MOSTRA CONTA A HISTÓRIA DA CALIFÓRNIA
Quem passar pela Biblioteca Pública do Estado nos próximos dias vai se surpreender. Entre o mobiliário e a arquitetura clássica e centenária, o visitante irá encontrar objetos, ouvir músicas regionalistas e encontrar farta documentação sobre a história do Nativismo do nosso estado.
A exposição “Califórnia da Canção Nativa: um legado de
arte e cultura” poderá ser visitada a partir de quinta-feira (19), às 19h, na
BPE. A entrada é gratuita.
A ideia do evento é homenagear o fenômeno cultural que é a Califórnia da Canção, que atravessou cinco décadas e continua contribuindo na identidade dos gaúchos. Além disso, a mostra, com curadoria de Cláudia Antunes, pretende destacar a ligação entre música e literatura, uma vez que essas duas artes se fundem poeticamente. A exposição apresentará farta documentação, adquirida nos acervos públicos do Arquivo Histórico do RS, Museu Antropológico do RS, Discoteca Natho Henn, Instituto Estadual de Música e Biblioteca Pública do Estado, em um exercício de transversalidade entre as instituições da Secretaria de Estado da Cultura.
Outras fontes são provenientes de acervos particulares
de colecionadores e dos fundadores da Califórnia da Canção Nativa, em 1971,
como Colmar Duarte, um de seus idealizadores, que ainda reside em Uruguaiana,
esbanjando saúde aos 91 anos de idade. Esses documentos consistem em discos,
fotos, cartazes, libretos, folhetos, matérias de jornais, troféus, instrumentos
musicais, objetos campeiros, indumentária gaúcha, etc.
O visitante terá também a oportunidade de ouvir as principais músicas destas cinco décadas e mergulhar no universo do Rio Grande, por meio de objetos e indumentárias campeiras, cuidadosamente selecionados pela correspondência com as composições nativistas.
Antecedentes
Em 1970, na cidade Uruguaiana, a milonga Abichornado
(que significa triste, chateado), de Colmar Duarte e Júlio Machado da Silva,
com interpretação do grupo Os Marupiaras foi desclassificada no 1º Festival da
Música Popular da Fronteira, com a justificativa de que se tratava de uma
canção regional gaúcha, não de MPB.
Na época, falar das coisas do homem do campo não era algo bem visto nas rodas da cidade. Dessa recusa surgiu a necessidade de criar um novo festival, que aceitasse a música e o estilo de vida comum dos gaúchos do sul do Brasil, da Argentina e do Uruguai, inseridos em uma cultura urbana, mas identificados com a paisagem, os costumes e o folclore comuns às suas raízes. Foi assim que Colmar Pereira Duarte idealizou o movimento e Henrique Dias de Freitas Lima foi o 1º presidente do festival.
Nascia assim a Califórnia da Canção Nativa e, junto
com ela o Nativismo, movimento que reafirmou a identidade do gaúcho e inaugurou
uma sofisticada elaboração estética que deu origem a uma série de festivais no
sul do país.
Para a primeira edição, em dezembro de 1971, Henrique
Dias de Freitas Lima trouxe de Porto Alegre o som do Teatro Leopoldina e a
iluminação do Theatro São Pedro, como forma de trazer credibilidade ao projeto.
Enquanto isso, Colmar ocupou-se da identidade do evento, com a missão de inovar
a música do Rio Grande.
Sucesso absoluto nas décadas de 1980 e 1990, o
festival apresentou canções que alcançaram muito sucesso e projetou grandes
nomes da área musical.
Hoje, passados os anos dourados − quando 15 mil pessoas se reuniam todas as noites na Cidade de Lona − a Califórnia continua viva e consolidada como importante manifestação cultural do Rio Grande do Sul.
A exposição organizada pela Secretaria de Estado da Cultura, por meio da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul, é uma homenagem aos pioneiros do Nativismo e o reconhecimento de seu alto poder de criação poética e cultural.
Sobre a curadora da exposição
Cláudia Rejane Dornelles Antunes é jornalista e
doutorara em Letras. Já fez vários projetos culturais sobre o escritor João
Simões Lopes Neto, no qual é especialista. Em 2018 ganhou o prêmio Açorianos na
categoria Arte Educação com a exposição O museu desmiolado. Trabalhou entre
1997 e 2007, como bolsista, no projeto Acervos de Escritores Sulinos do
Programa de Pós-Graduação em Letras da PUCRS, desenvolvendo trabalhos com os
acervos de Erico Verissimo, Josué Guimarães, Mario Quintana, Reynaldo Moura,
Manoelito de Ornellas, Lila Ripoll, Zeferino Brazil e José Pedro Escosteguy. É
servidora concursada da Secretaria de Estado da Cultura, desenvolvendo o cargo
de Analista em Assuntos Culturais, desde 2010. Atualmente trabalha com pesquisa
e coordena o setor de Comunicação da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande
do Sul.
SERVIÇO
O quê: Exposição Califórnia da Canção Nativa: um
legado de arte e cultura
Curadoria: Cláudia Antunes
Quando: Abertura: 19 de outubro (quinta-feira), às
19h. Visitação: Até 09 de dezembro.
Local: Salão Borges de Medeiros da Biblioteca Pública
do Estado (Rua Riachuelo, 1190 - Centro
Histórico de Porto Alegre)
Entrada Gratuita
Atendimento à imprensa
Cláudia Antunes – bpe.imprensa@gmail.com
Site: http://www.bibliotecapublica.rs.gov.br
Facebook:
https://www.facebook.com/bibliotecapublicadoestadors
Instagram: @bpe.rs
Apoio
Associação dos Amigos da Biblioteca Pública do Estado
Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul
Instituto Estadual de Música
Museu Antropológico do Rio Grande do Sul
Museu Júlio de Castilhos
CTG Sinuelo do Pago
Realização
Secretaria de Estado da Cultura
Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul.