RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

QUE VERGONHA, MINHA GENTE !



Ontem a noite o programa Fantástico da Rede Globo passou, a nível nacional, uma reportagem que me deixou além de triste, envergonhado como gaúcho. Trata-se das corridas de cães galgos, uma matéria do repórter investigativo Giovani Grizotti.

Este tipo de disputa era muito comum na Argentina até que foram proibidas, com leis condenatórias aos infratores com penas de até 4 anos de prisão. Os galgueiros, como são chamados os envolvidos, migraram para o vizinho Uruguai até que, também neste pais, o "esporte" foi banido em 2018 pelo presidente Tabaré Vázquez. Os responsáveis, então, foram recebidos de braços abertos, em cidades gaúchas como Bagé, Santana do Livramento, Quaraí, São Gabriel e Aceguá.

As corridas consistem num pedaço de pano, como isca, puxado por um cabo, atraindo os cães em louca disparada numa pista de terra de aproximadamente 400 metros. Ocorre que estes cachorros não tem a natureza para tais disputas e sua preparação chega a ser criminosa pois agem sob efeitos de injeções de estimulantes como cafeína e cocaína gerando uma hiper-exitação.  

O que me deixa desacreditado em nossa raça racional é que os cuscos, os perros, os cachorros, os vira-latas, os cães de raça, sempre foram, ao lado do cavalo, grandes amigos e fieis parceiros do gaúcho.

E o que é pior. Tais práticas desumanas são defendidas pelo prefeito de Bagé Divaldo Lara (PTB) inclusive recebendo dinheiro público (nosso) numa verba parlamentar do Deputado Federal Dionílso Marcon (PT) no valor de 250 mil reais para ampliação e modernização de uma pista de corridas no centro da cidade. 

O que resulta disto tudo além dos maus tratos é o abando de dezenas de cães que não tem mais utilidade, carregados de cicatrizes, queimaduras e até fraturas expostas. Por vezes, o castigo de quem perde corridas que envolvem altas apostas é ter seu rabo cortado na própria cancha, sem anestesia, sem pena.

Penso que temos que criar leis específicas no Brasil que terminem de uma vez por todas com esta pratica vergonhosa para todos nós. Não vivemos mais num mundo aonde a judiaria de animais era pura diversão.