RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

 

UM POUCO DA NOSSA HISTÓRIA

A INVASÃO DE PORTO ALEGRE 


Combate da Ponte da Azenha - Óleo sobre tela de Guido Mondin 


Após diversas tentativas infrutíferas junto a Corte, no Rio de Janeiro, para que ouvissem os clamores da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, só lembrada quando precisavam da bravura de seus homens nas guerras cisplatinas, os republicanos decidiram invadir a capital Porto Alegre.

Reunidos nas proximidades do Moinho da Azenha, onde hoje se localiza os cemitérios da capital, em torno de 200 soldados comandados por Onofre Pires, primo do General Bento Gonçalves estavam de prontidão esperando a data aprazada (20 de setembro).     

Cientificado do fato, o Presidente da Província Antônio Rodrigues Fernandes Braga mandou que se armassem a Guarda Municipal Permanente, o Piquete de Cavalaria de primeira linha (cerca de 70 homens) e a Companhia de Guardas Nacionais a cavalo. Como dispunha de pouca força na capital, apelou a todos os cidadãos para que se reunissem, armados, conseguindo juntar um contingente de cerca de 270 homens. Para coordenar as forças legais nomeou o Brigadeiro Gaspar Mena Barreto, pois o Comandante das Armas, Marechal Sebastião Barreto Pereira Pinto, estava ausente. Foram logo guarnecidos três pontos considerados importantes: o Palácio do Governo, o quartel da Guarda Municipal e o Trem de Guerra (arsenal).

Na noite de intensa neblina  de 19 para 20 de setembro, Braga enviou um piquete a cavalo para o reconhecimento do dispositivo revolucionário. Com um contingente de 20 homens da Companhia de Guarda Nacional, sob o comando do Major José Egídio Gordilho Barbuda, segundo Visconde de Camamu, que se oferecera espontaneamente para a missão. Os revolucionários, porém, já haviam deixado bombeadores (vigias) junto à ponte da Azenha. Camamu não possuía experiência de combate, particularmente em operações noturnas, e contava com tropas de voluntários. Ao primeiro sinal de alerta dos farroupilhas, o grupo avançado, liderado pelo Visconde, disparou suas armas e retraiu rapidamente, supondo tratar-se de uma forte reação dos revoltosos, provocando uma debandada geral que levou o pânico aos governistas de Porto Alegre. O piquete farroupilha, com sete homens, vendo-os fugir espavoridos, perseguiu-os, matando um e ferindo quatro, entre eles Camamu.

Começava, com esse episódio, a maior guerra civil de nosso País, a Revolução Farroupilha.