RETRATO DA SEMANA

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quinta-feira, 20 de outubro de 2022

 

OS BONDES DE PORTO ALEGRE


Bondes puxados a tração animal - ao fundo a antiga igreja 
Nossa Senhora das Dores

 

O desenvolvimento dos arrabaldes de Porto Alegre passou a exigir, a partir da segunda metade do século 19, um sistema de transporte que interligasse o centro da cidade aos arraiais que floresciam, especialmente Menino Deus e Glória. A primeira linha de bondes foi instalada em 1864, mas só foi inaugurada em 1870. Chamava-se Maxambombas. Os trilhos eram de madeira. A estação estava localizada na esquina da Avenida João Pessoa com a Sarmento Leite, onde posteriormente seria a sede da Carris. O trajeto dos maxambombas ia da atual Praça Argentina, descia a João Pessoa e tomava o rumo do Menino Deus.

O sistema durou pouco. Já em 1873, foi substituído pelos bondes puxados a burros, explorados pela Companhia Carris de Ferro Porto-Alegrense, empresa autorizada a funcionar por Decreto do Imperador Dom Pedro II. Além da linha do Menino Deus, a cidade ganhou, então, outras duas: para o Partenon e para o Caminho Novo (Voluntários da Pátria). Os bondes de tração animal serviram a cidade durante 35 anos. Em seu lugar chegaram os flamantes bondes elétricos, alguns de dois andares que logo os porto-alegrenses apelidaram de “chope duplo”. Os bondes elétricos percorreram a capital por 62 anos, sendo desativados em março de 1970.

Fonte: Porto Alegre – A Cidade e sua Formação, de Clóvis Silveira de Oliveira.