DEZ MOTIVOS PARA COMEMORAR
A GUERRA DOS FARRAPOS
1° - Comemoro a
insubmissão de uma província a uma monarquia, chamando a atenção da corte para
um recanto esquecido e explorado nos confins da Pátria.
2º - Comemoro a bravura de quem, com menos
homens, armas e cavalos, mas sobrando valentia, enfrentou por dez anos o
Império deixando marcos históricos como a Batalha do Seival, a Travessia dos
Lanchões de Garibaldi e a Fuga de Bento Gonçalves de sua prisão na Bahia.
3º - Comemoro o surgimento nesta terra de
nomes como o General Antônio de Souza Netto mas também os heróis esquecidos
como Coronel Teixeira Nunes, Tobias da Silva e os integrantes da 1ª Brigada de
Cavalaria, os Lanceiros Negros.
4º - Comemoro o fato de, apesar dos esparsos
recursos probatórios, não nos acomodarmos com as definições e rebuscarmos a
veracidade histórica de passagens como a Batalha dos Porongos.
5 - Comemoro porque a "guerra que
perdemos" nos deu uma identidade própria, diferenciada, no Sul do Brasil.
6º - Comemoro poder cantar, como em nenhum
outro Estado brasileiro, o hino da minha terra, e ver fulgurar em milhares de
eventos o pavilhão tricolor surgido naquele decênio heroico.
7° - Comemoro porque essa epopeia foi um dos
motivos para o surgimento de um movimento cultural que fez avivar nosso
folclore através da musicalidade, das danças, dos cinemas, dos rodeios,
expandindo-se para o resto do mundo, aonde houver um gaúcho.
8º - Comemoro o orgulho que ainda nos resta,
apesar da violência, da pobreza educacional, enfim, da falência monetária desta
outrora pujante Província de São Pedro.
9 º - Comemoro porque, graças a
"petulância" dos Farroupilhas, a cada mês de setembro eu posso rever
meus amigos de causa e tradição e ver surgir nos acampamentos pessoas que nunca
botaram uma bombacha mas que começam a entender o motivo de ali estarmos.
10° - Comemoro para saborear o desgosto de
alguns escritores "rio-grandenses" (e seus asseclas) que se indignam
com a minha comemoração.