RETRATO DA SEMANA

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MTC Desenhos

domingo, 27 de setembro de 2020

HÁ UM ANO SE LAPIDANDO

 


Em 2018, aos 62 anos, resolvi fazer minha primeira "tattoo". O mapa do Rio Grande que literalmente carrego nas costas. Sempre fui medroso para agulhas e afins, mas fiz o sacrifício para incentivar meu filho que começava nesta lida de tatuador. Dizem que tatuar é um vício e quem faz a primeira não para por aí. Acho que esta afirmativa é verdadeira pois em sua visita anual, exatamente no dia 27 de setembro de 2019, lhe botei outro pealo, este um tanto mais complicado, e o guri saiu de lombo liso.


 
Existe uma figura muito conhecida dentro da maçonaria que é a estampa de um jovem nu, um aprendiz Maçom (pedreiro em francês) se lapidando. A lapidação é uma busca constante dentro da Ordem Maçônica. Nos lapidamos como pessoa, nos aperfeiçoamos como seres humanos, nos aprimoramos como entes racionais, enfim, polimos nossa pedra bruta. Pois bueno. Redesenhei a citada figura e a vesti com uma pilcha gaúcha. O sentido é parecido. Buscar em nós mesmos através deste refinamento o culto e o respeito as nossas tradições.
 
 
O desenho virou símbolo e troféu da Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula e agora, após este belíssimo trabalho do Lucas (Mano) vai perpetuar-se em mim. Muitos poderão elencar que não tenho mais idade para isso, que gaúcho pura cêpa, autêntico, não se tatua. Respeito quem pensa desta maneira mas não acho que a pessoa que carrega um desenho, um símbolo, uma mitologia, uma homenagem na pele, vai ser menos gente do que aquele que preserva seu corpo.    
 
A tatuagem é uma arte milenar de antes de cristo e supõe-se que os desenhos tenham sido criados a partir da fricção de carvão em cortes verticais na pele.   

Enquanto algumas civilizações costumavam adornar seus corpos com desenhos e técnicas variadas, os antigos romanos não faziam tatuagens por acreditarem na pureza da forma humana. Por esse motivo, as tatuagens eram banidas e reservadas apenas para os criminosos e os condenados.
 
Com o passar do tempo, os romanos começaram a mudar sua visão com relação à tatuagem, motivados principalmente pelos guerreiros bretões, que usavam insígnias de honra tatuadas na pele. Assim, eles passaram a admirar a bravura dos guerreiros e os símbolos que eles carregavam. Em pouco tempo, soldados romanos também gravaram suas próprias marcas. Outro fato interessante é que os médicos romanos desenvolveram excelentes técnicas para aplicar e remover os desenhos. 

Já durante as cruzadas dos séculos 11 e 12, as tatuagens foram usada para identificar os soldados de Jerusalém. Todos aqueles que tivessem o desenho da cruz em seus corpos receberiam um enterro propriamente cristão se fossem mortos em batalhas.
 
Ao longo de toda história da tatuagem, os desenhos gravados no corpo geraram polêmica e, em alguns caos, foram recebidos com preconceito.
 
Nos anos mais recentes a tatuagem ficou marcada como uma forma de expressão de grupos de contracultura, marinheiros  veteranos da segunda guerra mundial. 
 
Atualmente, as pessoas que carregam imagens na pele não pertencem mais a um determinado grupo. Os desenhos são os mais variados e servem como uma forma de expressão individual.