RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

SEGUE O CICLO DA EXISTÊNCIA...



Já vem fechando a porteira
o peão, velho, cansado,
de barba branca, enrugado,
em sua lida derradeira.
A égua báia estradeira
sente a fadiga do dono.
Na sombra de um cinamomo
desencilha e solta a campo...
E o taura, feito um santo,
dorme seu último sono!

Mas vem erguendo a poeira
na mesma trilha, um piá.
Um garnizé batará
montando uma zaina ligeira.
E vem abrindo porteiras
pelos campos da querência.
Gurizote, sem paciência,
tudo que vê ele prova.
É o ciclo que se renova
no ir e vir da existência.

O Ano Velho é o peão,
o Ano Novo é o guri.
Um vai bombear, por aí,
talvez noutra encarnação.
O outro é renovação,
esperança, recomeço...
Patrão de Tudo! Agradeço
pelo ano bem vivido
e nem lhe faço pedidos
pois... O que tenho é o que mereço.

Versos de: Léo Ribeiro
Gravura de: Vasco Machado


segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

DOIS MIL E TREZE


FOI UM ANO DE LAVAR COM UM BOCHECHO D' ÁGUA

Encerramos um ano maravilhoso, no palco, diante de uma multidão, 
ao lado do gaiteiro Porca Véia, que se despediu cantando. É pouco? 
Foto: Valvite Vitor Soares

Este ano de 2013 que agora dá seus últimos suspiros, por tudo que me aconteceu, foi um dos melhores de minha vida e queria compartilhar esta satisfação com todos os meus amigos. Que 2014 venha no mesmo tranco de saúde, harmonia e sucesso.

Se não contentamos a todos em nossas manifestações é porque não somos unânimes, mas tentamos levar o gauchismo com autenticidade e seriedade a todos os nossos leitores. 

Repito: - 2013 foi um ano de lavar com um bochecho d'água. Contudo, como diz o grande poeta Carlos Drumond de Andrade "Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente."

UM ÓTIMO 2014 A TODOS  

TODO O GAITEIRO É UM SER SAGRADO




Todo o gaiteiro é um ser sagrado, 
dizia o Jayme e o grande Martin Fierro.
Mas, se cala a gaita fica um peito vago
como um boi que morre silenciando o berro.

Mas tem aqueles que ficam na mente,
no coração, em nossas retinas...
E o Porca Véia é um destes viventes, 
moirão que lasca mas jamais termina...

Foto: Raul Andrade

MANIFESTO

Abaixo, um manifesto do tradicionalista Carlos Homrich em relação a nossa posição de preservação da entidade MTG (não de alguns de seus dirigentes) em relação ao processo contra atos e fatos ocorridos nas prestações de contas do Movimento e que foi arquivado pelo Ministério Público. 


Meu Mano Léo Ribeiro de Souza.

Nunca quis que interpretasse mal o que disse no face ou que o interpretei mal. Se existiu uma denúncia, é porque algo existe ou existiu.  Mano Léo, não é a toa que diversas manifestações vêm ocorrendo com relação ao nosso Movimento. Qualquer tradicionalista consciente sabe disto. Não vivo e nunca viverei de suposições. Sei que no direito não devemos viver de suposições. Mas, me desculpem, sabemos que muitos conseguem demonstrar o PODER. Temos vários exemplos hoje em dia. Temos também o direito também de nos manifestar. Em momento algum se quer manchar o nome do nosso movimento tradicionalista (MTG). Eu, como tradicionalista, sempre preservei esta Entidade e a respeito muito. Já fui Patrão de Entidade e participei e participo de várias entidades tradicionalistas. O que não posso achar correto é que algumas pessoas “sujem o nome do tradicionalismo - MTG” e isto vêm acontecendo bastante. Já disse que não é a toa que diversas manifestações vêm ocorrendo com relação ao nosso Movimento. Acontece que “alguns se acham garantidos pelo PODER”. Esta máscara vai cair um dia. Infelizmente, hoje em dia, existe no nosso Pais corrupções diversas, mas, igualmente, sabemos que envolvem alguns que detém “momentaneamente” o PODER. Claro que não gostamos disso. Mas claro, também, que temos o direito de nos manifestar. Todos nós TRADICIONALISTAS apreciam a grandeza do Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG e igualmente estamos torcendo por sua união, sua integração com todos os Centros de Tradições Gaúchas. Todos nós também queremos a participação do MTG na sociedade. O que não queremos é ver pessoas deturpando este nome tão grandioso quanto o nosso querido Estado do Rio Grande do Sul. Um dia a casa cai. Desculpe meu desabafo, mas precisava dizer isso.


Carlos Homrich

Tradicionalista

domingo, 29 de dezembro de 2013

PORCA VÉIA - O ADEUS AOS PALCOS


Estivemos, ontem a noite, em Caxias do Sul, nos pavilhões da Festa da Uva, completamente tomados por uma multidão de fãs do grande gaiteiro Porca Véia, em sua despedida dos palcos de baile. Foi sua última apresentação. É incrível o carinho desta legião de admiradores que vieram de todas as partes do Brasil para se despedir deste carismático acordeonista que, por trinta anos, carregou a música serrana autêntica, sendo o maior representante do legado deixado pelos Irmãos Bertussi. 


Uma constelação de artistas se fizeram presentes neste espetáculo histórico que marcou o término de uma exitosa carreira. Nomes como Renato Borguethi, Daltro Bertussi, Luiz Carlos Borges e Yamandu Costa (na foto com Porca Véia) deram um brilho todo especiaao evento que teve como mestre de cerimônias o tradicionalista Omair Trindade. 


Os grandes gaiteiros Gabriel Claro e José Claro (Zezinho) com este blogueiro ao centro. Tive a honra de subir ao palco com estas duas feras e dizer um breve poema que antecedeu a apresentação da emocionante música O Último Baile (de nossa marca - minha e do Zezinho), uma das derradeiras atrações desta linda festividade.  


Uma verdadeira multidão se aglomerou nos pavilhões da Festa da Uva para se despedir cantando deste gaiteiro terrunho, desta legenda campeira, deste parceiraço. Mas não vamos ficar órfãos de sua musicalidade, pois, em seguidita, teremos um novo CD do Pai do Gaitaço, além, é claro, de um DVD alusivo a esta noite inesquecível e memorável.



   

sábado, 28 de dezembro de 2013

AQUI NO RIO GRANDE É ASSIM



Sábado passado foi a confraternização de encerramento de atividades da Estância da Poesia Crioula no ano de 2013, na churrascaria Garcia's, em Porto Alegre. Neste mesmo encontro de poetas, foram entregues as medalhas aos premiados no 4º Concurso de Sonetos Nilza Castro e 4º Concurso de Poesias Oliveira Silveira, com tema sobre a negritude. 

Neste concurso (Oliveira Silveira), fui pealado para entregar a medalha de quinto colocado ao vate Juarez Miranda pelo próprio poeta, fato que me deixou muito orgulhoso. Mas não foi só eu o seu "padrinho". O comissário de polícia e patrão do Piquete Lanceiros Negros Contemporâneos, Luiz Fernando Centeno, 57 anos, também era convidado (foto acima).  

O Centeno, para os poucos que não conhecem, é aquele policial que correu o Brasil pelo facebook em uma foto onde aparece metendo o pé na porta, de boina, bombachas e alpargatas (foto abaixo).   

Segundo me confidenciou o Centeno, aquele local era um antro de traficantes. Chegaram (polícia) no clarear do dia e a turma estava meio indecisa em como fazer a abordagem a um pessoal fortemente armado e que deveriam estar acordando.    

Foi quando o agora aposentado Centeno, sentenciou: - Deixem comigo!  

De resto, a própria foto é reveladora...   




sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

ALHOS COM BUGALHOS


No dia de ontem, quando fiz uma manifestação de satisfação pelo M.T.G. não estar envolvido em falcatruas (ver postagem sobre arquivamento de processo contra alguns de seus integrantes), me referia ao próprio M.T.G. pois não considero bom para o tradicionalismo ter o nome da entidade manchado. Se o Ministério Público fez bem ou fez mal, não posso opinar pois não conheço os meandros do processo.

Por essa opinião que emiti, recebi bordoadas de todos os lados, inclusive de muitos amigos meus.

Então eu pergunto: - Vocês gostam de ver o nome do Brasil envolvido em corrupção? Vocês vibraram quando o Rio Grande do Sul foi berço do escândalo do DETRAN (algo até hoje nunca bem resolvido)?

Ocorre que muita gente mistura alhos com bugalhos e mesclam o nome das entidades com seus dirigentes. OS NOMES PASSAM, AS INSTITUIÇÕES FICAM!

Recebi dezenas de mensagens onde seus remetentes enxergavam no M.T.G a figura de Manoelito Savaris.

Vejam bem. Eu defendi o M.T.G como um todo e, se fosse identificar o Movimento com alguém, seria o M.T.G. de Barbosa Lessa, de Paixão Côrtes, de Onésimo Carneiro Duarte e não o M.T.G. desta pessoa (Savaris) com a qual nunca tive um dedo de prosa. Sei da grande rejeição que este nome carrega entre muitos integrantes do Movimento e, principalmente, fora dele e não vou aqui bancar o advogado do diabo, até porque de bons advogados eles devem estar bem servidos.

Minha gente. Eu aprecio a grandeza do Movimento Tradicionalista Gaúcho e torço por sua união, sua integração com os CTGs, sua participação na sociedade. Quanto a este ex-presidente (que agora em janeiro candidata-se novamente a presidência numa gana mandatária pouco vista), não opino até que o conheça melhor (mesmo porque ele não precisa de mim para seus intentos). 

Àqueles parceiros que me dirigiram suas mágoas, eu pergunto: - Fui claro?




15ª CAVALGADA CULTURAL DA COSTA DOCE


 15ª Cavalgada Cultural da Costa Doce, de 16 a 26 de janeiro/2014

De 16 a 26 de janeiro de 2014 será realizada a  15ª Cavalgada Cultural da Costa Doce, que é considerada por muitos cavaleiros “se não a mais bonita, então uma das cavalgadas mais bonitas do Rio Grande do Sul”.

Saindo de Guaíba e costeando a Lagoa dos Patos até a cidade de Pelotas, em um percurso de 300km, sendo realizada pela Associação dos Cavaleiros da Costa Doce.  Durante a sua passagem ou pouso envolverá diretamente as comunidades de Guaíba, Barra do Ribeiro, Tapes, Arambaré, Camaquã, São Lourenço do Sul, Turuçu e Pelotas.

No dia 23 a cavalgada chega São Lourenço do sul, estabelecendo-se na Fazenda do Sobrado, fazenda que pertenceu a D’onana, irmã de Bento Gonçalves. Ali serão realizadas diversas atividades até a noite do dia 24, como: Confraternização entre os cavaleiros, recebimento de mais cavaleiros, apresentações culturais, missa crioula e tertúlia.

Dia 25 partem em direção a ilha da Feitoria, e no dia 26 chegam a Pelotas, trecho onde não haverá mais o apoio por terra, sendo acompanhada apenas por barcos.

Objetivos:

- Refazer os caminhos centenários ensinados por índios e percorridos, inúmeras vezes, por escravos e tropeiros a caminho das charqueadas, por onde se observam relíquias ecológicas e patrimoniais de valor incalculável e só existentes nesta região.
- Amenizar a dureza da viagem com paradas estratégicas para descanso de cavaleiros e cavalos integração com familiares e tertúlias culturais;
- Chamar a atenção da população para a importância da história e da tradição existente fora dos CTGs, muitas vezes esquecida e até mesmo desprezada, por ser considerada menor e menos glamorosa.
- Realizar eventos paralelos, com o objetivo de divulgar a Cavalgada o ano inteiro, fortalecer o espírito campeiro, agregar os amantes da prática de cavalgadas, integrar os cavaleiros com outros desportistas e despertar a opinião pública.
- Divulgar os atrativos turísticos, históricos e naturais de região da Costa Doce.

Mais informações e vídeos: www.cavaleirosdacostadoce.com.br
Lindas fotos, vídeos e informações aqui: http://www.facebook.com/cavaleiros.dacostadoce

Grande abraço a todos!

Jeândro Garcia (comunicação online)
(51) 9943-4742 / jeandro@uol.com.br
Carlos de Souza Gonçalves – Coordenador 
(53) 9103-3410 
 



quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

MAS QUE CALORÃO! BENZADEUS!



Acho que erraram de ano. O fim do mundo não seria em 2012 e sim agora, em 2013. Mas que calorão. BenzaDeus! Para enfrentar esse sol de rachar o chão, só mesmo uma soneca na sombra de um cinamomo, na minha querida e legendária São Chico de Paula. 

Mas se aqui está este purgatório (ante-sala do inferno) imagina serra abaixo!?!?

VOLTEANDO DATAS - NASCE NOEL GUARANY


 Chaloy Jara e Noel Guarany

Num dia 26 de dezembro, de 1941, nascia em Bossoroca, então distrito de São Luiz Gonzaga,  Noel Borges do Canto Fabrício da Silva – Noel Guarany, cantor missioneiro que marcou época, sendo, ao lado de Pedro Ortaça, Cenair Maicá e Jayme Caetano Braun, um dos quatros "Troncos Missioneiros". Sem nunca "baixar o toso", falou o que pensava e suas composições, de forte apelo social, serviram de inspiração a grandes nomes de agora, como o artista Luiz Marenco.


Noel Guarany era descendente de italianos e índios guaranis. Na adolescência, aprendeu, de maneira autodidata, o idioma guarani, bem como a compor, tocar e cantar.

Na década de 1960 percorreu diversos países latino-americanos, onde colheu diversos ensinamentos que utilizou como subsídio para criação de suas músicas durante toda a sua futura carreira.

No final da década, apresentou alguns programas radiofônicos nas rádios de Cerro Largo e São Luiz Gonzaga, bem como nas rádios Gaúcha e Guaíba de Porto Alegre, RS.

Em 1970, lançou, em conjunto com Cenair Maicá, com o qual vinha se apresentando pelo Rio Grande do Sul e em festivais na Argentina, um compacto simples, com as músicas Filosofia de Gaudério e Romance do Pala Velho.

No ano seguinte, grava o seu primeiro LP, Legendas Missioneiras, pela gravadora RGE, que traz, entre outras, parcerias com Jayme Caetano Braun, Glênio Fagundes e Aureliano de Figueiredo Pinto. Neste disco, além das músicas constantes do compacto anterior, estão presentes outras pérolas de seu repertório, como Fandango na Fronteira, Gaudério e Eu e o Rio.

Em 1973 sai Destino Missioneiro, pela gravadora Phonogram/Sinter, no qual repete algumas das parcerias do disco anterior, bem como traz composições próprias e de Barbosa Lessa e uma parceria com Aparício Silva Rillo. Neste disco, estão presentes grandes músicas como Destino Missioneiro e Destino de Peão. 

Seu terceiro LP é Sem Fronteiras, lançado em 1975 pela EMI/Odeon, que está repleto de músicas que acabaram se tornando clássicos do cancioneiro gaúcho, como Romance do Pala Velho, Potro Sem Dono (de Paulo Portela Fagundes), Filosofia de Gaudério, Balseiros do Rio Uruguai (de Barbosa Lessa), Décima do Potro Baio e Chamarrita sem Fronteira (as duas últimas, temas missioneiros recolhidos e adaptados por Noel Guarany), entre outras.

No ano de 1976, Noel Guarany grava em parceria com Jayme Caetano Braun, de maneira independente, o LP Payador, Pampa, Guitarra. Gravado parte na Argentina e parte em São Paulo, o disco conta com a participação de grandes músicos argentinos.

Em 1977 a RGE relança o disco Legendas Missioneiras, de 1971, com o título de Canto da Fronteira.

Em 1978 sai o LP Noel Guarany Canta Aureliano de Figueiredo Pinto, pela RGE, que resgata a obra e a memória de um dos grandes poetas do regionalismo gaúcho.

No ano seguinte, sai o disco De Pulperias, ainda pela gravadora RGE. Constam deste disco as músicas En el rancho y la cambicha, Rio de Los Pajaros e Milonga del peón de campo, de Mario Millan Medina, Anibal Sampayo e Atahualpa Yupanqui, respectivamente.

Em 1980 sai Alma, Garra e Melodia, em que se destacam as músicas Maneco Queixo de Ferro e Índia cruda. Neste mesmo ano ocorre o show no Cinema Glória, na cidade de Santa Maria, que mais tarde, em 2003, viria a se tornar o disco Destino Missioneiro - Show Inédito.

No ano de 1982, é lançado o LP Para o Que Olha Sem Ver, pela RGE, título que remete à música Para el que mira sin ver de autoria do cantor e poeta argentino Atahualpa Yupanqui (presente também na composição Los ejes de mi carreta). Além das citadas, estão presentes as músicas Boi Preto, Na Baixada do Manduca e Adeus Morena, músicas de inspiração folclórica. De se destacar, também, quatro composições de João Sampaio.

Neste ponto, Noel Guarany, já com os primeiros sintomas da doença, começou a afastar-se dos palcos, e acabou redigindo uma carta aberta à imprensa, na qual reclama do tratamento recebido pela gravadora.

Em 1985 retira-se definitivamente dos palcos, em cumprimento ao prometido na carta de 1983.

No ano de 1988, em conjunto com Jorge Guedes e João Máximo, lança o disco A Volta do Missioneiro.

Nos próximos 10 anos, o grande gaúcho, cada vez mais debilitado por uma doença degenerativa no cérebro, permaneceu recolhido em seu sítio na localidade de Vila Santos, no município de Santa Maria.

Morreu no dia 6 de outubro de 1998, na Casa de Saúde de Santa Maria, tendo sido enterrado em Bossoroca, sua terra natal.



MINISTÉRIO PÚBLICO ISENTA M.T.G.


O Movimento Tradicionalista Gaúcho vem a público apresentar o parecer do Ministério Público do estado do Rio Grande do Sul, referente ás acusações sobre prestações de contas do maior evento popular do estado, os Festejos Farroupilhas.

Segundo o oficio (nº 56-2013 MP), o processo está sendo arquivado isentando os dirigentes de quaisquer acusações feitas referentes ao processo.

Rogério Bastos
Assessoria de imprensa do MTG
051-81864262 



Como nosso blog noticiou naquela ocasião, em primeira mão, a entrada com o pedido ao Ministério Público Estadual, temos, por coerência, o dever de publicar o resultado deste pedido que agora resulta em arquivamento com isenção dos acusados. Na verdade, são dois sentimentos que nos envolvem. O sentimento de dever (já citado) e o sentimento de satisfação por tudo ter resultado em nada.

Sendo o Movimento o órgão normatizador do tradicionalismo gaúcho, e tendo seus departamentos de fiscalização e controle interno (conselhos), não soa bem aos ouvidos dos gaúchos estas pendengas que extrapolam o lado cultural, assim como não soa bem o nível da atual campanha para presidente da entidade, na eleição de janeiro.

Pessoalmente, sou 90% admirador do M.T.G. e 10% crítico. Se fosse 100% admirador não me permitiria ser contra os inúmeros regramentos que engessam a entidade e fazem com que descontentes se organizem e criem, por exemplo, a Federação Gaúcha de Laçadores.

Entretanto, meus 90% de admirador me fazem elogiar com orgulho o M.T.G. idealizado por Barbosa Lessa e Paixão Côrtes bem como a labuta de pessoas que se esmeram dentro da organização pelo sucesso de atividades como o ENART, o Concurso de Prendas, a Festa Campeira, os Festejos Farroupilhas e tantos outros eventos positivos promovidos pelo Movimento (embora, como em toda grande festividade, sempre surjam alguns ajustes a serem efetuados).

Estes mesmos 90% que tenho de admiração pelo M.T.G. repito, é que me dão uma extrema satisfação por tal denúncia ser arquivada. Não gostaria e não acreditava que aqueles fatos arrolados fossem tidos como verdadeiros.

BOM 2014 AO NOSSO M.T.G.!

Léo Ribeiro

       

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

É NATAL NO PAMPA



É Natal no pampa...
A Estrela Boiera se adelgaça
pelo firmamento sulino.

Três peões,
Reis Magos das vastidões campechanas
dão um -ôh de casa
retrechando as esporas nazarenas.

No frontal do rancho
os vaga-lumes, em lusque-fusque,
fogoneiam contra o cinamomo
formando a mais pura e linda
árvore natalina.

Na mesa, a ceia simples
o vinho, o queijo, o pão,
o charque gordo, a oração.
Na estrebaria, o burro,
a vaca, a criação,
um presépio natural.

E o menino? O Filho de Deus?
Nos deixou a sós?
Não! Está por aí
nos ventos, nas sementes,
nos retratos dos avós.
Ele está no interior
de cada um de nós!

Texto: Léo Ribeiro
Gravura: Reis Magos Gaúchos - Berega


terça-feira, 24 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL A TODOS



Nesta data, há muito tempo,
nos rincões de Nazaré
o carpinteiro José
e sua esposa Maria
andejavam na procura,
de um lugar, qualquer lugar,
que lhes pudesse abrigar
até raiar novo dia.

Conseguiram, à muito custo,
um estábulo, nada mais.
e ali, entre animais,
Maria, então, deu a luz.
É o começo de uma saga
que mudou a humanidade
através da cristandade
que nascia com Jesus.


Com estes versos iniciais fiz um poema, há longos anos, sobre o natal. Minha concepção sobre o aniversário de Jesus e o meu espírito natalino não mudou no decorrer da minha vida. Considero Cristo a pessoa mais importante que andejou pela face da terra. Isto, por si só, diz tudo. Em relação ao natal, da forma mercantilista como está, tenho minhas restrições. Mas, cada qual com suas crenças e formas de visão, vamos levando meio que aos encontros do cavalo.

Amanhã vou dar uma chegada no cemitério, rezar por meus parentes e meus amigos, voltar para o aconchego do meu rancho e torcer para que os ensinamentos de dois mil e tantos anos não desapareçam das mentes dos povos.

Gravura - Espírito -
de Marciano Schimitz





segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

O NATAL NA VISÃO DO PAJADOR



NATAL CAMPEIRO
(Jayme Caetano Braun)


A cuia do chimarrão,
é o cálice do ritual,
e o galpão é a Catedral
maior da terra pampeana,
que de luzes se engalana,
para esperar o NATAL.

A cuia aquece na palma
da mão da indiada campeira,
dentro da sua maneira,
rezando e chairando a alma,
para recuperar a calma,
que fugiu do mundo inteiro.
Enquanto o estrelão viajeiro,
já vem rasgando caminho,
para anunciar o "Piazinho",
a Virgem e o Carpinteiro.

Em nome do Pai,
- do Filho e do Espírito Santo,
é o chimarrão que levanto,
e o vento faz estribilho,
a prece do andarilho,
ao Piazito Salvador,
filho de Nosso Senhor,
do Espírito e do Pai,
de volta a terra aonde vai,
falar de novo em amor!

Tem sido assim - dois mil anos,
ninguém sabe - mais ou menos,
vem conviver com os pequenos,
de todos os meridianos,
e repetir aos humanos,
as preces de bem querer.
Quem sabe até - pode ser,
que um dia seja atendido,
e o mundo velho perdido,
encontre paz para viver.

Ele sabe da apertura,
em que vive o pobrerio,
a fome - a miséria - o frio,
porque passa a criatura,
mas que - inda restam - ternura,
amizade e esperança,
é que pode, a cada andança,
mesmo nos ranchos sem pão,
aliviar o coração,
num sorriso de criança!

Pra mim - que ouvi na missões,
causos de campo e rodeio,
do "Negro do Pastoreio",
cruzando pelos rincões,
das lendas de assombrações,
e cobras queimando luz.
Foste - Menino Jesus,
o meu sinuelo de fé,
juntando ao índio Sepé,
o Nazareno da Cruz!

E a Santa Virgem Maria,
madrinha dos que não tem,
fez parte - sempre - também,
da minha filosofia,
eu que fiz de Sacristia,
os ranchos de chão batido,
e que hoje - encanecido,
sou sempre o mesmo guri,
a bendizer por aí,
o pago que fui parido!

E o Nazareno que vem,
das bandas de Nazaré,
chasque divino da fé,
rastreando a luz de Belém,
ele que vai morrer também,
pra cumprir as profecias.
É Natal - nasce o MESSIAS,
salve o Menino Jesus!
mas o que fogem da luz,
o matam todos os dias.

Presentes - "Papais Noéis",
um ano esperando um dia,
quando a grande maioria,
sofre destinos cruéis.
O amor pesado a "mil-réis",
e mortos vivos que andam,
instituições que desandam,
porque esqueceram JESUS,
o que precisa, é mais luz,
no coração dos que mandam!

Que os anjos digam amém,
para completar a prece,
do gaúcho que conhece,
as manhas que o tigre tem.
Não jogo nenhum vintém,
mesmo sendo carpeteiro,
mas rezo um Te-Déum campeiro,
nessa Catedral selvagem,
pra que faça Boa Viagem,
o enteado do Carpinteiro!

domingo, 22 de dezembro de 2013

DO LITORAL A FRONTEIRA



Recenzinha desencilhei o matungo de mais uma jornada do programa Do Litoral A Fronteira, dirigido pelo meu amigo Jairo Reis, na BAND. Duas horas que passaram num "upa" com causos e prosas de fundamento e que contou até com música ao vivo com o Grupo Filhos de Galpão (foto).  

Como sou devoto daquela letra (que diz mais ou menos assim) "...quando agarro uma foice / lhes conto que não sai nada / pois de baralho e viola / já tenho as mãos calejadas..." trabalhei um mês (fiz quatro programas) e já vou tirar dois de férias, ou seja, só volto em março. Mas o programa continua num galope socado.  

     

O TEMPO E O VENTO VIRA MINI-SÉRIE


Texto: Extraído do Site O GLOBO

O Tempo e o Vento, uma série literária de Erico Verissimo, iniciada em 1949 com o livro O Continente, seguido pelas obras O Retrato, em 1951, e O Arquipélago, em 1961, ganha nova adaptação para a televisão. A história de amor, combates e superação já foi novela na Globo, e estreou nas telas do cinema esse ano. Agora, com inserção de cenas inéditas e novos personagens, o romance ganha nova edição e montagem para a versão televisiva.

O Tempo e o Vento conta a história de amor entre Bibiana (Marjorie Estiano) e Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda), em meio aos conflitos de duas famílias opostas (Foto: Globo) 
O Tempo e o Vento, que estreia no dia 1º de janeiro, conta a história de amor entre Bibiana (Marjorie Estiano) e Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda), em meio a conflitos de duas famílias opostas (Foto: Globo)

A minissérie, que estreia no dia 1º de janeiro na Globo, conta a história de amor entre Bibiana (Marjorie Estiano) e Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda), em meio aos conflitos de duas famílias opostas, os Terra Cambará e os Amaral, que viveram em confronto por mais de 150 anos. As histórias do pampa e das guerras que encheram o povo gaúcho de cicatrizes e memórias são narradas por Bibiana, a centenária Terra Cambará que relembra a trajetória de sua família, desde sua avó Ana Terra (Cleo Pires) até o final de sua vida.

Thiago Lacerda é Capitão Rodrigo em O Tempo e o Vento, minissérie que a Globo exibe em três capítulos (Foto: Globo)

Thiago Lacerda é Capitão Rodrigo em O Tempo e o Vento, minissérie que a Globo exibe em três capítulos (Foto: Globo)

Santa Fé é a cidade fictícia onde se passa a história central. Construída no Parque do Gaúcho, em Bagé, no Rio Grande do Sul, a cidade cenográfica ocupa 10 mil metros quadrados, conta com 17 edificações, envolveu mais de 200 trabalhadores durante mais de seis meses, e permanece na região como herança da população local.

É o imponente Ricardo Amaral (José de Abreu) quem acolhe Ana Terra em Santa Fé, cidade que ele fundou (Foto: Globo)

É o imponente Ricardo Amaral (José de Abreu) quem acolhe Ana Terra em Santa Fé, cidade que ele fundou (Foto: Globo)

Na obra, uma das mais importantes da literatura Gaúcha, Santa Fé foi fundada e erguida pelo imponente Ricardo Amaral (José de Abreu), que é quem acolhe Ana Terra. É em Santa Fé que ela reconstrói sua vida ao lado do filho ainda criança, Pedro (Eduardo Correa), após perder a família e suas terras em um ataque dos castelhanos. Dedicada e agradecida pelo acolhimento, Ana Terra não poderia imaginar que seus sucessores se tornariam os principais rivais da família Amaral.

Cleo Pires é Ana Terra na adaptação da obra clássica de Erico Verissimo, que estreia no dia 1º de janeiro (Foto: Globo)

Cleo Pires é Ana Terra na adaptação da obra clássica de Erico Verissimo, que estreia no dia 1º de janeiro (Foto: Globo)

O início desse combate se dá anos depois com a chegada do charmoso e divertido Capitão Rodrigo Cambará (Thiago Lacerda). Corajoso, o guerreiro de muitas batalhas, encantado pela filha de Pedro Terra (Cacá Amaral) e neta de Ana Terra, Bibiana (Marjorie Estiano), enfrenta bravamente os empecilhos de um romance que atravessa o tempo e prova que o amor é capaz de resistir às guerras.

Filha de Pedro Terra e neta de Ana Terra, Bibiana (Marjorie Estiano), enfrenta os empecilhos de um amor que cruza o tempo (Foto: Globo)

Bibiana (Marjorie Estiano) enfrenta bravamente os empecilhos de um amor que atravessa o tempo (Foto: Globo) 

Desejada por Bento Amaral (Leonardo Medeiros) e apaixonada por Rodrigo, Bibiana resiste às imposições daquela época e, com a ajuda do irmão, Juvenal Terra (Cris Pereira), convence a família de seu amor e, apesar de não ter aprovação completa do pai, se casa com o capitão. A partir daí o cerco se fecha para os Terra Cambará. Prisões, mortes e mais guerras tomam conta da família, que seria sustentada pelo amor, dedicação e superação de Bibiana.


A família Terra Cambará: Bolívar (Igor Rickli) e Luzia (Mayana Moura) (Foto: Globo) 

A família Terra Cambará: Bolívar (Igor Rickli) e Luzia (Mayana Moura) (Foto: Globo)

Disputas, espera e angústia marcaram a vida de Bibiana. O tempo passou, mas, assim como a avó Ana Terra, a força e a dedicação sempre fizeram parte da sua personalidade. Com o falecimento do marido, covardemente morto em combate por Bento Amaral, e, futuramente, com a perda das terras de seu pai, ela se apegou ao filho, Bolívar (Igor Rickli), para superar as perdas e reconquistar o que era de sua família.

E com a chegada de Luzia (Mayana Moura) e seu avô, Agnaldo Silva (Carlos Cunha Filho), forasteiro que se apossou da casa da família Terra e ali construiu um sobrado, Bibiana vê a oportunidade de recuperar as terras que eram de seu pai, ao perceber o amor de Bolívar pela moça. O que eles não imaginam é que Luzia é desequilibrada e que sente prazer ao se aproximar da morte.

As caracterizações de Florêncio Terra (Rafael Cardoso) e de Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda) (Foto: Globo) 

As caracterizações de Florêncio Terra (Rafael Cardoso) e de Capitão Rodrigo (Thiago Lacerda) (Fotos: Globo)

Primo de Bolivar, Florêncio (Rafael Cardoso) é um rapaz tímido e também se encanta por ela. Mas com seu jeito quieto, acaba por não ser o escolhido pela moça como seu futuro marido. Apesar de perder a disputa amorosa, ele não deixa a amizade ser abalada e é ele quem percebe o comportamento estranho de Luzia e tenta abrir os olhos do primo.

Com Luzia, Bolívar tem um filho, Licurgo (Marat Descarts), por quem Bibiana passa a se dedicar após mais uma tragédia.

Com direção de Jayme Monjardim, roteiro de Letícia Wierzchowski e Tabajara Ruas e produção de Rita Buzzar, O Tempo e o Vento é uma adaptação livre da obra de Erico Verissimo, com três capítulos. A minissérie estreia na Globo no dia 1º de janeiro, logo após Amor à Vida.