RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

domingo, 17 de janeiro de 2016

AINDA SOBRE LALAU MIRANDA


Já que veio à baila a questão do CTG Lalau Miranda de Passo Fundo, estar proibido ou em vias de, realizar bailes por conta do volume excessivo, me fez recordar uma passagem que me foi contada creio que pelo Orlei Carames.
 
Numa feita, ao final de tarde, o Estanislau retornava para a casa grande da fazenda quando se deparou com dois flaquitos carneando uma rês de sua propriedade. Após muito perseguir os dois, o Lalalu entricheirou eles num capão e os intimou:
 
- Porque estavam carneando uma das minhas novilhas?
 
Ao que de pronto um deles respondeu,:
 
- É que temos fome, nossa família passa por necessidades.
 
De pronto, Lalau Miranda manteve um deles como compromisso e despachou o outro dizendo:
 
- Vá até a casa grande e pede 5 kg de sal, se é fome que vocês tem bamo dar um jeito nisso.
 
Quando o vivente que foi buscar o sal retornou, o brazedo já estava pronto e saborearam um suculento churrasco.
 
No final da bóia, pela sua grandeza o Lalau disse:
 
Quando necessitarem de algo, venham trabalhar para mim que les pagarei o justo.
 
O resto da carne, o sebo e o couro podem levar, é de vocês e sua família.

Outro causo sobre Lalau Miranda, este contado por Dilerman Zanchet, extraído da Revista Somando, é o abaixo relatado:

Lalau Miranda era trabalhador esmerado e caprichoso e por isso muito abastado, mas, contudo, generoso e humano e temente à Deus. Sempre conformou-se com a sorte que o “Patrão das Alturas” lhe oferecia, certa feita, chegando em casa, encontrou sua bela morada transformada num braseiro e cinzas, com mulher e filhos desesperados em prantos pelo triste acontecimento. Mas o gaúcho, "vaqueano da vida", logo encontrou uma solução. Com sua peculiar serenidade e um sorriso nos lábios, por ver todos seus familiares salvos, perguntou à sua mulher:

- Ninguém se queimou, minha velha? Choramingando respondeu-lhe: 

- Não, graças a Deus, mas, de tudo que nós tinha, só restou a tua viola porque tava pendurada na laranjeira. 

- Ah!... Muito bem, Sinhá, então faça o favor de me alcançá-la e chega de choro. Faremos uma casa melhor e vamos todos cantá pra agradecê ao "Patrão" por ter-nos salvado a todos. 

E improvisou alguns versos agradecendo a Deus por ter poupado a vida de toda sua família.  
 
Isso mostra o caráter que não por nada é o patrono do mais antigo CTG de Passo Fundo e um dos primeiros do Estado. 
 
Atenciosamente
 
Hilton Luiz Araldi