Meu amigo e grande gaiteiro Ângelo Marques, diretor do grupo musical Os Tiranos, me solicitou uma letra para o novo trabalho que o conjunto está preparando.
Ando meio destreinado nas escritas para serem musicadas mas não se nega um pedido a um parceiro musical de tantos anos. Então saiu Gaúchos de Alma, a qual repasso para os meus amigos e amigas neste amanhecer de domingo.
GAÚCHOS DE
ALMA
Letra: Léo Ribeiro
Sou do Rio Grande, terra
de Netto e de Bento,
gaudério cento por cento,
pilchadito noite e dia,
mas tem gaúcho da Bahia à
Sacramento
ser gaúcho é um sentimento,
não importa a geografia.
O mate amargo que passa de
mão em mão,
numa praça ou num galpão
traduz aquilo que falo.
O gauchismo a gente traz
de memória,
brota de um livro de
história ou do lombo de um cavalo.
REFRÃO
Eu sou
daqueles que se criou lá pra fora
lida bruta
desde a'urora aonde a vida é mais calma,
mas eu
respeito quem nunca botou bombacha
e
riograndense se acha porqu'é um gaúcho de alma.
Tem muita taura de aba
larga e tirador
e que pouco dá valor a
quem anda diferente.
Não é na roupa que se vê a
gente boa,
o cusco que muito acoa nem
sempre é o mais valente.
Nossa cultura é aberta e
tem espaço
pra milonga e pro gaitaço,
sapateio e poesia.
Que coisa linda ver pras
bandas lá de cima
o Rio Grande sendo rima,
cantado com galhardia.
REFRÃO
Eu sou
daqueles que se criou lá pra fora
lida bruta
desde a'urora aonde a vida é mais calma,
mas eu
respeito quem nunca botou bombacha
e
riograndense se acha porqu'é um gaúcho de alma.
Pra ser gaúcho não precisa de fronteira,
cor de lenço ou de
bandeira, tudo é pátria e liberdade,
é só gostar de nossos
velhos costumes
e a tradição que nos une forma
nossa identidade.
E tanto faz se o índio é
igual a mim
repontando nestes fins a
boiada com paciência,
ou s'ele passa de gravata
sobre o peito
mas cultiva do seu jeito seu
amor pela querência.