Uma das cenas mais tristes para mim é quando vejo, em um funeral, a imagem do cavalo sem seu dono. Isto ocorreu novamente ontem, nas cerimônias de enterro do General Miotto, da arma de cavalaria.
Aqui no Rio Grande do Sul esta cena é muito comum. Eu mesmo já participei de alguns cortejos aonde o animal acompanhava o corpo inerte de seu parceiro de lidas e festas.
Outro detalhe que chama a atenção neste simbolismo são as botas de quem parte deste plano, no estrivo, viradas ao contrário.
Mas qual a origem desta triste despedida?
Acredita-se que o costume remonte à época de Genghis Khan, quando um cavalo era sacrificado para servir ao guerreiro caído no outro mundo.
O cavalo sem cavaleiro mais tarde passou a simbolizar um guerreiro que não cavalgaria mais.
Nos Estados Unidos, o cavalo sem cavaleiro faz parte das honras militares dadas a um oficial do Exército ou do Corpo de Fuzileiros Navais que foi coronel ou superior; inclui o Presidente, por ter sido o comandante-chefe do país, também com as botas e esporas de seu ex-cavaleiro invertidas nos estribos.
Tradicionalmente, botas de montaria pretas simples são invertidas nos estribos para representar um comandante caído olhando para trás em suas tropas pela última vez e como forma de transporte do corpo de forma nobre, ainda à cavalo, as botas invertidas representam tudo isso em um cortejo fúnebre, uma homenagem ao seu dono caído, mas o espírito guerreiro segue à cavalo. Tal ato também é muito usado nos combates sulistas e cisplatinos do Brasil Império originando tal ato por todo nosso Estado.