REPONTANDO DATAS / 06 DE MAIO
Num dia 06 de maio do ano
1871 morria em Pelotas Domingos José de Almeida nascido em Diamantina, Minas
Gerais. Foi um dos nomes mais importantes da Revolução Farroupilha e serviu a
causa como Ministro da Fazenda.
Filho do português
Domingos José de Almeida e Silva e de Escolástica Maria de Abreu, migrou de
Minas Gerais para o Rio Grande do Sul em 1819 para reunir tropas de mulas e
levá-las até Sorocaba, mas acabou se estabelecendo em Pelotas, onde logo abriu
um escritório destinado à venda de charque para o centro do país e para o
exterior.
Empresário bem sucedido,
além de dono de uma companhia de navegação com veleiros que transportavam
produtos para as províncias do norte. Em 1832, em sociedade com Antônio José
Gonçalves Chaves e Bernardino José Marques Canarim, criou uma sociedade que
operou na lagoa dos Patos a barca a vapor Liberal, que durante quinze anos ligou
Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre; em 1836 passou as mãos do governo, que
transformou em barco de guerra - finda a guerra, voltou a operação civil, com
outro nome.
Foi proprietário de uma
pequena charqueada às margens do Canal São Gonçalo, o que fez dele um dos
cidadãos mais prósperos de Pelotas nessa atividade. Também possuía uma olaria,
fábrica de sabão e de velas de sebo.
Homem culto, era
considerado como tendo uma das biblioteca mais completas do Rio Grande do Sul
na época, ao lado de Felinto Elísio. Foi major e depois coronel da Guarda
Nacional.
Vereador em Pelotas, foi
eleito deputado provincial da 1ª Legislatura da Assembleia Legislativa
Provincial do Rio Grande do Sul. No seu mandato lançou a campanha de
alfabetização no Rio Grande do Sul, inconformado com o fato do Paraguai ter 408
escolas públicas e a província local nenhuma.
Ao estourar a Revolução
Farroupilha, era um dos mais prósperos industriais do Rio Grande do Sul. Foi,
junto com Pedro Boticário, um dos mais intransigentes na deposição de Fernandes
Braga e na tentativa de impedir a posse de José de Araújo Ribeiro. Com o início
da Revolução Farroupilha recebeu a tarefa de organizar, o parque bélico farrapo
em Pelotas e a fábrica de arreamento para a cavalaria.
Em sua casa João Manuel
de Lima e Silva curou-se dos ferimentos obtidos no combate do Passo dos Negros
em 2 de junho de 1836. Foi também da senzala de sua charqueada saíram vários
dos combatentes Lanceiros Negros, liderados pelo coronel Teixeira Nunes.
Foi um dos que
convenceram Antônio de Sousa Neto a proclamar a República Rio Grandense, em 11
de setembro de 1836. Com Gomes Jardim assinou o decreto que criou a bandeira
oficial Farroupilha.
Em 1838 compra a
tipografia, onde o jornalista italiano Luigi Rossetti torna-se editor de O
Povo. Em 1840 determina a criação de uma planta para a nova povoação que viria
a ser a cidade de Uruguaiana, criada por decreto de 24 de fevereiro de 1843.
Queria uma vila de apoio ao comércio com Buenos Aires já que as forças
imperiais haviam conquistado as cidades de Pelotas, Rio Grande e Porto Alegre
acabando com o comércio destas cidades com o interior. Também participou da
Assembleia Constituinte farroupilha.
Foi preso em combate, por
Francisco Pedro de Abreu, em março de 1844, conseguindo fugir depois de poucos
dias. Após o fim da guerra, volta a Pelotas e em dez anos restabelece suas
finanças.
Abre o jornal diário
Brado do Sul, em Pelotas, que funciona de 1858 a 1861, no qual chega a
contratar Carlos von Koseritz como editor. Ali publica uma série de artigos e
documentos sobre a Revolução Farroupilha. Neste período também foi vereador,
juiz de órfãos e coronel da Guarda Nacional.
Foi homenageado, em
Pelotas, com o primeiro monumento erguido no Brasil em honra de um republicano,
o Obelisco de Pelotas, em 20 de setembro de 1885. A construção foi organizada
por Álvaro Chaves.