Guilherme Galvane Batista
Na última aparição de
Porca Véia em público durante a live com alguns integrantes do Grupo Cordeona,
no dia 30 de maio, o gaiteiro leiloou uma de suas gaitas com o objetivo de
angariar fundos em prol de alguns integrantes do conjunto.
Quem arrematou esta
preciosidade em forma de instrumento musical foi Guilherme Galvane Batista, 36
anos, catarinense de Orleans que vive no município de Vilhena, no estado de
Rondônia, há mais de trinta anos.
O interessante desta
história é que o catarinense foi um dos milhares de brasileiros infectados pelo
Coronavírus chegando a ficar internado por três dias em São Paulo. Como seu
quadro de saúde não era grave, permaneceu em isolamento, período em que recebeu
o instrumento arrematado pelo valor de R$ 34 mil.
Na quinta-feira, 11,
quando retornou para casa já recuperado do vírus, pode desfrutar do instrumento
que consagrou o músico gaúcho. No dia seguinte, no entanto, sua alegria cedeu
lugar a tristeza pela notícia do falecimento de seu grande ídolo.
Diante de tal situação
o valor histórico e fraterno do instrumento "garrou" um preço
imensurável. "Eu quero deixar a
gaita como herança para meus filhos. Esta lembrança eu não vendo por dinheiro
nenhum", afirmou Guilherme.
Batista conta que seu
apego pela música nativa do Rio Grande do Sul brotou quando moravam em Santa
Catarina e eram fãs dos Irmãos Bertussi, passando esta admiração ao maior
representante desta musicalidade, Porca Véia.
Nem mesmo a mudança
para o outro estado, ainda mais distante, fez com que o interesse pela música
tradicionalista gaúcha diminuísse. “Acabamos fazendo uma amizade com o Porca e
ele chegou a vir tocar em bailes e nos meus aniversários e do meu pai também”,
disse Guilherme.
E foi esta amizade,
aliada aos anos de admiração pelo trabalho de Porca Véia, que levou Guilherme a
adquirir o instrumento. “Acompanho o trabalho há muito tempo e, inclusive,
estive no baile de lançamento do último CD, em Ivoti, no ano passado. Por isso
comprei para ajudar eles”, disse ele.