CTG RODEIO SERRANO
Neste sábado, dia 06 de maio, aconteceu o jantar/baile de aniversário do CTG Rodeio Serrano de São Francisco de Paula. São 68 anos firmando a cultura gaúcha no lombo da serra do Rio Grande. Neste centro de tradições dei meus primeiros passos rumo a esta balda de preservar nossos costumes. Foram 10 anos dançando na invernada artística.
Também, na mesma noite, aconteceu a troca da patronagem da entidade quando deixou o cargo de Patrão, após duas gestões, Canderoi Pinto de Quadros assumindo o posto a prenda Flávia Breier. A dedicação da Patroa Flávia junto aos jovens é um bom sinal pois precisamos resgatar este que é o futuro da tradição. Que tenha muito sucesso nesta empreitada.
A pedido da nova diretoria fiz um poema que foi recitado na ocasião. Aproveito a olada para agradecer a homenagem e o mimo recebido.
CTG RODEIO SERRANO
- Léo Ribeiro -
Tem alma essas paredes. Eu sei que tem!
Destas tábuas correm seivas do passado.
Em cada nó eu vejo um rosto, um alguém
que se desprende e vem sentar na mesa ao lado.
Há um tropel de mil cavalos retumbando
quando o aguaceiro se derrama sobre o zinco
como os farrapos altaneiros retornando
pra relembrar os heróis de trinta e cinco.
És um esteio dos costumes da minha gente,
um “guarda-fogo” destas serranas memórias,
um sentinela fraternal e complacente
a preservar oque restou da nossa história.
Lembro dos bailes neste
Rodeio Serrano
ao som dos velhos Cancioneiros das Coxilhas
e dos saraus, quando os pais, aos quinze anos,
vinham ao povo apresentar as suas filhas.
Quantos casais que aqui firmaram laços
guardando em si estas lembranças tão felizes?!
Quantas crianças que a correr no teu espaço
ganharam o mundo sem cortar suas raízes?!
De prendas lindas sempre foste um manancial,
pra gauchada sempre foste uma guarida.
Na tua sala, num bailar tradicional,
somem as mágoas que trazemos pela vida.
E as invernadas?! Coisa linda as invernadas.
É a juventude em sarandeios coloridos.
Fecho meus olhos e vejo a companheirada
quando eu dançava por aqui em tempos idos.
O campeirismo vem na forma do brasão
com o ginete, o cavalo, a lida bruta.
É o próprio lema repontando a tradição
sempre levando este Rio Grande na garupa.
Meu CTG o progresso não te acha
como um museu esquecido pelo tempo
enquanto houver um piazote de bombacha
e uma gaitinha ecoando noite adentro.
Galpão terrunho, monumento da cultura,
te considero como o meu segundo lar
por mais que eu ande, que me perca nas lonjuras,
para os teus braços sempre hei de retornar.
