Num dia 06 de dezembro de 1976 morria em Mercedes, Argentina, o gaúcho são-borjense João Belchior Marques Goulart, Presidente do Brasil deposto em 1964.
João Belchior Marques
Goulart nasceu na Estância de Iguariaçá, em São Borja, Rio Grande do sul, dia
1º de março de 1919. Descendente de família gaúcha abastada, seu pai, Vicente
Rodrigues Goulart, era coronel e sua mãe, Vicentina Marques Goulart, dona do
lar.
João era o mais velho
de oito irmãos, e passou a infância em São Borja. Estudou no Colégio das Irmãs
Teresianas, num município próximo à sua cidade natal, Itaqui. Por conseguinte
foi estudar no Internato Santana, em Uruguaiana e mais tarde no Colégio
Anchieta, em Porto Alegre.
Na capital cursou
Direito na Faculdade de Porto Alegre e teve grande atuação política, ao lado de
seu companheiro Getúlio Vargas. Faleceu em Mercedes, na Província de
Corrientes, Argentina, dia 6 de dezembro de 1976, quando estava exilado, após
ser deposto pelo Golpe Militar de 1964.
Iniciou sua carreira
política em 1946, com a fundação da Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), do
qual foi presidente nacional entre 1952 e 1964.
Em 1947, foi eleito
Deputado Estadual para a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Em 1950,
foi eleito Deputado Federal, com cerca de 40 mil votos, sendo o primeiro cargo
que o consagrou na política, com o auxílio de seu amigo e conterrâneo Getúlio
Vargas (1882-1954) que governou o Brasil de 1930 a 1945. Ademais, no segundo
governo de Getúlio, João Goulart exerceu o cargo de Ministro do Trabalho,
Indústria e Comércio de 1953 a 1954.
Observe que João
Goulart venceu duas eleições como vice-presidente da República. Primeiramente,
foi eleito vice de Juscelino Kubitschek, em 1955, e, mais tarde, vice de Jânio
Quadros, em 1960. Assumiu a posse da presidência dia 7 de setembro de 1961, com
a renúncia de Jânio Quadros, em agosto de 1961. Os militares e a UDN (União
Democrática Nacional), contudo, se posicionaram contra sua ascensão à
presidência.
Por outro lado, Jango
teve grande adesão das camadas populares como a classe operária, os sindicatos,
os estudantes. Quando assume a presidência, o país estava desestruturado,
marcado por crises políticas e econômicas.
Assim, Jango pretendia
transformar o país, renovando a constituição e sobretudo, propondo as reformas
de base, nos setores educacional, fiscal, político e agrário, tal qual a
reforma agrária, reforma tributária, reforma eleitoral (com o voto para analfabetos),
a reforma universitária, dentre outras. Suas ações foram controversas, de modo
que o país, em 1963, atingiu um nível altíssimo de dívida externa e inflação,
aproximando-se de 74%.
Ocorrido em 31 de março
de 1964, os adversários do governo de Jango (militares e políticos
conservadores) deram um golpe que ficou conhecido como o “Golpe de 64”. Esta
ação pretendia, entre outras coisas, depor o Presidente João Goulart, acusado
de comunista. Uma vez que os militares assumiram o poder, Jango se refugiou no
Uruguai e morreria no exílio.