RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

quarta-feira, 9 de março de 2016

É ASSIM QUE FUNCIONA NO RS


Bombeando nossas datas comemorativas vemos que todo o dia é dia de alguma coisa. Hoje, dia 09 de março, por exemplo, é dia do DJ e Dia de Santa Francisca Romana.
 
Amanhã, preparem-se para comemorar datas importantíssimas. Dia 10 é Dia Mundial do Rim, Dia do Telefone e... Dia do Sogro.
 
No Rio Grande do Sul a coisa não é diferente, numa banalização impressionante de datas. 
 
Mas vocês sabem como isto acontece? Simples. Vou até um deputado meu amigo, sugiro uma data homenageando um fato ou objeto, o ilustre legislador sem preocupação nenhuma com pesquisa ou veracidade histórica encaminha o projeto à Assembleia que nem discute o assunto, aprova e a tal proposição vira Lei. 
 
Isto tudo acabou de acontecer em nosso legislativo estadual em relação ao Dia do Laço. 

O presidente da Federação Gaúcha de Laço Cléber Vieira, que organiza o Rodeio Cidade de Porto Alegre, propôs ao deputado Elton Weber (PSB) que fosse criado, em 26 de março, aniversário da capital, o "Dia do Laço".

O tribuno, que talvez nem saiba o que seja um laço mas que poderá ganhar alguns votinhos dos laçadores da Federação, no dia primeiro deste mês apresentou o Projeto de Lei nº 377 onde, sem debate ou interesse algum de parlamentares, foi votado e aprovado.  
 
Mas se não questionaram, nós questionamos. O que Porto Alegre tem a ver com laço?
 
O campeirismo na capital, afora as dezenas de hospedarias de animais na zona sul com finalidade maior de cavalgadas, não tem mais que vinte anos. Rodeio igual ao da Cidade de Porto Alegre tem mais de 100 pelo interior do Estado! Então que se homenageasse Vacaria, um dos primeiros e o maior rodeio do Rio Grande do Sul.
 
Procurou-se saber a origem do laço? Quais foram os grandes laçadores? Se buscou fatos históricos como o do Gaúcho que laçava com os pés (Maneco Pereira) ou do peão de fazenda Euclides Guterres que laçou um avião em Santa Maria, fato inusitado que na época foi noticiado até na revista O Cruzeiro? 
 
Não! Nada disto. O que importa é o toma lá dá cá.
 
Acho que o mercantilismo que assola esta prática cultural está afetando as ideias de muita gente boa.