Estive lendo o Editorial do Presidente do MTG, intitulado Preparando o Cinquentenário. Sinceramente tive uma decepção. Ao contrário de enaltecer sua própria entidade pelos belos trabalhos realizados neste meio século, seu representante maior deixou transparecer, num documento oficial, muitas mágoas e ressentimentos. Vejam um dos tópicos transcritos:
"Desejamos a participação e a cooperação de todos, desde que sejam associados. Quem não faz parte do Movimento estará convidado somente a nos acompanhar nas comemorações e festividades. Os debates sobre objetivos, rumos e regramentos, estarão reservados aos “tradicionalistas de carteirinha”. Quem quiser ter o direito de emitir opinião sobre esses temas, deve associar-se a um CTG, contribuir com uma entidade, candidatar-se a ser porteiro, faxineiro, capataz ou patrão, mas vá participar e cooperar. Depois venha criticar e dar seu palpite sobre o MTG."
Estive com Manuelito Carlos Savaris apenas uma vez e desfiz uma má impressão que eu tinha. Se mostrou uma pessoa cordata, centrada, educada, preocupada com a entidade que dirige. Por isso me surpreende este tipo de manifestação. Este pensamento pode ser expresso em uma reunião informal, mas jamais ficar gravado em um papel que traz o timbre da instituição.
Embora eu não seja um associado do MTG, admiro muito o que o Movimento tem feito pela cultura gaúcha. Claro que tem alguns senões, mas qual entidade não os tem? Claro que muitos ambicionam ocupar o lugar de Savaris e para isto tentam minar sua administração, mas tem-se que saber enfrentar este tipo de inimigo sem municiar-lhe com estas manifestações.
Também é discutível, embora eu possa estar errado, esse argumento de que "não fazendo parte não está habilitado a criticar". Se eu sou um torcedor do Grêmio (entidade privada com seu próprio regimento), mas não sou sócio do tricolor, eu não posso criticar? Futebol é paixão, eu sei, mas para mim tradição também é paixão. Da mesma forma, no texto, vi um certo desprezo em relação as profissões de porteiro e faxineiro. Tomara que eu esteja enganado.
Penso que o Cinquentenário do MTG deve ser comemorado, enaltecido, revigorado, por tudo que ele representa, de Barbosa Lessa, Paixão Côrtes, Hugo Ramirez, Ciro Dutra Ferreira, e tantos outros até os dias de hoje, ou seja, até Manuelito Carlos Savaris, legítimo Presidente escolhido democraticamente, mas que tal festividade seja alicerçada pela nobreza, pela fidalguia, com respeito a quem pensa diferente.
Em tempo: Não vou colocar esta minha opinião no facebook, como faço com algumas matérias, pois sei que viraria uma briga de bugios, e não é esta a intenção da postagem.
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