RETRATO DA SEMANA

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sábado, 23 de maio de 2020

REPONTANDO DATAS / 23 DE MAIO


Num dia 23 de maio, do ano de 1992 morria o cantor argentino Athaualpa Yupanqui, que tinha por pseudônimo Héctor Roberto Chavero.



Athaualpa nasceu em Pergamino, Buenos Aires, em 31 de janeiro de 1908. Foi compositor, cantor, violonista e escritor. É considerado um dos maiores divulgadores da música folclórica daquele país. Suas composições foram cantadas por grande artistas como Mercedes Sosa, Alfredo Zitarroza, Elis Regina, entre outros.
Filho de pai quéchua e mãe basca, mudou-se ainda criança com a família para Augustin Roca em cuja ferrovia seu pai trabalhava. Com seis anos começou a ter aulas de violino e violão viajando diariamente 15 quilômetros para suas aulas. Quando tinha 13 anos teve suas primeiras obras literárias publicadas no jornal da escola. Nessa época, começou a utilizar o nome "Athaualpa" em homenagem ao último soberano Inca. Alguns anos depois, agregou "Yupanqui" ao seu pseudonômio, em homenagem a Tupac Yupanqui, penúltimo governante inca.
Quando tinha 19 anos, compôs a canção: "Camino del Indio", que se tornou um hino da identidade indígena na Argentina.
Depois de algum tempo viajando pelas Américas, em 1934, regressou à Argentina para se estabelecer em Rosário na Província de Santa Fé. Em 1935, mudou-se para Raco na Província de Tucumán. Percorreu muitas províncias em lombo de mulas para melhor conhecer as antigas culturas sul-americanas.
Em 1941, foi publicado seu primeiro livro de versos: "Piedra sola".
Em 1945, se filiou ao Partido Comunista da Argentina, junto com um grupo de intelectuais. Essa atitude resultou em represálias: proibiram sua atuação em teatros, rádios, bibliotecas e escolas, além de ter sido preso várias vezes.
Em 1947, publicou a novela "Cerro Bayo", que anos depois seria o roteiro do filme: "Horizontes de Puedra", com música e atuação como protagonista do próprio Yupanqui. Esse filme, em 1956, foi premiado no Festival de Cinema da Tchecoeslováquia.
Em 1949, fez uma viagem para a Europa para apresentar-se em diversos países. Em Paris gravou o disco "Minero soy", que obteve o prêmio de melhor disco estrangeiro de um Concurso Internacional de Folclore. Em 1953, retornou à Argentina e tornou publica seu desligamento do Partido Comunista da Argentina, que de fato ocorrera dois anos antes.
Em 1965, publicou o livro poético-autobiográfico: "El canto del Viento".
A partir de 1967 voltou a residir em Paris.
Em 1986, foi condecorado como Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras na França.
Após sua morte seus restos mortais foram enterrados em Cerro Colorado na Província de Córdoba.
Dentre suas canções mais populares, pode-se citar: "El arriero", "Trabajo, quiero trabajo" e "Los ejes de mi carreta".