É claro que o título da matéria contém ironia. Nossos memoriais estão jogados as traças, ou melhor, aos vândalos. Esta obra do escultor Xico Stockinger é apenas um exemplo. Sua filha, há pouco tempo, reclamou deste descaso do poder público.
Na verdade somos um povo com pouca ou nenhuma preocupação em relação as nossas memórias culturais.
Uma pena.
Francisco
Alexandre Stockinger (Traun, Áustria 1919 - Porto Alegre RS 2009). Escultor,
gravador, desenhista, caricaturista, xilógrafo, professor. Vem para o Brasil em
1921. Em 1929, fixa-se em São Paulo e faz curso de desenho com Anita Malfatti
(1889-1964) no Colégio Mackenzie. Em 1937, passa a viver no Rio de Janeiro e
inicia estudos no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro em 1946. Trava
contato com Bruno Giorgi (1905-1993), e freqüenta o ateliê do artista, no
antigo hospício da Praia Vermelha, entre 1947 e 1950. Convive também com
Oswaldo Goeldi (1895-961), Marcelo Grassmann (1925-2013) e Maria Leontina
(1917-1984). Realiza caricaturas e charges políticas para jornais. Em 1954,
transfere-se para Porto Alegre, para trabalhar na diagramação do jornal A Hora.
Nesse período, começa a realizar xilogravuras. Em 1956, ano em que se
naturaliza brasileiro, é eleito presidente da Associação Rio-Grandense de Artes
Plásticas Francisco Lisboa, cargo que ocupa em 1957 e em 1978. É fundador e
primeiro diretor do Atelier Livre da Prefeitura de Porto Alegre, em 1961, e
diretor do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli - Margs e da Divisão
de Artes do Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do
Estado, em 1967. Ministra curso de escultura com modelo vivo com Vasco Prado
(1914-1998), no Margs em 1985. Recebe, em 1994, o título de cidadão honorário
de Porto Alegre e, em 1997, o prêmio do Ministério da Cultura na área de artes
plásticas.