Leonardo Machado deixa pelo menos dois
filmes inéditos:
"A Cabeça de Gumercindo
Saraiva" e "Legalidade".
Foto: Félix Zucco / Agencia RBS
Um dos rostos mais conhecidos da
dramaturgia gaúcha nas últimas décadas, Leonardo Machado morreu às 23h35min
desta sexta-feira (28), aos 42 anos. Desde 2016, ele lutava contra um câncer de
fígado. O ator estava internado no Hospital Moinhos de Vento.
Vencedor do Kikito de melhor ator no
Festival de Gramado de 2009, como protagonista do drama político Em Teu Nome,
de Paulo Nascimento, Leo, como era chamado por amigos e colegas, projetou-se
nacionalmente com o prêmio e a performance como um jovem militante de esquerda
obrigado a viver no exílio durante a ditadura militar no Brasil. Na sequência,
veio o convite para trabalhar em produções da Globo, como Viver a Vida e
Malhação e a série Na Forma da Lei (2010). Mas foi no Rio Grande do Sul que
dedicou-se de forma intensa no cinema, no teatro e na TV.
— Vivendo fora do Estado, a gente
continua com a cabeça aqui. Tu te sentes meio despatriado. Eu me sentia um
estrangeiro vivendo no Rio. Não era nem um cidadão carioca, nem era mais
gaúcho. Tu acabas ficando sem identidade. A maioria dos meus amigos nesses
lugares onde morei era do Rio Grande do Sul. Aí tu te dá conta dessa situação,
de que não consegue viver longe. A saudade foi decisiva para o meu retorno. Me
dei conta de que o centro do mercado é o centro do país, mas a minha qualidade
de vida aqui é completamente diferente. Prefiro morar aqui e trabalhar lá.
Fiquei praticamente um ano trabalhando no Rio de Janeiro. Mas mantive a minha
base aqui em Porto Alegre. Voltei, e agora não pretendo sair daqui nunca mais —
disse em entrevista a ZH em 2011.