RETRATO DA SEMANA

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Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

segunda-feira, 1 de junho de 2020

SOBRE TORNAR NOSSA CULTURA POPULAR


Nossa postagem de sábado sobre como tornar nossa cultura mais popular serviu para uma enorme reflexão. É justamente este nosso objetivo.
 
Dentre tantas manifestações pertinentes, gostei demais deste posicionamento do poeta Moisés Silveira de Menezes, o qual trago para apreciação dos leitores do blog: 



 
Moisés Menezes.
A cultura é gestada na sociedade e não no MTG. Primeiro erro quando se discute cultura é partir para cima do MTG que é apenas uma entidade normativa, organizacional que a dura penas tem mantido vivo parte do nosso patrimônio cultural. Tem manifestações culturais que são mais elitistas como a poesia, a literatura em geral, e isso é em qualquer lugar do mundo (é da natureza dessas manifestações). Os negros e brancos pobres são cidadãos do mundo dos galpões, das estradas, dos bolichos e nesse meio desenvolveu-se a oralidade, a trova o causo (que vem a ser um conto oral), então temos que a poesia é da elite e a trova é do povo : "Não confundam o pajador com poeta de gabinete"...(Balbino Marques da Rocha) e nenhuma manifestação é melhor ou mais válida que a outra e hoje o MTG tem mantido vivas algumas manifestações populares e se não o faz já tinham sumido junto com os galpões, os bolichos e as estradas onde foram gestadas. Em relação aos nossos "Heróis" todos são de carne e osso (iguais a nós)" e iguais aos heróis de outros povos mas são necessários para fundamentação da identidade (povo que não tem história acaba....). A promessa dos Farrapos aos negros era em caso de vitória, mas derrotados foi enviado e aceito pela Corte como nosso negociador um cidadão Antonio Vicente da Fontoura, anti maçom e muito racista (no diário que deixou é bem claro referindo se aos maçons Bento, Netto e Mariano de Matos a quem se refere como "aquele mulato", por aí fica bem claro como os negros seriam tratados e até o apelido que utiliza para fustigar Bento, Bambaquerê, refere-se aos bailes dos negros). Poderão contrapor que Canabarro era maçom, digo que foi iniciado durante a guerra nada mais (não tinha convicções que vêm dos princípios antigos e aceitos). Um exemplo moderno para reflexão: Qual a participação dos negros no MST (não é inclusivo?) que é um movimento comandado por sobrenomes italianos e alemães na quase totalidade. Essa questão é bem mais profunda e não teremos resposta em um livro mas sim na análise bem mais ampla do contexto histórico social.
Grande abraço!!!