Paulinho Pires, um dos últimos contadores de causos
Sem dúvida alguma uma das artes mais bonitas dentro da nossa tradição é a de contar causos. Contar causos é um dom. Com autenticidade, naturalidade, senso de humor, o vivente tenta fazer o ouvinte acreditar naquilo que está sendo relatado por mais inverdade que seja.
Conheço alguns grandes contadores de causos. O Adão Bueno o Paulinho Pires, o.... Epa. Não são tantos assim. Outros grandes contadores de causos ficaram eternizados em livros como o Coronel Munico, o Apparício Silva Rillo, o Candinho Bicharedo.
Toco neste tema porque, embora todo o esforço do MTG, esta cultura está desaparecendo de nosso meio.
As pessoas, inclusive avaliadores, não sabem a diferença de um causo, conto ou piada. Para confirmar minha afirmativa, nas eliminatórias de causos para o ENART, uma piada velha, antiga, de mau gosto, foi muito bem classificada. A pessoa simplesmente trocou os personagens, isto é, colocou um cavalo no lugar do papagaio, agauchou a piada nacionalmente conhecida e... classificou-se com direito a louros (não papagaios, louros mesmo).
Para se contar um causo tem-se que ter talento, criatividade, linguajar apropriado. Vamos repensar os critérios para que não se repasse aos mais novos uma ideia errada desta arte em extinção.