
Andava meio destreinado na arte da dança pois fazia tempo que não me largava num trotão em bailongos deste porte, mas com o conjunto que tocou o fandango, mesmo descaderado, com uma costela trincada e reumatismo num joelho, quase gastei a sola da bota de tanto dançar. Nada menos que Os Monarcas animaram o Baile do Bode.
Definitivamente, este grupo musical é o expoente maior do Rio Grande em matéria de animação de bailes. Sua extrutura é espetacular. A medida que vão tocando, um telão, no fundo do palco, vai mostrando imagens gauchescas representativas das letras que cantam.
Musicalmente, Os Monarcas passam de Pedro Raimundo a Teixeirinha, de José Mendes a Mano Lima, de Porca Véia aos Irmãos Bertussi. Tudo isto sem perder o embalo, o trancão característico. Há um revezamento no palco que a gente nem percebe. É como aquele time que muda o atleta, mas não altera o estilo de jogo.
Afora isto, a simpatia, o carisma de seu líder maior, o gaiteiro Gildinho. Que paciência, que sorriso largo, que receptividade com seus fãs!
Não quero deixar enferrujar as dobradiças novamente e onde ecoar uma gaita dos Monarcas, me largo na sala, na contramão, meio torto, dando-lhe grito: - Viva o Rio Grande, bugrada!