Embora seja um tanto
contestado gosto muito dos escritos do David Coimbra, da Zero Hora. Na maioria
de suas colunas ele usa uma técnica que me atrai.
Todo livro, conto, poesia,
piada, tem que ter início, meio e fim, caso contrário vira uma salada de mondongo.
É como qualquer apresentação de uma tese ou um simples trabalho colegial. Na
primeira parte o autor explica o que pretende, na segunda desenvolve sua
pretensão e, por último, faz sua conclusão.
Pois o David Coimbra normalmente
busca algum fato histórico como introdução, faz um comparativo com o mundo
atual e conclui opinando sob esta relação passada e presente.
No dia de hoje, 27 de
maio, sob o título de "Como os brasileiros salvaram Roma", ele faz um
apanhado sobre os imperadores e a vida desregrada em que viviam passando por
incestos com a própria mãe, como era o caso de Nero, até diversos casos que
envolvem traições, mortes, e estranhos apetites sexuais de Césares como
Calígula, Tibério, Cômodo e tantos outros.
No desenvolver de sua
coluna ele escreve assim: "Repare:
se eu começar a encadear as histórias destes imperadores e suas famílias, ocupo
o jornal inteiro com casos escabrosos. Que são, obviamente, os mais saborosos. Só
que hoje em dia os historiadores dizem que não foi bem assim. Dizem que seus
antecessores romanos, Suetônio, Plutarco, Dion Cássio e outros escreviam com motivação
política. Ou seja: eles exageraram e até inventaram escândalos sobre os nobres
romanos".
E aqui está a frase que
me levou a opinar em nosso blog: "escrever com motivação política".
Isto muda tudo. Transforma pessoas normais em heróis ou destrói uma reputação. Tais escritos campeiam livremente em nossas redes sociais.
Com certeza nossos
escritores gaúchos também sofreram e sofrem do mesmo mal e por isso me indigno
quando um catedrático de universidade, claramente contrário ao movimento
farroupilha porque o mesmo teve a iniciativa de estancieiros e não da peonada, em seu livro chama Bento
Gonçalves de "estuprador".
Dizem que a neutralidade não existe mas considero pior, bem pior, o fanatismo.