RETRATO DA SEMANA

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Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

sábado, 8 de dezembro de 2018

AUGUSTE DE SAINT HILAIRE NO RS


Resumo 26 - Viagem ao Rio Grande do Sul - Por: Jeandro Garcia
Março de 1821 - Auguste de Saint-Hilaire
Agricultura - construções - hospitalidade - mal comportamento de seus empregados

 
 
Instala-se na Chácara de Chico Penteado, salientando que chácara é a propriedade de menor tamanho que uma estância, onde só cuidam da agricultura. Estas terras por este local são muito boas, cultivam trigo, milho, algodão, feijão, arroz, amendoim, mandioca, melancia, abóbora, melão e todas as frutas da Europa. Há tão pouca agricultura por estes lados que chegam a vir de São Borja para comprar frutas e amendoim. Uma produção maior renderia fortunas de forma muito rápida.
 
Pelo que ouviu dizer, a região da Capela do Alegrete é em toda capitania onde se assemelha mais aos "gaúchos", a começar pelo Marechal Abreu, que comanda o local.
 
Aldeia de São Nicolau, construída no mesmo plano de São Borja, possui uma igreja voltada para o norte, erguida em um praça, rodeada de casas e com três altares. Estás casas não passam de divisórias de extensas construções, onde o telhado constituem ao redor de uma larga galeria.
 
No tempo em que esteve em São Nicolau recebeu do administrador toda sorte de agrados, como comida para sua comitiva, no primeiro dia legumes e no restante carne vinda de vacas que foram apreendidas em uma estância. Para sua viagem lhe deram um quarto, mas sem querer lhes dever nada a estes índios tão miseráveis, presenteou com 3 ponchos as crianças mais pobres.
 
Embora seus empregados lhes prestem grandes serviços, Saint Hilaire queixa-se da má vontade de sua gente, resolve então recolher-se e conversar o mínimo possível, o que deixa a viagem ainda mais cansativa ao ser obrigado a se concentrar em si mesmo, sem esperar qualquer sinal de afeição daqueles que o acompanham.
 
O cuidado de manter provisões para sua gente é extremamente fatigante em uma terra que não se encontra quase nada. Se precisam de carne, não importa a quantidade, comem tudo e jogam fora o que resta sem pensar no amanhã, mesmo sabendo que não haverá nada para se alimentar no próximo dia.