RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

quarta-feira, 5 de julho de 2017

VAI PRA CASA, PAIXÃO !


Dia 02 de julho, através do Jornal Correio do Povo, Carlos C. Paixão Côrtes, filho do folclorista Paixão Côrtes anunciou o afastamento definitivo deste grande ícone do tradicionalismo de suas participações na vida pública.
 
Realmente, os convites para eventos, consultas, homenagens, cursos, são aos borbotões na vida deste grande responsável por quase tudo o que vivenciamos em termos de tradicionalismo.
 
No ano passado, por ocasião da 6ª Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula, quando resolvemos homenagear este Irmão da Arte Real, sentimos na pele todos estes momentos, desde a ida até seu apartamento para formalizar o pedido até os insistentes pedidos de sua esposa para que retornasse ao lar pois ele "havia esquecido da hora".
 
No flagrante acima, a formalização do convite pelo Grão-Mestre
para ser homenageado na 6ª Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula
 
As 19.35 hs de sábado, dia 13 de agosto, o meu amigo Pascoal, Venerável Mestre da Loja Maçônica Virtude, me ligou: - Léo. Vem pegar o Paixão aqui em baixo que eu não tenho onde estacionar.  E lá fomos nós. O Grão-Mestre do Grande Oriente do Rio Grande do Sul Tadeu Pedro Drago e eu buscar um dos homenageados da 6ª Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula. O outro era o Movimento Tradicionalista Gaúcho, na figura de seu Presidente, Sr. Nairo Callegaro.
 
Da Alberto Bins até seu lugar de honra no teatro do SESC fizemos uma verdadeira via sacra pois todos queriam, tirar uma "self" com o maior ícone do tradicionalismo gaúcho. Na subida das escadas ele me confidenciou: - Boca da Serra (me chama assim). Não vim de bombachas porque emagreci demais. Nenhuma me serve mais.
 
Nestes breves momentos eu pude sentir o carinho, a idolatria que crianças, jovens e velhos tem por João Carlos D'Avila Paixão Côrtes.
 
Fizemos as homenagens logo no início do festival pois nosso trato com a sua esposa, Dona Marina, é que ela o liberaria, mas não por muito tempo.
 
Qual nada...
 
Paixão Côrtes foi ficando, foi ficando... tirando fotos, atendendo a todos, contando e ouvindo histórias, dando gostosas gargalhadas. Estava feliz, após meses de enfermidade.
 
Vivenciava o meio criado por ele. 
 
E só saiu de lá na hora em que cruza o Boi Tatá, ou seja, em riba da meia noite. 
 
Enquanto isto, meu amigo Pascoal seguidamente atendia o celular. Era Dona Marina gritando: - Vem pra casa, Paixão!
 
a reverência, a idolatria dos tradicionalistas por seu grande mestre
 
O que podemos dizer é que chegou a hora de um merecido descanso. Não vamos arrolar aqui a importância de João Carlos D'Avila Paixão Côrtes para tudo o que vivenciamos, hoje em dia, em matéria de pesquisa e preservação dos nossos costumes (embora alguns "arautos" do tradicionalismo não reconheçam) pois faltaria tempo e espaço.  O que pensamos, é que este filho de Santana do Livramento merecia um busto diante da sede do Movimento Tradicionalista Gaúcho bem como na frente de qualquer CTG que realmente cultive nossas raízes.
 
Foi a partir dele e de nomes como Barbosa Lessa que o nosso brio de gaúchos começou a ser resgatado, ungido e valorizado.
 
Por tudo o que este mestre da cultura regional gaúcha já fez concordamos com Dona Marina. "Vai pra casa, Paixão"!
 
Todos queriam uma foto ao lado deste estandarte da tradição. 
 
 
 
fotos: Rádio Clarim Farrapo; Djalma Pacheco.