Missa Campal, precursora da Missa Crioula, nos idos de 1930,
em frente a antiga Igreja Matriz de São Francisco de Paula
Através da Missa Crioula – qual rodeio de reza – queremos louvar e agradecer ao Bom Patrão do Céu pelas maravilhas que Ele proporcionou ao povo gaúcho ao longo da História.
Mas donde vem esta Missa tão diferente? A Igreja sempre apóia àqueles que defendem e promovem os autênticos valores do Homem. E vê no Tradicionalismo Gaúcho aquela terra boa para semear e fazer crescer tais valores. Por isso, a presença de sacerdotes e de seminaristas faz-se notar desde a formação do Departamento de Tradições Gaúchas, em 1957, no Diretório Acadêmico da Faculdade de Filosofia no Seminário Maior Imaculada Conceição de Viamão. No ano seguinte, esse departamento tornou-se uma entidade independente com o nome de CTG Centauro dos Pampas e o lema: “Conhecer para Amar”, sob a liderança de Paulo Aripe e Caetano Secundino Borges Caon.
E já em 1959, a 5 de julho, teve lugar a Missa Gauchesca, durante a realização do 1º Congresso Tradicionalista Estudantil, na Escola Técnica de Agricultura de Viamão. Tendo como presidente da celebração o saudoso Pe. Érico Ferrari (mais tarde Bispo de Santa Maria), ainda em latim, a missa foi acompanhada pelos “potrilhos de padre” com cânticos e comentários em linguagem gauchesca.
Com o advento do Concílio Vaticano II, houve a possibilidade de uma adaptação da Santa Missa aos usos, costumes e tradições do Rio Grande do Sul. E a 7 de abril de 1967, o Sr. Arcebispo de Porto Alegre, Dom Vicente Scherer, aprovou para “ocasiões extraordinárias” o texto da Missa Crioula elaborado pelo Pe. Paulo Aripe. Aos poucos, os demais Bispos do Estado deram apoio e aprovação. E o Rio Grande ganhou um rito crioulo da Santa Missa, fazendo jus às suas raízes cristãs.
Almejamos que a Missa Crioula continue a ser, como até agora nestes quase 50 anos, um momento de celebrar a vida do nosso povo e um instrumento eficaz de evangelização.
Por: Padre Amadeu Canellas