Esta chapa tem 11 anos. Eu envelheci, mas Telmo de Lima Freitas
continua firme aos 88 janeiros
Normalmente nosso periódico gaudério não traz natalícios de pessoas vivas porque, invariavelmente, diante de tantos conhecidos, algum nome ficaria de fora e isto não é recomendável. Contudo, hoje, abrimos exceção para homenagear este ícone da musicalidade crioula do Rio Grande.
Telmo de Lima Freitas nasceu em São Borja, RS, em 13 de fevereiro de 1933. Filho do oficial do exército brasileiro Leonardo Francisco Freitas e da campeira Mariana de Lima Freitas, Telmo desde cedo demonstrou que seguiria a carreira musical. Aos dois anos de idade, estampou a capa da Revista Cacimba tendo na mão um cavaquinho, presente de sua madrinha. Mais tarde, recebeu um violão de presente de um amigo.
Aos 14 anos, participou do grupo Quarteto Gaúcho. Nos anos 50, apresentou o programa gauchesco Porongo de Pedra, na Rádio ZYFZ-Fronteira do Sul, de São Borja. Em 1969, participou do primeiro Festival de Música Regionalista organizado pela Rádio Gaúcha.
Aos 14 anos, participou do grupo Quarteto Gaúcho. Nos anos 50, apresentou o programa gauchesco Porongo de Pedra, na Rádio ZYFZ-Fronteira do Sul, de São Borja. Em 1969, participou do primeiro Festival de Música Regionalista organizado pela Rádio Gaúcha.
No começo de sua carreira conciliou a musicalidade com diversas outras profissões. Foi enfermeiro, peão de estância e trabalhou em lavouras de arroz.
No cinema, participou do filme A Lenda do Boitatá.
Em1973, lançou seu primeiro disco, intitulado O Canto de Telmo de Lima Freitas. Morou durante anos em Uruguaiana e outras cidades do interior como Itaqui, aonde se aposentou como agente da policia federal.
Com seus amigos Edson Otto e José Antônio Hahn, criou o grupo Os Cantores dos Sete Povos, com o qual conquistou o troféu Calhandra de Ouro da Califórnia da Canção Nativa de Uruguaiana, em 1979, com a canção Esquilador. Com o grupo, Telmo participou das 11 primeiras edições do festival.
Em 1980, lançou Alma de Galpão, produzido de maneira independente e financiado pelo grupo Olvebra.
Com o álbum A Mesma Fuça, recebeu o Troféu Açoriano em duas categorias: Melhor Compositor e Melhor CD Regional. É autor do livro de poesias crioulas "De Volta ao Pago", lançado pela Gráfica e Editora Treze de Maio.
Em 2006, Telmo gravou uma compilação de sua discografia, denominada Aparte, com a participação de seus familiares e de antigos parceiros, como Joãozinho Índio, Luiz Carlos Borges e Paulinho Pires.
Telmo de Lima Freitas, por ser conhecedor a fundo da vivência campeira, é considerado um dos compositores mais autênticos do Rio Grande. Gravar uma composição do Telmo é receita de sucesso para qualquer grupo galponeiro desta terra.
No ano de 2009 foi escolhido Patrono da Semana Farroupilha e cumpriu esta incumbência como poucos, participando das atividades inerentes ao cargo com alegria e vibração.
Hoje, aos 88 anos, Telmo de Lima Freitas, o Jundiá, como é carinhosamente chamado por seus amigos mais chegados, se recolheu ao seu rancho no município de Cachoeirinha. Passa o dia lidando com seus cavalos, trançando um cabresto, fazendo uma bainha para a faca e ostentando, ao longo de suas melenas brancas e barba cerrada, o brazão de Pura Cêpa Crioula deste pago. Quem olha para o Telmo enxerga o Rio Grande Gaúcho!
Em 2019 Luis Carlos Borges lançou o CD Jaguaretês, com músicas de Telmo. Um disco que vale ouro. No lançamento da obra, no Teatro São Pedro, em Porto Alegre o são-borjense não pode comparecer e se fez representado por sua esposa falecida no ano passado.
Ontem, ficamos sabendo com alegria, Telmo de Lima Freitas foi levado para vacinação contra a Covid.
Uma longa vida a este ícone rio-grandense.