RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Típico gaúcho serrano - Criúva/RS

sábado, 30 de setembro de 2017

A VELHA CEPA CRIOULA ESTÁ SE INDO


Adelar Bertussi em uma de suas visitas ao nosso rancho
 
O dia 30 de setembro amanheceu chorando, não só pela chuva fina que caía sobre o Estado mas, principalmente, pela perda de um dos maiores artistas desta velha província de São Pedro. Falo de Adelar Bertussi que aos 84 anos foi dar seu "ôh de casa" na Estância lá de riba. Adelar talvez tenha sido o maior executor de gaita pianada deste Sul de Brasil e quando faço referência a gaiteiro não é só pela técnica, que isto ele tinha de sobra, mas também pelo carisma, simpatia, sorriso largo e a disponibilidade para os fãs. Muita gente, hoje em dia, alcança uma pequena projeção e já se esconde de seu público. Adelar Bertussi não. O gaiteiro da Mulada trazia o povo consigo.
 
Juntamente com seu irmão Honeyde Bertussi, dez anos mais velho, formaram a maior dupla de acordeonistas deste País sendo os precursores de quase tudo o que vemos hoje em se tratando de música galponeira. Crioulos de São Francisco de Paula compuseram aquele que tornou-se o hino oficial desta cidade serrana, ou seja, "São Francisco é Terra Boa".   
 
Seu legado é imensurável pois através de seu pioneirismo, da musicalidade simples mas de fundamento, da maneira única de tratar a gaita de "tu", centenas de jovens espelharam-se neste verdadeiro ídolo. 
 
A verdade é que os da velha cepa crioula estão nos deixando. Em menos de uma semana já foram dois Nelson Cardoso e Adelar Bertussi. Agora, conta-se nos dedos de uma das mãos aqueles que, através do seu talento,  forjaram a identidade musical desta querência gaúcha. 
 
O que nos resta? Não deixar cair no esquecimento tudo aquilo que foi propagado por verdadeiros ícones do nosso regionalismo, por homens que levaram aos sete ventos, através de sua arte, o orgulho de sermos gaúchos, por gente de alma grande como Adelar Bertussi.           
 
 
 

UM RESGATE HISTÓRICO DE REAL VALOR


 
Recebi ontem, na boca da noite, este livro que é um verdadeiro resgate histórico sobre o quase mito Andresito Artigas. Tal obra me foi enviada pelo meu Irmão e amigo Ramão Rodrigues Aguilar que, ao lado de Fernando O.M.O'Donnell, é um dos autores deste brilhante e importante trabalho. Vou ler com o maior carinho. Gracias pelo belo regalo
 
Eis o que diz o também escritor e pesquisador são-borjense Israel Lopes na orelha do livro.
 
"Este livro, para a História do Brasil, é de grande valia: remonta um período em que parte do Rio Grande do Sul, foi palco, juntamente com territórios do lado platino. Andrés Guacurari y Artigas, nascido em São Borja, foi o principal estrategista guerrilheiro, seguidor do Comandante Artigas, do Uruguai, na tentativa de reconquistar os Povos Missioneiros, cujo objetivo maior era devolver a dignidade ao povo indígena. Em santo Tomé, Corrientes, Argentina, tem um monumento ao índio e tem sido considerado um dos heróis da pátria. No patamar, do índio Sepé Tiarajú, no Rio Grande do Sul, principalmente em Santo Ângelo e São Luiz Gonzaga, que reivindicam para si o nascimento daquele caudilho. Com este outro caudilho missioneiro, Andresito, que foi até Governador Geral de Missiones, Argentina, tem sido diferente: persistem as resistências, devido às invasões. Malogrado o seu intento, a história passou a ser contada na ótica dos vencedores.    
 
Agora, graças a esses dois grandes historiadores são-borjenses, Ramão Rodrigues Aguilar e Fernando O.M.O'Donnell, que desensarilharam seus arsenais de pesquisas e foram às fontes, buscaram mais informações e chegaram as suas conclusões, sobre as faces discutidas do caudilho guarani, levando em consideração o momento histórico , de quando os fatos aconteceram, Com estes dois trabalhos, escritos com muita lucidez, foi passado a limpo, essa saga, que deverá ser incorporada na história missioneira, ou Pós-missioneira, como queiram. Pois foi uma tentativa de reconquistar aqueles povos, que foram massacrados pela opressão colonizadora de Portugal e Espanha".
 
 
 
 
 


sexta-feira, 29 de setembro de 2017

LILIANE PAPPEN NA FÁTIMA BERNARDES


 
A presidente do Instituto Escola do Chimarrão, de Venâncio Aires, Liliane Pappen, participou, na manhã desta sexta-feira, do programa Encontro com Fátima Bernardes, na rede Globo. O assunto do bloco foi as bebidas típicas de alguns estados e, ela falou sobre o chimarrão - Bebida símbolo do Rio Grande do Sul.
Na oportunidade Liliane falou sobre a função social que tem a escola, que foi criada através de um projeto seu de prenda, no ano de 1996. Ensonou ainda, a fazer o "Chimarrão de 11 segundos" - uma técnica de cevar o mate criada na escola pelo diretor, Pedro Schwengber.
Vestida com traje típico do nosso estado, Liliane ensinou a fazer a bebida e, ainda, fez uma exposição de modelos no programa. Esta apresentação, no Rio de Janeiro, coroou um trabalho de mais de 20 anos e, também, as diversas oficias realizadas durante os festejos farroupilhas de 2017.
Fonte: Blog do Rogério Bastos
 
 

MUSEU DE SÃO MIGUEL REABRE HOJE


Foto: Portal das Missões
 
Sítio de São Miguel Arcanjo, devastado por tornado em abril de 2016, teve investimento de R$ 1,68 milhão em obras de restauro e reformulação e reabre ao público as 11h de hoje, totalmente reformado. 
 
A obra foi executada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Foi preciso refazer todo o telhado do Pavilhão Lucio Costa, área que abrigava 84 esculturas do século 17 e 18. O trabalho seguiu a risca o projeto original do pavilhão, construído nos anos de 1940, utilizando os mesmos capitéis de madeira da época, por sua vez inspirados nos colégios das reduções guaranis.
 
A antiga sacristia da igreja de São Miguel Arcanjo teve sua cobertura desestruturada e seu piso de madeira foi prejudicado pela infiltração de água. O espaço também foi reformado, tendo agora um telhado com isolamento térmico.
 
As artes sacras também foram atingidas pelo tornado e mais da metade das esculturas foram recuperadas mas algumas dezenas ainda estão guardadas sem acesso do público.  
 
 
  
 
 
  

HOMENAGEM NA SERRA


 
Poetisa Beatriz de Castro, natural de Cruz Alta, filha do poeta Peri de Castro e da poetisa Nilza Castro, mãe do Kico Freitas considerado o maior percussionista do Brasil, foi homenageada ontem ao final da tarde pela Câmara de Vereadores da cidade de Caxias do Sul. 
 

 
O Plenário esteve lotado para ouvir com atenção as palavras de Beatriz de Castro, fundadora e ex-Presidente da Estância da Poesia Crioula, primeira e única mulher a comandar esta entidade que tem mais de 60 anos de serviços prestados em prol da poesia rio-grandense. 


Encontro de poetas. Sebastião Teixeira Correa (proponente da homenagem), Ubirajara Anchieta (Presidente da Estância), Cândido Brasil (ex-Presidente), João Antonio Marin Hoffmann e José Machado Leal (ex-Presidente) estiveram presentes na solenidade. fotos: Marilene Huff 
 

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

TROCANDO DE BALDA



Houve um tempo em que, toda vez que eu fosse falar em público era obrigatório emborcar uns goles de canha, ou vinho, ou whisky. Era psicológico pois tomava pouco mesmo. Até hoje muito "nego véio", índio tarimbado, ao subir num palco ainda faz isto.
 
Certa feita, em Caxias do Sul, antes de uma declamação, me fui ao bolicho e só tinha uma mistura de cachaça com gervão. Durante o recital me deu uma diarreia que só eu sei a força que fiz para, meio aos atropelos, terminar o poema.  
 
Com o passar do tempo e a busca do aperfeiçoamento pessoal substituí os goles de trago por três longas respirações (o número três é místico).
 
A cada respiração profunda (que naturalmente vai oxigenar o cérebro) eu penso em assim:
 
1 - Que eu tenha tranquilidade.
 
2- Que eu tenha confiança.
 
3 - Que eu tenha a presença de Deus.
 
Como ando declamando muito pouco pois a memória não me permite mais decorar longas poesias eu uso esta "balda" para qualquer situação da vida em que me encontre angustiado.
 
Experimente fazer você também.
 
Uma ótima quinta-feira a todos.

Nota: Vez em quando ainda beijo uma boteja de pura, mas só por farra. Não é fator que vá determinar que eu vá bem ou mal em alguma atividade.

Novamente, uma ótima quinta-feira a todos.


 
 
 
 
 
 
  

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

GESTO BONITO, GABRIEL !


 
Que manhã sensacional, que lindo, que alegria poder levar a nossa música para essas crianças incríveis.

Não tenho palavras para explicar tamanha felicidade e emoção que senti ao tocar hoje no Educandário São João Batista juntamente com Guilherme Suman e Dhouglas Umabel. 

Obrigado meu Deus pelo dom da música, obrigado por me permitir levar a música e alegria para quem mais precisa.
 
Gabriel Claro.
 
Nota do blog: Gesto bonito do Gabriel Claro, filho de meu amigaço Zezinho, gaiteiros do Grupo Floreio. Conheço o Gabriel desde criança quando ele vinha aqui pelo rancho e ficava correndo atrás da Mel (minha cadelinha que já morreu). Hoje é um artista de talento. Mais que isto. É rapaz de alma grande. Mas filho de tigre sai pintado, não é verdade meu parceiro velho José Claro?
 
Sei que muitos artistas, músicos, declamadores, fazem sua parte nesta seara social mas muito mais poderia ser feito. Levar seu talento e sua alegria aos carentes, aos solitários, aos deficientes físicos, mais que uma benevolência deveria ser uma missão de todos nós.
 
Este é o lado humano do tradicionalismo pelo qual venho lutando há anos.
 
Parabéns a todos que tem este compromisso.
 
 
 
    

POEMAS CLASSIFICADOS DO BIVAQUE


 
 
 

terça-feira, 26 de setembro de 2017

UMA JUSTA HOMENAGEM


 
 
 

2º ENCONTRO NACIONAL DE ACORDEON




 
 
 

ATENÇÃO GURIZADA


 
 
ATENÇÃO: Piazada do Rio Grande, também do lado de lá. O Rotary Club Uruguaiana Leste apresenta. XXIX Califórnia Petiça Internacional, em 6 e 7 de Outubro a partir das 14 horas no Teatro Rosalina Pandolfo Lisboa.- As inscrições estão sendo realizadas até dia 27 de Setembro e o regulamento está em www.californiapetica2017.com.br e Informações pelos fones 34 12 33 92 ou 98448 49-00/ 99971-4723 / M...ais uma vez estamos organizado as equipes de júri pra este evento que já conta com inscrições de várias partes do estado. - A "Petiça" como carinhosamente chamamos é o festival pioneiro também na categoria de incentivar novos talentos, já tendo revelados grande nomes para o Estado e o Brasil. Conta com o apoio da Prefeitura Municipal de Uruguaiana, ainda Ministério da Cultura Lei de Incentivo a Cultura, Bradesco e Super Mercado Baklize.
 
Por: Jaime Ribeiro
 
 
 
 


BATALHA DO PULADOR EM SANTO AUGUSTO


 
Por falta de recursos financeiros em Passo Fundo, a tradicional encenação da Batalha do Pulador não foi realizada  neste município neste ano. Em 2014 ela também não aconteceu por falta de verbas. A pequena cidade de Santo Augusto comprou a ideia, organizou patrocinadores e viabilizou o evento, que tradicionalmente acontecia em Passo Fundo, onde o fato real ocorreu.
 
Os Cavaleiros do Mercosul foram convidados para encenar a Batalha do Pulador no município de Santo Augusto, a 134 quilômetros de Passo Fundo. O evento foi nesse domingo (24). Santo Augusto também foi palco de um confronto entre Chimangos e Maragatos, em 1923. O campo de batalha, o Cemitério dos Degolados, é hoje ponto histórico turístico. Lá a cidade se organizou e levantou a verba necessária para o evento, inclusive os custos com uma equipe que se deslocou desde Passo Fundo. Aos passo-fundenses, resta a possibilidade de sair da cidade onde ocorreu a batalha original para ver a encenação em um município distante, mas que conseguiu as verbas.
 
Catto contou à Uirapuru que não é barato montar toda a infraestrutura do espetáculo no Pulador, mas acredita que o evento retorne com força em 2018, com o apoio do Poder Público. A ideia é de que a encenação possa ser feita até mesmo no Parque de Rodeios da Roselândia. Destacou que a suspensão em Passo Fundo não vai impedir que o grupo conte para o povo um pouco do que aconteceu na nossa terra.
 
A encenação retrata um dos episódios mais importantes da história dos gaúchos. A Batalha do Pulador ocorreu há 123 anos na localidade de Pulador, hoje distrito de Passo Fundo, onde cerca de 4.500 homens, maragatos e pica-paus, travaram um violento combate durante seis horas, que resultou em aproximadamente 1.000 mortos. A batalha colaborou para o enfraquecimento definitivo dos maragatos, que foram obrigados a assinar o tratado de paz um ano depois.

Fonte: Rádio Uirapuru
Colaboração: Hilton Araldi


 
 
 
 

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

TEM SESMARIA NESTE FIM DE SEMANA


 
 
Neste sábado, dia 30 de setembro, acontecerá o mais antigo e um dos mais qualificados festivais de poesia do Estado, ou seja, a Sesmaria da Poesia de Osório. É um palco que todo poeta, amadrinhador e declamador sonha em estar.
 
Ainda bem que a arte poética aqui pelo Estado está de vento em popa com diversos festivais acontecendo ou por acontecer como o Seival, de São Lourenço do Sul, a Tertúlia da Poesia de Santa Maria, além de abrirem-se as inscrições para o Esteio da Poesia de Esteio e o Concurso de Poesias Inéditas do 32º Rodeio Crioulo Internacional de Vacaria. 
 
O que chama a atenção, nesta história toda, é que muitos eventos estão mais preocupados com a quantidade do que a qualidade dos poemas inscritos. Tem autor que manda mais de 20 poemas por festival. Quer passar por insistência e são incentivados para isto.
 
Mas, aos poucos, as coisas vão tomando forma. 
 
Boa sorte a quem concorrer na Sesmaria.
 
    
 
 
   

domingo, 24 de setembro de 2017

TRIAGEM DA 1ª TRINCHEIRA, DE VIAMÃO


 
Nossa cultura crioula não morre ao entardecer do 20 de setembro. Ontem mesmo já estávamos grudados que nem porcos numa lavoura de batatas selecionando 14 músicas (mais 10 locais) para a 1ª Trincheira do Canto Xucro, que acontecerá em dezembro na Primeira Capital, ou seja, Viamão. 
 
Da esquerda para a direita da foto Carlos Madruga, Adelar Saraiva, Jairo Reis, este vivente que vos fala, Vaine Darde e Dionísio Costa.
 
As músicas classificadas foram:
 
ETAPA GERAL - MÚSICAS CLASSIFICADAS:
 
1. AMANSADOR Chamarra
Letra: Binho Pires
Melodia: Érlon Péricles
2. AS TRINCHEIRAS Do TARUMÃ Milonga
Letra: Rômulo Chaves
Melodia: Luciano Rodrigues
3. CUCHILLO ORELHANO Chamarra
Letra: Ângelo Franco
Melodia: Matheus Alves
4. DOZE BRAÇAS Vaneira
Letra: Helena Fontana
Melodia: Cleber Soares
5. floreadita Chamarrita
Letra: Rogério Villagran
Melodia: André Teixeira
6. meia lua Chamarra
Letra: Rafael Ferreira
Melodia: Maicon Oliveira
7. meu lugar, lembrança e saudade Milonga
Letra: Rodrigo Rodrigues
Melodia: Rodrigo Rodrigues
8. O XERGÃO E O LOMBO Chamarrita
Letra: Gujo Teixeira
Melodia: Jari Terres
9. quando a porteira caiu Milonga
Letra: Getúlio Santana Silva
Melodia: Milton Fontoura
10. RETRATO DE LIDA E PAMPA Chamarra
Letra: Mario Lucas/Dalvan Medina  
Melodia: Diego Vivian
11. se eu te vejo em ocasos Chamamé
Letra: Juliano Javoski
Melodia: Juliano Javoski
12. SOBRE A RODA DA CARRETA Toada 
Letra: Matheus Neves da Fontoura/Paulo Fleck      
Melodia: Juliano Moreno
13. tropilha das taquareiras  Milonga         
Letra: Diego Muller/Alex Cabral/Filipe Corso          
Melodia: Raineri Spohr
14. VILA SETEMBRINA chamamé
Letra: Mario Amaral
Melodia:Felipe Prates

 
ETAPA LOCAL - MÚSICAS CLASSIFICADAS:
 
1. ALPARGATA EXTRAVIADA Vaneira
Letra: Leonardo Quadros
Melodia: Leonardo Quadros
2. ANDARILHO POR EXCELÊNCIA Milonga
Letra: Edson Casagrande/Nino Saldanha
Melodia: Nino Saldanha
3. Da mesma essência Milonga
Letra: Nino Saldanha
Melodia: Nino Saldanha
4. ENCHARCADO Chamamé
Letra: Leonardo Quadros
Melodia: Leonardo Quadros
5. FILOSOFIA DE UM REBANHO Chamarra
Letra: Vinicius Peixoto
Melodia: Nino Saldanha
6. NUM TRANCO DE VOLTA Chamamé      
Letra: Paulo Garcia
Melodia: Mauricio Camejo Sena/Paulo Garcia
7. O AMANHÃ NOS PERTENCE Canção                                                     
Letra: Paulo Roberto Saldanha
Melodia: Paulo Roberto Saldanha
8. PELA COR QUE O COURO OSTENTA Milonga
Letra: Paulo Garcia
Melodia: Leonardo Quadros
9. SACRISTIA PAMPEANA Milonga                                                   
Letra: Paulo Garcia
Melodia: Paulo Garcia
10. VEJAM SÓ  Milonga                                                   
Letra: Délcio Dorneles
Melodia: Délcio Dorneles
 
 
 
 

sábado, 23 de setembro de 2017

REPONTANDO DATAS - 23 SETEMBRO



Num dia 23 de setembro, do ano de 1788, nascia na cidade de Triunfo o líder Farroupilha Bento Gonçalves da Silva.
 
Também num dia 23 de setembro, mas do ano de 1864 nascia Honório Lemos, o Leão do Caverá, líder maragato da revolução de 1923. 
 
 
 

MORRE NELSON CARDOSO


 
Na madrugada deste sábado, do Hospital Santa Casa de Porto Alegre, o músico Nelson Cardoso, 75 anos, um dos artistas mais autênticos do Rio Grande, nascido em Canudos, Santana do Livramento, partiu para as sesmarias do infinito. Nelson Cardoso primou sua arte levando na garganta o canto xucro fronteiriço. Foi um gaiteiro da velha cepa crioula popularíssimo nos dois lados da fronteira que não faz fronteira. Seu corpo será traslado para sua terra nativa aonde será velado no Salão Nobre da Prefeitura Municipal.
 
 
 
 
 
 

UM TRABALHO E TANTO


 
O poeta e declamador Pedro Junior da Fontoura, promove uma grande noite de poesia para apresentar ao grande público seus trabalhos mais recentes: o CD  "100% Autoral" e o livro "Constelação de Fonemas".  
O recital de lançamento e a sessão de autógrafos acontecerão no dia 26  de setembro de 2017,  a partir das 20h, na Fundação Casa das Artes, em Bento Gonçalves.      A entrada será franca. 

Em total coerência com seu título, o álbum é composto por 15 poemas, sendo 13 deles de autoria exclusiva de Pedro Junior, e dois em parcerias do mesmo com os poetas Rodrigo Bauer e João Sampaio.  

Além das brilhantes interpretações de Pedro Junior, o disco traz participações especiais de nomes importantes da arte gaúcha, tais como a declamadora Liliana Cardoso, os jovens intérpretes Guilherme Alves e Aline Martins e os consagrados Rafael Ovídio (Cabo Deco), Nilton Ferreira e Lúcio Yanel.    Yanel inclusive, é o responsável pela criação e execução, em seu violão crioulo,  de toda a trilha sonora, especialmente composta e arranjada para o trabalho. 

Associado ao excelente repertório, o CD traz um encarte muito bem concebido, no qual estão inseridos os poemas, a ficha técnica e diversas fotos dos artistas em estúdio.   Destaque também para as imagens de capa e contracapa, captadas no Vale dos Vinhedos, pelo fotógrafo Wagner Meneguzzi. 

O livro Constelação de Fonemas é composto de 128 paginas enriquecidas pelos poemas da lavra de Pedro Junior, alguns deles em parceria com vates da mesma estirpe  gauchesca e literária.  

Não bastasse a qualidade dos versos, o livro exibe ainda, um conjunto de belíssimas gravuras criadas especialmente para a obra, pelo fantástico ilustrador gaúcho Vasco Machado.  

O CD 100% Autoral e o livro Constelação de Fonemas foram editados graças aos projetos financiados pelo Fundo Municipal de Cultura, mecanismo de incentivo à produção cultural oferecido pela Secretaria de Cultura do município de Bento Gonçalves.
 
 
 

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

11 COSTUMES DO RIO GRANDE DO SUL


QUE SÓ OS GAÚCHOS ENTENDEM
Texto bem humorado (e nem tão verdadeiro assim)
publicado na Revista Exame.
 
Um roteiro para ninguém se perder entre os inúmeros significados de bah, tchê e capaz
 
Por: Luísa Dalcin para Abril Branded Content 

No Brasil inteiro, o 7 setembro é o momento de celebrar a independência, a nação, cultivar as tradições e cantar o hino a plenos pulmões. Acontece que, no Rio Grande do Sul, rola uma pequena adaptaçãozinha. A data para isso tudo se estende ao dia 20, dia da Revolução Farroupilha, guerra travada entre o Estado e o Império Brasileiro em 1835, em que os gaúchos se renderam mediante acordo dez anos depois. Desistiu-se da independência, mas a data comemorativa ficou, polêmica que só. Seja como for, o Rio Grande aproveita o dia 20 de setembro para exaltar a beleza do Estado e resgatar os costumes das antigas gerações. 

Em parceria com o Bradesco, patrocinador da Semana Farroupilha, a gente aproveita essa lista para explicar algumas peculiaridades da cultura gaúcha que só quem é de lá consegue entender. 

1. Bah e Tchê não significam a mesma coisa 

O “bah” é quase um suspiro que, dependendo da entonação, serve para externalizar basicamente qualquer sentimento que existe: decepção, alegria, espanto, medo, admiração, raiva. O “tchê” é uma interjeição exclamativa para chamar a atenção de alguém. Tem quem acredite que “tchê” significa “cara”, mas é muito mais intenso que isso: “tchê” significa “bah, cara!”. Também vale destacar o uso do “tri“, uma versão minimalista, adaptada pela geração Y, do antigo “tri legal”, que caiu em desuso nos anos 1990; e explicar o uso do “capaz”: o exclamativo “capaz!” significa “não precisa” ou “não se preocupe“. Enquanto isso, dizer “bem capaz” significa “não” e dizer “capaz que não” significa “sim“. Entendeu? 

2. O chimarrão é amargo e pelando de quente mesmo 

E não, você não pode tomar só um golinho. E colocar açúcar, pode? Bem capaz! E nunca mais diga essa barbaridade! Quando os índios guaranis e caingangues começaram a usar a erva-mate por lá, no século XVI, eles nem sabiam que estavam abrindo caminho para a tradição mais rígida e regrada do Rio Grande. Tudo começa na preparação: o anfitrião monta o mate na cuia, com a erva e a água quente (que não pode ferver: servi-la com menos de 80 graus é o ideal para não amargar ainda mais a bebida) e toma o primeiro. A partir daí, compartilha com os amigos e familiares da roda, sempre respeitando a ordem inicial. Esse é um ritual de amizade, cumplicidade e companheirismo, repetido sempre que se está em grupo ou se recebe visitas. Quer entrar na roda? Tome seu “chima” na sua vez até ouvir o roncar da bomba, não tire ela do lugar e não fique com nojinho de dividi-la com os outros. Se você fizer qualquer movimento que saia do script, vai ouvir um sonoro “tchê!” com tons de julgamento. 

3. Curtir o inverno é lagartear comendo bergamota sem atucanação 

Que, traduzido do gauchês, é o mesmo que estirar-se ao sol comendo mexerica sem incômodo. Algumas expressões gaúchas podem soar pornográficas, como “cacetinho” e “rabo quente“, que significam inocentemente pão francês e aquecedor de água. Doce de leite, no Rio Grande, é “mumu“, geleia é “chimia” e “chocolatão” faz mais referência ao mar de Capão da Canoa do que a um chocolate grande. Uma vitamina de frutas, em gauchês, é uma “batida de frutas“. E uma batida de carros, um acidente, é, na verdade, uma “pechada“. Algumas palavras do dicionário riograndense têm origem no espanhol, como essa, “pechar”, que vem de “pecho”, ou seja, “chocar-se de peito”. 

4. Todo mundo (ao menos acha que) já viu o Cigano Igor 

Você com certeza lembra de Ricardo Macchi, um dos protagonistas da novela Explode Coração, de 1995. Acha que o ator anda sumido? Não tanto para quem mora em Porto Alegre, onde ele é uma espécie de lenda. Sabe aquela história levantada pela série How I Met Your Mother de que você não é nova-iorquino de verdade a menos que tenha cruzado alguma vez com o Woody Allen? Pois é. A adaptação gaudéria é: você não é realmente porto-alegrense se ainda não encontrou com o “Cigano Igor” na padaria. 

5. Nem toda carne é considerada carne 

Você vai em uma lancheria (lanchonete em gauchês) e pede por um pastel sem carne. O garçom oferece um de frango. Você reforça: “sem carne, moço”. “Ah, temos de presunto e queijo, serve?”. Não duvide: isso pode acontecer. Gaúcho só reconhece como carne aquela que puder ser pedida mal passada, sangrando – o que acaba excluindo da conta o presunto, o salame, o frango, a salsicha… Até o feijão normal, do dia a dia, tem cara de feijoada no Rio Grande do Sul, pois costuma vir com carne dentro. Uma pesquisa sobre comportamento e consumo do Target Group Index, do IBOPE Media, divulgada em 2012, concluiu que Porto Alegre é a capital com o menor índice de vegetarianos do Brasil (cerca de 6% da população da cidade é vegetariana, contra 8% da média nacional). O Estado não é o ambiente mais propício do mundo para quem não come carne, mas, felizmente, a situação tem melhorado nos últimos três anos, com a diversificação dos cardápios e um aumento significativo de feirinhas e festivais veganos pelas principais cidades. 

6. Gaúcho esquece dos plural 

Não é de propósito, mas acontece. É quase como se fizesse parte do nosso charme. Em algumas regiões, antes do churrasco, se vai no super para comprar umas carne e umas cerveja. E pagar tudo com a moeda local, o pila, que também não tem plural. As carne e as cerveja custam uns 30 pila. 

7. Expressões e ditados gaudérios enriquecem qualquer conversa 

“Frio de renguear cusco“, por exemplo, é uma das expressões mais usadas e significa “frio que faz até cachorro tremer”. Outra expressão ótima é “me caiu os butiá dos bolsos“, que significa surpresa, choque. Veja bem: caem “os butiá” e não “os butiás”. Butiá, por sua vez, vem da miúda fruta alaranjada de palmeiras do mesmo nome, que são nativas da região. Ditados como “se fazer de leitão vesgo para mamar em duas tetas”, “mais contente que lambari de sanga” e “mais firme que prego em polenta” também são de autoria gaudéria. Outra expressão muito usada é “moral de cueca“, que significa dar lição de moral quando não se tem nenhuma. Só não confunda “moral de cueca” com “cueca virada“: o segundo é esse doce da foto, feito de farinha, ovos e açúcar. 

8. X-coração é um patrimônio valioso 

Não é igual a um sanduíche e também não é igual a um hambúrguer, não adianta insistir. O “pão de xis” é diferente, mais massudo, e vai prensado com o recheio a escolha: o de coração de galinha é bem tradicional, mas também pode ser de estrogonofe, de filé à parmegiana ou o chamado “entrevero“, que leva basicamente todas as carnes disponíveis no cardápio. 

9. O Uruguai é logo ali 

A cidade uruguaia Rivera, polo de free shops e lojas de produtos importados, e a gaúcha Sant’Ana do Livramento, são separadas apenas por uma praça com duas bandeiras: a brasileira e a uruguaia. As duas cidades convivem tranquilamente e o portunhol é praticamente o idioma oficial da região. Antes da crise e da alta do dólar, quase 200 ônibus saindo do Brasil, com gaúchos cheios de sacolas e malas vazias, chegavam a Rivera nos fins de semana e feriados. Claro que a motivação de quem atravessa essa fronteira simbólica é comprar eletrônicos, perfumes e vinhos mais baratos, mas a maioria aproveita também para dar um upgrade no churrasco do domingo, comprando uma leva da deliciosa carne uruguaia. 

10. Acredite, cuca de mumu com linguiça é uma ótima combinação 

A culinária gaúcha incorporou muita coisa boa dos alemães e italianos que colonizaram o Estado no século XIX. Hoje, são três milhões de descendentes de italianos no Rio Grande do Sul e muita farinha: massas, pães, polentas e cucas são algumas das especialidades. A gente agradece eternamente pelos pratos de massas recheadas, como capeletti in brodo e tortéi de abóbora. Da cozinha alemã, as cucas com farofa doce e geleia são o ponto alto, principalmente porque, no geral, elas não são sobremesa: a cuca costuma ser consumida durante a refeição e fica ótima com linguiça. 

11. Pode falar mal do Rio Grande, desde que seja gaúcho 

Vários sites fazem piada com o bairrismo orgulhoso do Estado – e isso é permitido, desde que sejam sites locais. Só gaúcho pode reclamar de gaúcho. O campeão da zoeira é Jair Kobe, humorista criador do Guri de Uruguaiana, um personagem exagerado que ironiza os clichês do gaúcho caricato da fronteira. Ele é o precursor do stand up comedy gaudério e excursiona pela região Sul com a mesma apresentação desde 2008, fazendo apenas algumas adaptações – e lota qualquer teatro. A fama do Guri de Uruguaiana estourou mais ainda quando Kobe começou a fazer paródias musicais, há alguns anos. A primeira foi Help, dos Beatles, com a letra de Canto Alegretense, famosa canção gaúcha dos anos 1980 escrita por Nico e Bagre Fagundes. Os últimos trabalhos peculiares do personagem são Aipim Frito, versão do hit latino Despacito, que narra um drama na churrascaria, e 50 reais, paródia da canção de Naiara Azevedo com Maiara e Maraisa, em que ele conta sua decepção ao pegar no flagra um mate sendo mal feito.
 


 

 

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

CLASSIFICADAS PARA A TERTÚLIA DA POESIA


 
 
 

VIVA A REVOLUÇÃO FARROUPILHA !


"Não vá atrás desses chatolas metidos a contestadores iconoclastas. Se você comemorou o Dia do Gaúcho, ontem, fez muito bem. Porque a Guerra dos Farrapos foi, sim, mil vezes sim, muitíssimo importante para o Rio Grande do Sul.
 
Digo mais: O Rio Grande do Sul é o que é graças a Guerra dos Farrapos.
 
Ou foi, porque talvez não seja mais. Ou talvez não seja tanto." 
 
Não. Este texto não foi escrito pelo Léo Ribeiro contra Juremir Machado, Moacyr Flores, Tau Golin e outros tantos do mesmo naipe.
 
Foi escrito por alguém que jamais entrou dentro de uma bombacha.
 
É parte da coluna de David Coimbra, da Zero Hora de hoje.
 
Um bom dia a todos.
 
 
 
 

COMEMORAÇÕES FORAM UM SUCESSO


foto: Mateus Bruxel / Agência RBS
 
 
Quem lesse alguma matéria sobre as programações farroupilhas há uns três meses atrás por certo imaginaria que as mesmas não aconteceriam da maneira como aconteceram em virtude de que a maioria das cidades ficou sem apoio público ou privado em face da crise. Mas a gauchada se vira e tudo saiu melhor do que a encomenda. Cavalgadas, desfiles, acampamentos, projetos culturais, concursos artísticos, espetáculos musicais e, principalmente, o atavismo, o orgulho de comemorar o 20 de setembro. 
 
Aqui eu estendo um cumprimento ao MTG que encabeçou esta missão de organizar os festejos, embora muita coisa tivesse que ser suprimida em face da já citada dificuldade econômica. 
 
O engraçado é que no ano passado os então candidatos a prefeitos (agora eleitos) foram de rancho em rancho pedindo votos e prometendo mundos e fundos. Este ano, pelo menos no Acampamento Farroupilha, não vi ninguém deste time para dar apoio aos acampados. 
 
O que importa, realmente, é que tudo transcorreu acima do previsto e o 20 de setembro por todo o Rio Grande do Sul e quase toda a federação (em Santa Catarina as comemorações foram oficializadas) e diversos países pelo mundo a fora, transcorreram de forma justa e perfeita.
 
Parabéns a todos os envolvidos.
 
 
  

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

SESSÃO MAÇÔNICA RELEMBRA EPOPEIA


Piquete Fraternidade Gaúcha organizou Sessão no
Templo Nobre Caldas Junior, do Grande Oriente do Rio Grande do Sul
 
É comum na data magna dos gaúchos aflorarem nos Templos Maçônicos dezenas de Sessões em homenagem a Guerra dos Farrapos, pois foi no interior da Loja Filantrophia e Liberdade, fundada em 1833, em Porto Alegre e mais uma meia dúzia espalhadas pelo interior do Estado que o conflito começou a ser discutido. Aquele chama espiritual de tantos revolucionários maçons ainda arde sob o olho que tudo vê do Grande Arquiteto do Universo.  
 
 
  

DEZ MOTIVOS PARA COMEMORAR



 A GUERRA DOS FARRAPOS




1° - Comemoro a insubmissão de uma província a uma monarquia, chamando a atenção da corte para um recanto esquecido e explorado nos confins da república. 

2º - Comemoro a bravura de quem, com menos homens, armas e cavalos, mas sobrando valentia, enfrentou por dez anos o Império deixando marcos históricos como a Batalha do Seival, a Travessia dos Lanchões de Garibaldi e a Fuga de Bento Gonçalves de sua prisão na Bahia.

3º - Comemoro o surgimento nesta terra de nomes como o General Antônio de Souza Netto mas também os heróis esquecidos como Coronel Teixeira Nunes, Tobias da Silva e os integrantes da 1ª Brigada de Cavalaria, os Lanceiros Negros.

4º - Comemoro o fato de, apesar dos esparsos recursos probatórios, não nos acomodarmos com as definições e rebuscarmos a veracidade histórica de passagens como a Batalha dos Porongos.

5 - Comemoro porque a "guerra que perdemos" nos deu uma identidade própria, diferenciada, no Sul do Brasil.

6º - Comemoro poder cantar, como em nenhum outro Estado brasileiro, o hino da minha terra, e ver fulgurar em milhares de eventos o pavilhão tricolor surgido naquele decênio heroico.

7° - Comemoro porque essa epopeia foi um dos motivos para o surgimento de um movimento cultural que fez avivar nosso folclore através da musicalidade, das danças, dos cinemas, dos rodeios, expandindo-se para o resto do mundo, aonde houver um gaúcho.

8º - Comemoro o orgulho que ainda nos resta, apesar da violência, da pobreza educacional, enfim, da falência monetária desta outrora pujante Província de São Pedro.

9 º - Comemoro porque, graças a "petulância" dos Farroupilhas, a cada mês de setembro eu posso rever meus amigos de causa e tradição e ver surgir nos acampamentos pessoas que nunca botaram uma bombacha mas que começam a entender o motivo de ali estarmos.

10° - Comemoro para saborear o desgosto de alguns escritores "rio-grandenses" (e seus asseclas) que se indignam com a minha comemoração.
 
 
 
 
 
 

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A GUERRA DOS FARRAPOS - PARTE X


AS NEGOCIAÇÕES DE PAZ E A BATALHA DE PORONGOS
 
 
General Bento Gonçalves da Silva, assim como Souza Netto, vendo que as proposições farrapas não seriam totalmente atendidas, como a libertação dos negros escravos, retirou-se das tratativas de paz, deixando em seu lugar o general David Canabarro. 


Em novembro de 1844 estavam todos em pleno armistício. Suspensão de armas, condição fundamental para que os governos pudessem negociar a paz. Por isso o relaxamento da guarda no acampamento da curva do Arroio Porongos.
 
Este é o ponto mais controverso de toda a Guerra pois duas versões vem defrontando-se há anos sem documentos comprobatórios algum. Apenas teorias.
 
A primeira fala-se em traição do General Canabarro que estaria comunado com Caxias para o extermínio dos Lanceiros Negros e não dar-lhes a liberdade prometida. Haveria, inclusive, uma carta do comandante imperial a Moringue, para que atacasse o acampamento e poupasse os brancos e que os negros estariam, a mando de Canabarro, sem seus cartuchames. Na verdade os originais de tal carta nunca apareceram até hoje e fala-se que foi escrita posteriormente ao ataque com o intuito de denegrir a imagem de Davi Canabarro e enfraquece-lo nas tratativas de paz. 
 
Outra versão ressalta que, realmente, foi surpresa e que se houve traição foi por parte dos imperiais que não cumpriram um pré-acordo de desarmamento. Canabarro e seus oficiais imediatos foram a uma estância próxima visitar a mulher viúva de um ex-guerreiro farrapo e que, por este motivo, não estaria no acampamento. Historiadores dizem que esta mulher seria a Papagaia, amante de Canabarro.
 
O coronel Teixeira Nunes e seu corpo de Lanceiros negros descansavam. Foi então que apareceu Moringue. Mesmo assim o corpo de Lanceiros Negros, cerca de 100 homens de mãos livres, pelearam, resistiram e bravamente lutaram até a aniquilação. Além disso foram presos mais de 300 republicanos entre brancos e negros, inclusive 35 oficiais.

O general Canabarro, recuperado, reuniria ainda todo o restante de seu exército, cerca de 1.000 homens, e atacaria Encruzilhada a 7 de dezembro de 1844, tomando-a e mostrando assim que a sua intenção não era entregar-se.

A PAZ DO PONCHE VERDE

Por fim, a 1 de março de 1845, assinou-se a paz: o Tratado de Poncho Verde ou Paz do Poncho Verde, após quase dez anos de guerra que teria causado grande número de mortes. Na verdade, por parte dos imperiais, nunca tal tratado chegou a ser assinado, o que permite a muitos dizer que estamos em guerra até hoje..
 
Entre as principais condições deste acordo estavam a anistia plena aos revoltosos, a libertação dos escravos que combateram no Exército piratinense e a escolha de um novo presidente provincial pelos farroupilhas. O cumprimento parcial ou integral do tratado até hoje suscita discussões. A impossibilidade de uma abolição da escravatura regionalmente restrita, a persistência de animosidade entre lideranças locais e outros fatores administrativos e operacionais podem ter ao menos dificultado, senão impedido o cumprimento integral do mesmo. 

Dos escravos sobreviventes, alguns acompanharam o exército do general Antônio Neto em seu exílio no Uruguai, outros foram incorporados ao Exército Imperial e muitos foram vendidos novamente como escravos no Rio de Janeiro.

Mais tarde, (1850), com a iminência da Guerra contra Rosas, Caxias, já como Duque, seria indicado presidente da província de São Pedro do Rio Grande.