhada a 7 de dezembro de 1844, tomando-a e mostrando assim que a sua intenção não era entregar-se.
A PAZ DO PONCHE VERDE
Por fim, a 1 de março de 1845, assinou-se a paz: o Tratado de Poncho Verde ou Paz do Poncho Verde, após quase dez anos de guerra que teria causado 47829 mortes. Entre suas principais condições estavam a anistia plena aos revoltosos, a libertação dos escravos que combateram no Exército piratinense e a escolha de um novo presidente provincial pelos farroupilhas. O cumprimento parcial ou integral do tratado até hoje suscita discussões. A impossibilidade de uma abolição da escravatura regionalmente restrita, a persistência de animosidade entre lideranças locais e outros fatores administrativos e operacionais podem ter ao menos dificultado, senão impedido o cumprimento integral do mesmo. Tal discussão é remetida para o artigo principal deste assunto.
Dos escravos sobreviventes, alguns acompanharam o exército do general Antônio Neto em seu exílio no Uruguai, outros foram incorporados ao Exército Imperial e muitos foram vendidos novamente como escravos no Rio de Janeiro.
A atuação de Luís Alves de Lima e Silva foi tão nobre e correta para com os oponentes que a Província, novamente unificada, o indicou para senador. O Império, reconhecido, outorgou ao general o título nobiliárquico de Conde de Caxias. Mais tarde, (1850), com a iminência da Guerra contra Rosas seria indicado presidente da província de São Pedro do Rio Grande.

domingo, 19 de setembro de 2010
UM DESFILE BONITAÇO. PARABÉNS!

Foram 1.500 figurantes que desfilaram com entusiasmo e emoção diante da governadora Yeda Crusius e autoridades. A preocupação com a estilização demasiada dos carros alegóricos não se confirmou pois os mesmos estavam simples mas bonitos e transmitiram seus recados históricos e culturais. Parece que ano a ano o Desfile Temático vai firmando-se como um grande evento dentro das comemorações farrapas.
Vi o desfile pela TV Educativa e o que se pode acrescentar, não como crítica, mas como observação, é sobre participação dos cavalos no desfile. O esterco deixado na pista atrapalhou visivelmente os participantes que vinham a pé. Outra coisa: havia uma dissonância entre os locutores oficiais e a passagem dos carros. A TV mostrava uma invernada enquanto ocorria os comentários sobre a invernada seguinte.
De negativo mesmo, só o pouco público presente na Avenida Eduardo Pereira Paiva para assistir tão bela apresentação de civismo riograndense.
Vamos ver como se comportará o desfile da cavalaria, amanhã. Tomara que o pé-frio seja eu, que já larguei de mão de participar devido a desorganização.

DESFILE TEMÁTICO NO FIO DA NAVALHA

Um grave problema que tem ocorrido, na confecção dos carros, é o limite, muito tênue, entre o propagado Desfile Temático e o carnaval.
Estive, no passado, enquanto Presidente da Estância da Poesia Crioula, em algumas reuniões para tratar do assunto desfile e pude observar a animosidade existente entre os tradicionalistas mais ferrenhos e os projetistas dos carros alegóricos, todos eles carnavalescos. Em uma das reuniões quase chegaram as vias de fato e o desenhista do carro que desfilaría-mos retirou-se da reunião. Vamos assistir e torcer para que o desfile seja, realmente, temático.

A GUERRA DOS FARRAPOS - PARTE IX

A queda de Laguna deu início ao declínio Farroupilha. O General Andréa, que havia retomado Laguna, logo é nomeado o novo Presidente Imperial da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e Comandante do Exército Imperial na Província.
Entre as frustrações de 1840 estão:
• Caçapava, a então capital da República é invadida pelos imperiais. Instala-se a capital em Alegrete.
• Em Julho os farrapos perdem São Gabriel.
• Francisco Pedro de Abreu, o Moringue, surpreende Souza Neto quase fazendo-o prisioneiro.
• Bento Gonçalves da Silva, em campanha pela conquista de São José do Norte, trava duríssima batalha de quase nove horas, mas tem que desistir. As condições eram totalmente desfavoráveis; o império ameaça retomar o controle da Província.
Estes insucessos, deu pretexto a lideranças de objetivos menos firmes, como Bento Manuel, tido como fiel da balança do confronto, para abandonar os revolucionários.
Em outros combates como em novembro de 1841 Chico Pedro fez 20 prisioneiros e tomou 400 cavalos dos Farroupilhas, perto de São Gabriel; em Rincão Bonito o coronel João Propício Mena Barreto provoca 120 mortes, faz 182 prisioneiros e toma 800 cavalos; em 20 de janeiro de 1842 Chico Pedro, atacado por Bento Gonçalves e 300 homens, derrota-o, provocando 36 mortes, 20 prisioneiros e capturando toda a bagagem, sofrendo somente 3 mortes e 7 feridos.
Uma Assembléia Constituinte havia sido convocada em 10 de fevereiro de 1840, porém manobras de Bento Gonçalves, que não queria perder poderes, levaram a que somente em 1842, fosse promulgada a Constituição da República, o que deu um ânimo momentâneo à luta.
Reforços Liberais
O fim rebeliões em outras províncias, como a Sabinada na Bahia e a revolução Liberal de 1842 em São Paulo, trazem novos reforços às tropas farrapas, como Daniel Gomes de Freitas (signatário depois do tratado de paz), o coronel Manoel Gomes Pereira, Francisco José da Rocha e João Rios Ferreira, da Bahia; e Rafael Tobias de Aguiar, de São Paulo.
Por outro lado, o fim destas outras rebeliões, também liberam as tropas do exército brasileiro para concentrarem seus esforços contra os Farroupilhas.
Intrigas: O duelo entre Bento Gonçalves e Onofre Pires
A República Rio-Grandense não ficou isenta das disputas pelo poder. Começaram a aparecer em sua fileiras pessoas inteligentes e capazes, dispostas a rachar a necessária unidade nacional naquele momento em que a nação gaúcha precisa de todas as suas forças para combater um inimigo reconhecidamente superior em número e riqueza. Em dezembro de 1842, quando se instalou a Assembléia Constituinte, as divergências se exteriorizaram, contrapondo a “maioria” de Bento Gonçalves e contra a "minoria" de Antonio Vicente da Fontoura. Isto levou o projeto de Constituição publicado em fevereiro de 1843, a ter prejudicada a sistematização das idéias de todos aqueles que ainda estavam na revolução ou a apoiavam.
Bento Gonçalves renuncia, por conta da campanha de intrigas, à Presidência da República Riograndense a 4 de agosto de 1843, assumindo seu vice Gomes Jardim. Lança um manifesto dizendo-se acometido de uma enfermidade pulmonar, que talvez já o estivesse incomodando, e incita a nação a se unir em torno do novo Presidente. Passa em seguida a comandar uma divisão do Exército Rio-Grandense.
Opositores, entre eles o deputado Antônio Vicente da Fontoura, induzem Onofre Pires a destratar e humilhar Bento Gonçalves, chamando-o de assassino ( de Paulinho da Fontoura) e ladrão. Onofre, desafiado por Bento para um duelo realizado em 27 de fevereiro de 1844, é ferido no braço direito, sendo socorrido por Bento, mas vindo a falecer, dias depois, por complicações advindas daquele ferimento.
