DEPOIS DA CANCELA
Um dia mateando na porta do rancho
bombeei um carancho riscando o azul.
Por coisas da vida tirei as esporas
e fui mundo a fora buscar o meu sul.
Depois da cancela, além da saudade,
falando a verdade me faltou de tudo:
A palavra franca, a mão estendida
assuntos de lida e um mate fachudo.
Não há o que pague a paz do galpão,
o cheiro do chão, o sorriso da prenda,
o trote do pingo, o pala abanando
e, de vez em quando, um pulo na venda.
(Poema: Léo Ribeiro / Foto: Regina Claudia Mazzochin)