RETRATO DA SEMANA

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Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

quinta-feira, 23 de abril de 2020

107 ANOS DE UMA LENDA VIVA



Francisco Pereira Rodrigues - retrato tirado em 2014

Completa no dia de hoje, 23 de abril, 107 anos de vida o poeta Francisco Pereira Rodrigues. É comum nesta data membros da Estância da Poesia Crioula visitarem, em sua casa, este que foi Presidente desta entidade literária. Contudo, em face do confinamento, adiamos esta visita para um pouco mais adiante.   
 
Francisco Pereira Rodrigues é advogado, político, poeta, romancista, contista e historiador. Filho de Amaro Joaquim Rodrigues e Laudelina Pereira Rodrigues, de uma família de três irmãos, nasceu em 23 de abril de 1913, em Santo Amaro, na época distrito e sede do Município de General Câmara, no Rio Grande do Sul. 

Um de seus irmãos, Lauro Pereira Rodrigues, falecido em 1978, era jornalista, radialista e político, tendo apresentado, em 1935, na Rádio Sociedade Gaúcha, o primeiro programa de atrações regionalistas no Rio Grande do Sul, Campereadas, e, em 1958, na Rádio Farroupilha, o programa Roda de Chimarrão, que, além da ênfase no tradicionalismo, falava de assuntos rurais e urbanos de Porto Alegre. Lauro Pereira Rodrigues foi, também, vereador nesta Casa, deputado estadual e deputado federal pelo Rio Grande do Sul. 

                   Cursou o ensino primário na sua terra natal e Santa Maria, e o ensino secundário nas cidades de Garibaldi e Canoas. Sagrou-se Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de Cruz Alta, onde foi orador de sua turma.
 
                   Iniciou sua vida profissional como auxiliar de escrita, escriturário e secretário geral da Prefeitura Municipal de Santo Amaro. Foi apontador de carga e conferente do Porto de Rio Grande, ajudante e fiel do Porto de Porto Alegre, escriturário da Exatoria Estadual de Santa Maria, vindo a aposentar-se como Fiscal do ICM do Estado do RS. 

Como político, deixou uma marca importante no cenário político gaúcho, como um guerreiro em defesa do desenvolvimento e da qualidade de vida dos cidadãos. Foi um visionário que sempre privilegiou a educação e a cultura, desenvolvendo a vereança numa época em que os parlamentares não recebiam remuneração, tendo sido Vereador por Itaqui, de 1948 a 1952. Baluarte da democracia e do fortalecimento do poder legislativo, idealizou e foi o relator geral do 1° Congresso de Vereadores realizado no Brasil, em setembro de 1948. 

Foi vereador pela cidade de Taquari de 1952 a 1956 e pela cidade de Farroupilha de 1956 a 1960, culminando por ser prefeito do município de General Câmara nos anos de 1960 a 1964. 

 Mudou-se para Porto Alegre há mais de 50 anos, onde tem construído um legado de cultura para todos os gaúchos e gaúchas. 

A contribuição do escritor Francisco Pereira Rodrigues para a cena cultural gaúcha é significativa, pois já publicou 41 obras literárias, além de mais de uma centena de artigos sobre os mais diversos assuntos, contos, poesias, discursos, entrevistas, conferências em diversos jornais e Revistas Especializadas.  

É Sócio Benemérito e foi Presidente da Estância da Poesia Crioula no período de 1988 a 1989.

É Membro Efetivo e Presidente de Honra da Academia Rio-Grandense de Letras, a qual presidiu no período de 1990 a 1996 e onde ocupa a Cadeira nº 39.

É Membro Honorário do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.

Também pertence às seguintes entidades: Casa do Poeta Rio-Grandense, Grêmio Literário Castro Alves, União Brasileira de Escritores, Academia Sul-Brasileira de Letras, Sócio Benemérito da Ordem Brasileira dos Poetas da Literatura de Cordel.  

Entre as diversas láureas recebidas, destaca-se, da Câmara Municipal de Porto Alegre, que através da Lei Nº 11.308, de 2 de julho de 2012,  "Concede o título de Cidadão de Porto Alegre ao senhor Francisco Pereira Rodrigues." 

O triste de tudo isto é que, em diversas oportunidades, quando o Dr. Francisco Pereira Rodrigues ainda podia comparecer aos eventos, tentamos que fosse homenageado em diversas circunstâncias e sempre fomos infelizes em nossos intentos não por falta de currículo (porque aí sobra cavalo) mas por que não tem a visibilidade necessária da mídia. Cito apenas três dentre tantos.   

- Patrono dos Festejos Farroupilhas (negado)

- Patrono do Acampamento Farroupilha (negado)

- Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre (negado)