UM POUCO DA NOSSA HISTÓRIA
A INVASÃO DE PORTO ALEGRE
Após diversas tentativas
infrutíferas junto a Corte, no Rio de Janeiro, para que ouvissem os clamores da
Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, só lembrada quando precisavam da
bravura de seus homens nas guerras cisplatinas, os republicanos decidiram invadir
a capital Porto Alegre.
Reunidos nas proximidades
do Moinho da Azenha, onde hoje se localiza os cemitérios da capital, em torno
de 200 soldados comandados por Onofre Pires, primo do General Bento Gonçalves estavam de prontidão esperando a data aprazada (20 de setembro).
Cientificado do fato, o
Presidente da Província Antônio Rodrigues Fernandes Braga mandou que se
armassem a Guarda Municipal Permanente, o Piquete de Cavalaria de primeira
linha (cerca de 70 homens) e a Companhia de Guardas Nacionais a cavalo. Como
dispunha de pouca força na capital, apelou a todos os cidadãos para que se
reunissem, armados, conseguindo juntar um contingente de cerca de 270 homens.
Para coordenar as forças legais nomeou o Brigadeiro Gaspar Mena Barreto, pois o
Comandante das Armas, Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto, estava ausente.
Foram logo guarnecidos três pontos considerados importantes: o Palácio do
Governo, o quartel da Guarda Municipal e o Trem de Guerra (arsenal).
Na noite de intensa
neblina de 19 para 20 de setembro, Braga
enviou um piquete a cavalo para o reconhecimento do dispositivo revolucionário.
Com um contingente de 20 homens da Companhia de Guarda Nacional, sob o comando
do Major José Egídio Gordilho Barbuda, segundo Visconde de Camamu, que se
oferecera espontaneamente para a missão. Os revolucionários, porém, já haviam
deixado bombeadores (vigias) junto à ponte da Azenha. Camamu não possuía
experiência de combate, particularmente em operações noturnas, e contava com
tropas de voluntários. Ao primeiro sinal de alerta dos farroupilhas, o grupo
avançado, liderado pelo Visconde, disparou suas armas e retraiu rapidamente,
supondo tratar-se de uma forte reação dos revoltosos, provocando uma debandada
geral que levou o pânico aos governistas de Porto Alegre. O piquete
farroupilha, com sete homens, vendo-os fugir espavoridos, perseguiu-os, matando
um e ferindo quatro, entre eles Camamu.
Começava, com esse
episódio, a maior guerra civil de nosso País, a Revolução Farroupilha.