RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Gênero musical Bugio é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul

sábado, 2 de agosto de 2025

 


FELICIDADE CAMPESINA




Padre Pedro Luis, o Gênio do Pampa


Sobre a touca ver-escura 

das coxilhas onduladas

 - derradeira douradura

destas tardes angustiadas -

brilha ainda meia braça

de sol pondo. Longe passa

o caboclo mais bizarro

ao tranquito da Mimalha

saboreando o seu cigarro

com um palmo bom de palha. 


Sua mente, na almofada

destes campos e fazendas,

da verdura emoldurada

de florinhas e alvas rendas,

é o ginete dos espaços,

sob as puas e os relhaços

é livre da fantasia,

das regiões dos devaneios

e não tem como seu guia

o bocal atroz do freio. 


 

 


73º CONGRESSO TRADICIONALISTA




Começou ontem e termina no dia de hoje o 73º Congresso Tradicionalista Gaúcho, aonde se debate as diretrizes do MTG do RS. 

Entre tantas proposições, algumas de fundamento outras mais para agradar seus pares, tem uma que me agrada (se é que entendi bem). Proposição 6: Alteração do Art. 52 do Estatuto sobre a duração dos mandatos das Regiões Tradicionalistas – Evandro Martins Otero. 

Tem Coordenador Regional perpetuado no cargo. Por melhor que seja sua administração, a troca, a descontinuidade, pode trazer alma revigorada, a renovação de ideias e a formação de novos líderes.    

Vamos aguardar.

 

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

 

REPONTANDO DATAS / 01 DE AGOSTO

NASCE AURELIANO DE FIGUEIREDO PINTO



 Aureliano de Figueiredo Pindo, ao centro, de óculos,
nos seus tempos na Escola de Medicina

Na data de hoje, dia 1 de agosto, comemora-se o nascimento daquele que considero o maior poeta gauchesco, Aureliano de Figueiredo Pinto. Com seu vigoroso regionalismo, o nosso idioma, longe de empobrecer-se, adquiriu novas e cintilantes riquezas.

Seus poemas, nascidos das vivências campeiras, com invernos, tropeadas, rondas, noites longas, chimarrão, e outros temas rudes e belos. São sempre, impregnados de comovente humanismo e iluminados pelo sol de sua fulgurante cultura. A divulgação de seus versos magistrais é, pois, exigência imperiosa de todos os que cultuam as letras pampeanas e que amam nossa Querência.

Nada, nos seus versos, do apenas fácil e pitoresco que caracteriza uma boa parte de poesia gauchesca. A poesia de Aureliano Figueiredo Pinto, profundamente ligada a terra, tem uma extraordinária densidade humana, assumindo sua temática, em muitos passos, o sentido de um canto geral que transcende o mero regionalismo. Poucos livros refletem com mais autenticidade o homem e a paisagem do Rio Grande do que estes "Romances de Estância e Querência".

Aureliano de Figueiredo Pinto nasceu em 1º de agosto de 1898, na fazenda São Domingos, município de Tupanciretã, filho de Domingos José Pinto e de Marfisa Figueiredo Pinto. Exerceu o ofício de médico, mas por essência foi poeta e escritor.

O processo de alfabetização inicia-se em 1904 quando recebeu aulas de sua mãe, quatro anos depois no colégio Santa Maria em Santa Maria, seguiu seus estudos, de onde enviou a sua mãe seus primeiros poemas.

Aureliano inicia ali seu martírio, sua ressurreição e sua glória: escrever.

Aos 17 anos, nasceu uma grande amizade com Antero Marques. Antero seria, pela vida afora companheiro, crítico e confidente a dividir aulas, pensões, ruas, e uma infinidade de cartas. Iniciam as discussões políticas, literárias e filosóficas, que os levariam a participar da Revolução de 30. Passou a residir em Porto Alegre 3 anos mais tarde, onde prepara o vestibular para Direito, que trocaria mais tarde pela Medicina. Os poemas escritos em meio às anotações escolares antecediam sua estréia com poemas publicados no jornal Correio do Povo, com pseudônimo e nome próprio e nas revistas Kodak e A Máscara, um ano mais tarde.

Amigos passam a classificar seus poemas entre as correntes simbolista e parnasiana. Entre as anotações de aula, Aureliano escreve o poema Gaudério, que marcaria sua vinculação com o nativismo. Anos depois, Gaudério e Toada de Ronda seriam musicados por João Fischer. Segundo testemunhas de Antero Marques, Raul Bopp, entusiasmado com a produção do poeta diria que "Bilac assinaria estes versos" O poema Toada de Ronda é considerado o marco inicial da poesia nativista no Rio Grande do Sul.

Em 1924, parte para o Rio de Janeiro estudar Medicina, lá cursa o primeiro e o segundo ano e retorna a Porto Alegre. Lê Paja Brava, do Viejo Pancho, que marcará sua produção artística, e também livros de poetas regionalistas uruguaios e argentinos, que o influencia a escrever poemas em espanhol. Em 1926, volta aos estudos de Medicina no Rio de Janeiro, mas no mesmo ano retorna a Porto Alegre. Somente em 1931, conclui o curso de Medicina, e logo abre seu consultório em Santiago. Abre o coração aos campos e aos tipos humanos que o povoam.

A partir dali o trabalho de médico rouba-lhe o tempo de leitura e criação. Passa a fazer viagens ao interior do município, atendendo a chamados médicos e fica com os peões tomando mate e ouvindo causos.

Três anos mais tarde por falta de dinheiro dos clientes para compra de remédio, suas práticas médicas são interrompidas. Aureliano cria um código que é colocado nas receitas, para que fossem debitadas para alguns de seus amigos. Nessa época, seus poemas são datilografados por Túlio Piva, para quem produz textos para serem lidos na rádio local.

Em 1937, já com quase 40 anos, passa a dirigir o Posto de Higiene de Santiago. Anos mais tarde, seria o fundador do Hospital de Caridade. Casa com Zilah Lopes, em 29 de dezembro de 1938 com que tem 3 filhos. Em 1941, troca Santiago por Porto Alegre, assume a subchefia da Casa Civil do interventor Cordeiro de Farias. Fica poucos meses no cargo e retorna a Santiago.

Em 1956 inicia a reunir e selecionar seus poemas, espalhados entre amigos, para publicá-los em livros. Seu filho José Antônio vai à Editora Globo e ali espera até ter em mãos dez volumes de Romances de Estância e Querência – Marcas do Tempo o primeiro livro publicado de Aureliano de Figueiredo Pinto.

Aureliano vem a falecer em 22 de fevereiro de 1959 com câncer. Em 1963, é publicado "Ad Sodalibus" pela Livraria Sulina, seu segundo livro de poesias Romances de Estância e Querência – Armorial de Estância e Outros Poemas. Em 1974, é publicada pela Editora Movimento, a novela Memórias do Coronel Falcão. Em 1975, Noel Guarany recebe autorização dos familiares do poeta para musicar Bisneto de Farroupilha e Canto do Guri Campeiro.


quinta-feira, 31 de julho de 2025

 

A TRADIÇÃO É UMA INVENÇÃO


Shana Müller, mulher que admiro e respeito como cantora e comunicadora, ao conceder uma entrevista ao site da ZH, proferiu a seguinte frase: "a tradição é uma invenção e as vezes precisa ser reinventada".

Justo ela que se tornou conhecida expressando através da música, rádio, jornal e TV, as nossas tradições.

Talvez a artista tenha confundido tradição com tradicionalismo.  

Que tenha suas restrições quanto ao "machismo" que, segundo ela, andeja pelo tradicionalismo, tudo bem, mas atacar sem fundamento o que nos foi legado por nossos avós, tem uma distância de légua e pico. 

Tradição, para quem não sabe, é a transferência oral ou escrita de fatos, lendas, ritos, usos e costumes de geração para geração. E isto não é uma invenção.

Te vira no túmulo, Barbosa Lessa!   


quarta-feira, 30 de julho de 2025

 

GRÃO-MESTRE E FRATERNIDADE GAÚCHA 

VISITAM A GAÚCHOS TEMPLÁRIOS  




O Soberano Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul Marcus Vinícius Bortolotto e sua comitiva, juntamente com o Piquete Fraternidade Gaúcha, estiveram na noite de ontem, 29, em visita à Loja Maçônica Gaúchos Templários, Oficina que trabalha mesclando as tradições do Estado em consonância com o que preconiza a nossa Arte Real. 

Na oportunidade o Grão-mestre entregou ao Venerável Mestre Maurício Bastos de Freitas, uma Prancha de sua autoria com escritos que denotam o seu carinho por nossa "GGTT". A leitura pelo próprio Soberano emocionou a todos os presentes.

A noitada com muita música, como é de costume nas reuniões da Gaúchos Templários, serviu para solidificar ainda mais o foco de cada instituição, Loja e Piquete, na preservação da nossa cultura regional. Total, a história Rio-grandense está recheada de Irmãos. 

Para celebrar um suculento Ágape foi servido.  
    


terça-feira, 29 de julho de 2025

 

CHAMA CRIOULA TERÁ INCENTIVO OFICIAL 


Foto: divulgação prefeitura de Santa Maria


Não é querer bater na mesma tecla mas é notório como a tradição gaúcha está recebendo um olhar diferenciado a partir da posse de Eduardo Loureiro na Secretaria de Cultura. 

Um exemplo. 

É a primeira vez que o Estado investe no Acendimento da Chama Crioula, reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul.

O investimento será de R$ 300 mil, com repasse diretos às Regiões Tradicionalistas para garantir presença no evento que acontece em Caxias do Sul nos dias 15 e 16 de agosto.  

É dispensável ressaltar a importância deste ato simbólico iniciado lá em 1947 quando foi acesa pela primeira vez pelo saudoso folclorista Paixão Côrtes e o Grupo dos Oito.
 
A centelha gerada em Caxias do Sul percorrerá todo o Estado até chegar ao Palácio Piratini no dia 14 de setembro, marcando oficialmente a abertura da Semana Farroupilha de 2025. 




segunda-feira, 28 de julho de 2025

 

CLASSIFICADAS PARA O 32º RONCO DO BUGIO


Fase Local:

1 – Nome da Música: Retratos de São Chico;

Compositor Letra: Renan Batista Pedroso / Compositor Música: Renan Batista Pedroso.

2 – Nome da Música: O Rincão Mais Gaúcho da Serra;

Compositor da Letra: Paulo Moraes Trentin / Compositor da Música: Rodrigo Pires.

3 – Nome da Música: Entrevero de Gaiteiros;

Compositor da Letra: Cleiton Bohrer / Compositor da Música: Lilian Alves.

4 – Nome da Música: Forjada na Glória de Mil Ancestrais;

Compositor da Letra: Mariane Soares / Compositor da Música: Sthefany Ferreira e Jair Marcos.

5 – Nome da Música: O Turismo do Bugio;

Compositor da Letra: Valdir Carvalho de Oliveira / Compositor da Música: Valdir Carvalho de Oliveira.

6 – Nome da Música: Cantigas de Ausência;

Compositor da Letra: Eduardo Gomes / Compositor da Música: Eduardo Gomes.

7 – Nome da Música: Pra Cantar São Chico;

Compositor da Letra: José Claro / Compositor da Música: José Claro.

8 – Nome da Música: O Chão da Gente;

Compositor da Letra: Dionísio Costa / Compositor da Música: Ubiratã Reis.

9 – Nome da Música: Ronco Antigo;

Compositor da Letra: Simone Andréia Alves e Pietro Geordano Alves Parmegiani / Compositor da Música: Emílio Libardi Fogaça.

10 – Nome da Música: Um Abraço ao Agnel;

Compositor da Letra: Ariel Reis / Compositor da Música: Ubiratã Reis.

Músicas Suplentes:

1 - Nome da Música: Tecendo a Vida com Fios da Poesia;

Compositor da Letra: Luis Fernando da Silva / Compositor da Música: Luis Fernando da Silva e Edson Nunes.

2- Nome da Música: Declaração;

Compositor da Letra: Adrian Heitelvan Marques / Compositor da Música: Adrian Heitelvan Marques.

 

Fase Geral:

1 – Nome da Música: Assoviando na Chuva;

Compositor da Letra: Eduardo Monteiro Marques / Compositor da Música: Eri Cortes.

2 – Nome da Música: Mestre Paulo Siqueira;

Compositor da Letra: Jones Andrei Vieira / Compositor da Música: Jones Andrei Vieira e Ivan Godói.

3 – Nome da Música: Um Bugio e Uma Oito-Soco;

Compositor da Letra: Diego Müller / Compositor da Música: Edilbérto Bérgamo.

4 – Nome da Música: Cerca de Pedra;

Compositor da Letra: José Luiz dos Santos e Don Arabi Rodrigues / Compositor da Música: Márcio Correa

5 – Nome da Música: Motivo pra Tocar Bugio;

Compositor da Letra: Dionísio Costa / Compositor da Música: Du Antunes.

6 – Nome da Música: Pery Fogaça;

Compositor da Letra: Emílio Fogaça / Compositor da Música: Emílio Fogaça.

7 – Nome da Música: O Ronco d’Alma;

Compositor da Letra: Ronaldo Afonso Martins / Compositor da Música: Roberson Vieira Franco.

8 – Nome da Música: São Chico de Outrora;

Compositor da Letra: André Alano / Compositor da Música: André Alano.

9 – Nome da Música: O Brasão do Rio Grande;

Compositor da Letra: Mário Amaral / Compositor da Música: Clóvis de Souza.

10 – Nome da Música: Quando Escuto um Bugio;

Compositor da Letra: José Claro e Luiz Ernando dos Reis / Compositor da Música: José Claro.

 

Músicas Suplentes:

1 – Nome da Música: Sempre Tem um Bugio a Roncar;

Compositor da Letra: Érlon Péricles / Compositor da Música: Érlon Péricles.

2 – Nome da Música: Tropas de Saudade;

Compositor da Letra: Paulo Moraes Trentin / Compositor da Música: Carlos Müller e Rodrigo Pires. 


Instrumental de Gaita:

1 – Nome da Música: O Bugio e a Rapadura;

Compositor da Música: Samuel Costa dos Santos.

2 – Nome da Música: De Albino pra Chico;

Compositor da Música: Rodrigo Pires.

3 – Nome da Música: Bugio Ruivo;

Compositor da Música: Jones Andrei Vieira.

Música Suplente:

1 – Nome da Música: Bugio Velho Escorraçado;

Compositor da Música: Nereu Avila da Nascimento.

 

 


 

COMEÇOU O INCONFORMISMO


A jornalista Juliana Bublitz do jornal Zero Hora publicou na data de hoje, 28, uma entrevista realizada por ela com o Secretário de Cultura do Estado, Eduardo Loureiro. 

Algumas pessoas entenderam que a repórter foi quase que uma porta voz do inconformismo de alguns seguimentos contrários a indicação do então deputado para a pasta da cultura.  Outros, acharam que a matéria foi esclarecedora. Chegou ao ponto da chamada principal da reportagem ser uma frase do entrevistado: "Ninguém está resumindo a cultura gaúcha ao tradicionalismo".  

Em outra parte a repórter voltou a temática com as seguintes perguntas: E o aporte de R$ 17,7 milhões nos CTGs? Como vai impactar a sociedade? 

Quando o Secretário falou ...meu sonho seria transformar a Semana Farroupilha em um grande atrativo turístico sendo que o primeiro passo seria lançar um site veio a pergunta: Um site do tradicionalismo?  

Em seguida questionou reto como goela de João-grande: Uma parte da classe artística não gostou de sua escolha, por entender que foi política e por achar que o senhor daria prioridade aos CTGs. Como responde às críticas? 

No que o Secretário respondeu: 

Meu compromisso primeiro é não fazer ruptura. A Bia (Beatriz Araújo, antecessora no cargo cuja permanência foi defendida em abaixo-assinado com centenas de adesões) fez um belo trabalho. Aliás, ela estruturou a secretaria, que foi recriada no governo Eduardo Leite. Logicamente meu compromisso é dar continuidade a tudo que está funcionando. Não descontinuamos nada, pelo contrário. Estamos até procurando reforçar as ações. A cultura é extremamente diversa, e essa diversidade toda precisa ser respeitada.   

 

   

domingo, 27 de julho de 2025

 

TRIAGEM DO 32º RONCO DO BUGIO 


Cássio Figueiró, Léo Ribeiro, Maurício Borges, Israel Da Sóis
e Ricardo Marques

Aconteceu no dia de ontem, 26, a triagem musical para o 32º Ronco do Bugio, de São Francisco de Paula, festival genuíno em sua essência pois visa a preservação e divulgação do único gênero musical gauchesco produzido no Sul do país (que por sinal foi reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul). O evento acontece nos dias 29 e 30 de agosto. 

Foram selecionadas três composições na categoria instrumental, dez concorrentes da fase local e dez inscrições de diversas partes do Estado e fora dele. 

A reunião foi harmoniosa, sem imposição de vontades e, quanto ao nível musical, podemos dizer que vai ser um grande festival embora os compositores insistam em falar sobre o bicho e sobre a cidade de São Francisco de Paula. Quem sai destes temas (70% das inscrições foram neste sentido) já tem grande chance de se classificar pois, embora o gênero musical seja exclusivamente bugio, a temática é livre e abrangente.

Os classificados foram... Não vamos meter os cavalos. Amanhã provavelmente saia o resultado oficial. 

        

sábado, 26 de julho de 2025

 

BRASIL DE BOMBACHAS 


Neste fim de semana está acontecendo a 21ª Festa Campeira Nacional de Campeões em Cristalina, Goiás, aonde estão reunidos os melhores laçadores de cada Estado. 

Não estou acompanhando o evento mas me falaram que a música Brasil de Bombachas toca direto no sistema de som do parque de rodeios. Que coisa boa.  

Hoje estarei subindo a serra rumo a São Chico de Paula para a triagem de mais um Ronco do Bugio. Por falar em Ronco do Bugio e  Brasil de Bombachas, esta composição concorreu na 4ª edição deste festival e não recebeu premiação alguma. Agora, virou um clássico.  

E para quem não conhece, deixo o citado trabalho musical na interpretação do grupo Os Monarcas.

 


Brasil de Bombachas 

Letra: Léo Ribeiro de Souza

Melodia: Angelo Marques e Ricardo Marques

Interpretação: Os Monarcas




sexta-feira, 25 de julho de 2025

 


REPONTANDO DATAS - 25 DE JULHO

No dia 25 de julho, do ano de 1773, o governador de Rio Grande de São Pedro, coronel José Marcelino de Figueiredo, transfere a capital gaúcha de Viamão para Porto Alegre.


Óleo sobre tela retratando Viamão de antigamente
com a Igreja Matriz ao fundo
 
Autor: desconhecido deste blog


Fonte: Diário de Viamão

A importância histórica e social de Viamão iniciou-se quando foi sede das primeiras estâncias de criação de gado. Os grandes rebanhos de gado e cavalos que existiam na Campanha do Rio da Prata transitavam por Viamão para serem comercializados em Laguna (SC).

A partir de 1732, o Rio Grande de São Pedro – como era conhecido o RS – passou a atrair colonizadores que se radicaram na região de Viamão.

O município, portanto, foi um dos primeiros núcleos de povoamento do estado (formado por lagunenses, paulistas, escravos e portugueses). Só a partir de 1752 chegaram os primeiros casais de imigrantes açorianos, que desembarcaram na região de Itapuã.

Esses açorianos são os mesmos que colonizaram a região do Porto dos Casais, atual capital do estado. Além de Porto Alegre, a população de Viamão originou cidades como Santo Amaro, Triunfo, Rio Pardo, Taquari e as cidades do litoral norte.

Os habitantes primitivos foram os índios mbyá-guaranis e caigangues.

A data de fundação do município é de 14 de setembro de 1741, em cujo ano também foi dado início à construção da Capela Nossa Senhora da Conceição – atual Igreja Matriz de Viamão. O município viveu tempos de glória como Capital.

No século 18, a ameaça de invasão castelhana manteve no futuro município a sede administrativa do governo durante quase 10 anos. quase um século depois, a história de repetiu.

Os lideres da Revolução Farroupilha escolheram a Capela de Viamão para fundar a Vila Setembrina, uma espécie de sósia revolucionária da Porto Alegre legalista.

Depois de tentar governar de São José do Norte, o comandante Inácio Elói de Madureira transferiu a administração para Viamão.

Os açorianos estavam se estabelecendo no Porto dos Casais, quando Viamão transformou-se na segunda sede da Capitania. O ato foi oficializado em 16 de junho de 1764. Por quase uma década, o povoado se desenvolveu sob a sombra de Portugal.

Assim podia ter continuado, não fosse o desejo de um novo governante. Nomeado em 1769, o coronel José Marcelino de Figueiredo se apaixonou por Viamão, mas acabou se casando com Porto dos Casais.

Foi para lá que ele resolveu transferir a capital em 25 de julho 1773. Viamão ficou abandonada e o Porto de Itapuã perdeu importância para o "Porto Alegre" de Nossa Senhora Madre de Deus.

Em 1809, a segunda freguesia da Capitania foi absorvida pela atual Capital gaúcha. Foi preciso uma revolução para que a antiga capital voltasse com tudo ao cenário político.

Em 1838, Bento Gonçalves da Silva e Domingos José de Anchieta criaram a Vila Setembrina. Viamão e Triunfo passaram a formar a Comarca Abrilina. Na Vila Setembrina, os revoltosos reuniam as forças na contra-ofensiva dos ataques do governo imperial.

A falta de efetivos para participar dos combates na Campanha gaúcha e a pressão dos exércitos legalistas fez Bento Gonçalves tomar a decisão de retirar-se de Viamão em 5 de Janeiro de 1841.

O alinhamento da população nas fileiras farroupilhas era tão forte que a reconquista definitiva só ocorreu em 10 de maio. Daquela data em diante, a cidade que um dia foi capital voltou a ser vila. ​




quinta-feira, 24 de julho de 2025






COMPASSO BAILADO

Letra: Anomar Danúbio / Rodrigo Morales
Melodia: Rodrigo Morales
Interpretação: Ricardo Bergha



 

 

REPONTANDO DATAS - 24 DE JULHO


No dia 24 de julho, do ano de 1839, o general Farroupilha David Canabarro toma Laguna e proclama a República Catarinense ou República Juliana.


quarta-feira, 23 de julho de 2025

 


GÊNERO MUSICAL "BUGIO"

É RECONHECIDO COMO 

PATRIMÔNIO IMATERIAL DO ESTADO



 
A oficialização do gênero musical bugio como Patrimônio Cultural Imaterial do Rio Grande do Sul acontecerá no dia 12 de agosto com a presença de autoridades e convidados do Governo Estadual e das Prefeituras de São Francisco de Paula e São Francisco de Assis. 

Parabéns ás administrações destes municípios que deixaram as disputas sobre o nascedouro do "bichinho" de lado e uniram-se por um objetivo maior.        


terça-feira, 22 de julho de 2025

 

SOBRE ESTÁTUAS E MONUMENTOS


Sou um apaixonado por estátuas e monumentos e luto constantemente contra pichações e outros tipos de depredações. Contudo, assim como sinto falta de diversos artistas em "enes" segmentos culturais (cito como exemplo os pajadores), vejo que estamos meio acéfalos em se tratando de escultores. 

Tirando nomes que se contam em uma das mãos, como Vinícius Ribeiro, este é um tipo de arte que, desde o grande mestre pelotense Antônio Caringi, ficamos na saudade. 

E a coisa piora quando as estátuas representam pessoas que conhecemos, ou seja, quando o mármore, bronze, pedra, cimento, ou seja o que for, deveriam ser cópias fidedignas de alguém. 

Não fossem as placas ao pé do monumento dizendo de quem se trata a gente jamais adivinharia de tão diferente que ficou. 

Uma pena. 


          

segunda-feira, 21 de julho de 2025

 

PARA COMEÇAR A SEMANA

COM BOM HUMOR


Por: Brian Crane

 POR ISSO PERDI MEUS PARCEIROS DE TRUCO 


 


A VOCÊS UM ABRAÇO NO DIA DO AMIGO.

MAS NÃO ERA ONTEM?

É SEMPRE!


Arte: Léo Ribeiro




domingo, 20 de julho de 2025

 

 10ª TERTÚLIA MAÇÔNICA

DA POESIA CRIOULA

- AVALIADORES - 


Moisés Menezes

Moisés Silveira de Menezes nasceu em Lavras do Sul. Graduado em Letras Português/Espanhol, especialização em História pela UNINTER – Maçonologia - filosofia e história. Poeta, compositor, pesquisador fiel às suas origens, telúrico e atávico. 

Jurado de eventos de música e poesia é membro  da Estância da Poesia Crioula, da Casa do Poeta de Santa Maria, da Casa do Poeta de São Pedro do Sul e da Associação Cultural Zeca Blau de Quevedos. Integra a Academia Brigadiana de Letras e Academia Santa-mariense de Letras. Membro fundador da ALMEBRAS (Academia de Letras dos Militares Estaduais do Brasil). Associado fundador da Academia de Letras da Região Central do Estado (ALERC-RS).

Em 2010 foi Patrono da Feira do Livro de Tupanciretã. Em 2011 recebeu a Medalha Mérito Cultural da APESP – Associação Pró Editoração à Segurança Pública. Em 2013 foi o poeta homenageado na Sesmaria da Poesia Gaúcha, da cidade de Osório.

Em 2016, 2018 e 2020 foi o poeta agraciado com o maior número de premiações nos festivais poéticos realizados no estado, vindo a receber o Troféu Destaques dos Festivais. Recebeu a Medalha Vargas Neto da Estância da Poesia Crioula em 2017,     mais alta honraria da poesia regional do Rio Grande do Sul.

Em 2018 foi Patrono da Feira do Livro de Lavras do Sul. Em 2024 foi Patrono da Feira do Livro de São Pedro do Sul

Sua obra está reunida em parte nos CDs Imagens do Sul e Poemas & Canções. 

Sua trajetória literária inclui, em 1985, Tapera da ilusão; Em 1989, publicou É fogo! Causos dos Bombeiros, em parceria com Gilberto Kröeff. Em 2000, publica Imagens do Sul. A sua obra Das margens do Nilo às barrancas do Uruguai – Uma viagem pela geografia do verso, ensaio histórico – poético, obteve aprovação, como tese, no plenário do Congresso Tradicionalista do MTG, em Santa Cruz do Sul, em 1998.

Em 2011 editou Tupan-Cy-Retan – Face Missioneira; Em 2012 publicou Tupanciretã-Tempo de Inconfidências. Em 2015 lançou Peregrinas Inquietudes; Ainda em dezembro desse ano editou pela Editora Rio das Letras, História do Jari, obra da qual é co-autor e organizador. Em julho de 2017 editou pela editora Rio das Letras, SÃO PEDRO DO SUL-Perfis biográficos, obra em que é organizador e co-autor. Em julho de 2019 editou pela editora Rio das Letras, SÃO PEDRO DO SUL-Perfis biográficos II, organizador e co- autor. Em 2021 lançou A.R.L.S. REMANSO -1898-2021, história da Loja Maçônica Remanso de São Pedro do Sul. Como organizador e co-autor, editou em 2021, pela editora Rio das Letras, SÃO PEDRO DO SUL-Perfis biográficos IIIEm 2024 editou San Josés de Itaquaty, obra de pesquisa histórica abrangendo as missões jesuíticas no Rio Grande do Sul e em especifico no município de São Pedro do Sul.



Osmar Ransolin

Poeta, payador, declamador e pesquisador de Fraiburgo – SC. Mestre Maçom da ARLS Filhos da Liberdade n. 125, do Oriente de Fraiburgo, filiada à GLSC. Membro da Estância da Poesia Crioula. 

Participa de festivais poéticos desde 1994, sendo premiado em praticamente todos os concursos do gênero no Sul do Brasil, destacando-se as últimas conquistas na Querência da Poesia Xucra, na Colheita de Versos, Edital Vozes da Comunidade da Universidade Federal de Santa Catarina, no Festival Nacional Caminhos de Anita, do Governo do Estado do Rio Grande do Sul; no Festival Catarinense de Arte e Tradição; no Concurso da Estância da Poesia Crioula; no Balseiros da Canção; no Concurso da Biblioteca Pública de Santa Catarina e na Tertúlia Maçônica da Poesia, sendo o último vencedor deste festival na Linha Maçônica.

Tem obras gravadas pelos principais nomes da música nativista gaúcha.

É pesquisador, produtor e apresentador do Podcast Confraria do Tropeiro, dedicado ao resgate e divulgação da história, do folclore, da poesia, da música e da cultura regional do Sul do Brasil.



Pedro Darci de Oliveira

Nasceu na cidade de Augusto Pestana. Poeta, Compositor, Musico, Folclorista e Historiador, autor dos livros: Sinuelo, Alma Aragana, Cotrijui e recentemente Quando a Alma Encontra o Verso.

Acadêmico da ABRIL - Academia Brigadiana de Letras; Membro da “Estancia da Poesia Crioula”; da Casa do Poeta de São Pedro do Sul.

Membro da Comissão de Cultura da UETI - União das Etnias de Ijuí; do Grupo de Professores de Danças Tradicionais Gaúchas - Fala aí Professor e da Comissão Gaúcha de Folclore.

Membro fundador da ACCAL - Associação Canto de Luz e um dos fundadores do Festival Nativista Canto de Luz. Membro da Associação Amigos do Rio Ijuí, sendo um dos fundadores do Pesqueiro da Canção.

Mentor do projeto voluntário “Uma Nota Só”, com aulas de violão em diversas escolas.

Formação na área de Folclore (Ilha Terceira dos Açores - Portugal).

Pelo seu reconhecimento foi agraciado com as comendas: Lilian Argentina (Comissão Gaúcha de Folclore) e João de Barro (MTG), entre outros tantos prêmios conquistados.