RETRATO DA SEMANA

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Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

domingo, 15 de novembro de 2020

FALECE, AOS 107 ANOS, UM ÍCONE DA CULTURA RIO-GRANDENSE

 

FRANCISCO PEREIRA RODRIGUES

 

Francisco Pereira Rodrigues - retrato tirado em 2014


 

                     Faleceu na data de ontem, aos 107 anos de idade completados dia 23 de abril, um ícone da cultura rio-grandense, Francisco Pereira Rodrigues, político, poeta, romancista, contista e historiador. Filho de Amaro Joaquim Rodrigues e Laudelina Pereira Rodrigues, de uma família de três irmãos, nasceu em 23 de abril de 1913, em Santo Amaro, na época distrito e sede do Município de General Câmara, no Rio Grande do Sul. 
Um de seus irmãos, Lauro Pereira Rodrigues, falecido em 1978, era jornalista, radialista e político, tendo apresentado, em 1935, na Rádio Sociedade Gaúcha, o primeiro programa de atrações regionalistas no Rio Grande do Sul, Campereadas, e, em 1958, na Rádio Farroupilha, o programa Roda de Chimarrão, que, além da ênfase no tradicionalismo, falava de assuntos rurais e urbanos de Porto Alegre. Lauro Pereira Rodrigues foi, também, vereador nesta Casa, deputado estadual e deputado federal pelo Rio Grande do Sul. 
                   Cursou o ensino primário na sua terra natal e Santa Maria, e o ensino secundário nas cidades de Garibaldi e Canoas. Sagrou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Cruz Alta, onde foi orador de sua turma.
 
                   Iniciou sua vida profissional como auxiliar de escrita, escriturário e secretário geral da Prefeitura Municipal de Santo Amaro. Foi apontador de carga e conferente do Porto de Rio Grande, ajudante e fiel do Porto de Porto Alegre, escriturário da Exatoria Estadual de Santa Maria, vindo a aposentar-se como Fiscal do ICM do Estado do RS. 
Como político, deixou uma marca importante no cenário político gaúcho, como um guerreiro em defesa do desenvolvimento e da qualidade de vida dos cidadãos. Foi um visionário que sempre privilegiou a educação e a cultura, desenvolvendo a vereança numa época em que os parlamentares não recebiam remuneração, tendo sido Vereador por Itaqui, de 1948 a 1952. Baluarte da democracia e do fortalecimento do poder legislativo, idealizou e foi o relator geral do 1° Congresso de Vereadores realizado no Brasil, em setembro de 1948.  Foi vereador pela cidade de Taquari de 1952 a 1956 e pela cidade de Farroupilha de 1956 a 1960, culminando por ser prefeito do município de General Câmara nos anos de 1960 a 1964. 
 Mudou-se para Porto Alegre há mais de 50 anos, onde tem construído um legado de cultura para todos os gaúchos e gaúchas. 
A contribuição do escritor Francisco Pereira Rodrigues para a cena cultural gaúcha é significativa, pois já publicou 41 obras literárias, além de mais de uma centena de artigos sobre os mais diversos assuntos, contos, poesias, discursos, entrevistas, conferências em diversos jornais e Revistas Especializadas.  
Era Sócio Benemérito e foi Presidente da Estância da Poesia Crioula no período de 1988 a 1989, Membro Efetivo e Presidente de Honra da Academia Rio-Grandense de Letras, a qual presidiu no período de 1990 a 1996 e onde ocupava a Cadeira nº 39, Membro Honorário do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.
Também pertenceu às seguintes entidades: Casa do Poeta Rio-Grandense, Grêmio Literário Castro Alves, União Brasileira de Escritores, Academia Sul-Brasileira de Letras, Sócio Benemérito da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel.  
Entre as diversas láureas recebidas, destaca-se, da Câmara Municipal de Porto Alegre, que através da Lei Nº 11.308, de 2 de julho de 2012,  "Concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Francisco Pereira Rodrigues." 
 
               O triste de tudo isto é que, em diversas oportunidades, quando o Dr. Francisco Pereira Rodrigues ainda podia comparecer aos eventos, tentamos que fosse homenageado em diversas circunstâncias e sempre fomos infelizes em nossos intentos não por falta de currículo (porque aí sobra cavalo) mas por que não tinha a visibilidade necessária que a mídia exige dos candidatos. Cito apenas três dentre tantos.   

 
- Patrono dos Festejos Farroupilhas (negado)
- Patrono do Acampamento Farroupilha (negado)
- Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre (negado)