NAVEGANDO EM ÁGUAS TRANQUILAS
O Presidente Nairo Callegaro (E), com a humildade que lhe é característica,
foi buscar nomes importantes como Paixão Côrtes, que andavam no ostracismo no MTG
O Presidente Nairo Callegaro (E), com a humildade que lhe é característica,
foi buscar nomes importantes como Paixão Côrtes, que andavam no ostracismo no MTG
As vésperas de completar meio
século (amanhã) o Movimento Tradicionalista Gaúcho navega de velas soltas ao vento. Isto se deve, em
muito, pelo seu atual timoneiro, Nairo Callegaro, uma pessoa adepta ao diálogo.
De personalidade calma o presidente da instituição busca aparar arestas através
do equilíbrio e da moderação. Ante a tranquilidade de Nairo, qualquer um se
desarma.
Aquele ranço comum ao se falar em
MTG, principalmente nas redes sociais, parece meio esquecido e a coisa anda
como deve andar, ou seja, quem é adepto e se sujeita ao regimento do
Movimento faz seu cartão tradicionalista e participa dos eventos promovidos
pela entidade. Quem acha que as centenas de normas e diretrizes
engessam a cultura gaúcha, segue sua vida a lo largo, do seu jeito, sem
enfrentamentos e provocações.
Eu pertenço ao segundo grupo. Me
pilcho a meu gosto, sou adepto das danças ao estilo Paixão Côrtes e penso que o MTG,
com a força que tem, poderia ir além do tradicionalismo e fazer mais na parte
social (filantropia), entretanto - e parece um contrassenso - admiro, e muito, o trabalho cultural desenvolvido
e coordenado pelo MTG. Não fosse o Movimento, talvez o tradicionalismo fosse
uma salada de mondongo, um poema sem início, meio e fim.
Vários
são os marcos iniciais para a formação do MTG a começar pela fundação do Grêmio
Gaúcho, por Cezimbra Jacques, em 1889, ou a ronda gaúcha, por iniciativa do "Grupo dos Oito" no Colégio Júlio de
Castilhos, de 1947. A fundação do 35 CTG, em abril de 1948 ou a realização do
1º Congresso Tradicionalista Gaúcho, em 1954, ou, ainda, a constituição do
Conselho Coordenador, em 1959 também são fortes argumentos de defesa para
comemorações de aniversário desta grande entidade que congrega em torno de si o
tradicionalismo gaúcho. Contudo, a data mais aceita e considerada oficial por seus integrantes remota
ao ano de 1966, durante o 12º Congresso Tradicionalista Gaúcho realizado em
Tramandaí, quando foi decidido organizar a associação de entidades
tradicionalistas constituídas, dando-lhe o nome de Movimento Tradicionalista
Gaúcho, o MTG. Portanto, neste dia 28 de outubro a instituição comemora seu
cinquentenário.
Seria irresponsabilidade, pelo
pecado do esquecimento, nominar pessoas que labutaram para que o MTG alcançasse
os píncaros do reconhecimento que hoje atinge com quase 1700 entidades
juridicamente constituídas, quase um milhão de associados e mais de 20 núcleos no
exterior, mas não poderíamos jamais deixar de citar nomes como Cyro Dutra
Ferreira e Luis Carlos Barbosa Lessa.
Que seus princípios, suas crenças,
seus alicerces familiares continuem norteando suas convenções, seus congressos,
seus encontros de artes e tradição, seus rodeios, seus concursos, seus cursos,
e que a sua história seja recontada todos os dias em outras tantas metades de séculos.
O folclore gaúcho não é constituído
somente do MTG. Vem antes e vai além dele. Mas não podemos negar sua
importância. Nada, de forma
desorganizada, funciona em lugar algum.
Parabéns, Movimento
Tradicionalista Gaúcho e longa vida!