RETRATO DA SEMANA

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Recuerdos da companheirada e do velho parceiro (Mouro Negro).

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A FUGA DE BENTO GONÇALVES - PARTE I


A partir de hoje, durante seis dias consecutivos, passaremos a relatar, com uma riqueza de detalhes pouco vista, um dos episódios mais impressionantes da Guerra dos Farrapos, ou  seja, a fuga de Bento Gonçalves do Forte do Mar, na Bahia, ajudado por Irmãos maçons.

Tais informações foram obtidos por MANUEL ALMEIDA VASCONCELLOS, no Uruguai, em maio de 1840, através dos relatos de GOMES PEREIRA, responsável pela fuga de Bento na Bahia, e que acabou tornando-se seu coronel ajudante de ordens até virarem inimigos por questões financeiras.

Gomes Pereira, com o intuito de obter anistia total pelo seu envolvimento, tanto na Sabinada como na Revolução Farroupilha, revela como se deu a fuga, quanto dinheiro foi gasto no suborno dos militares envolvidos, no transporte, etc... E, para completar, faz uma série de delações sobre tudo que ele sabia da tropa farroupilha e sobre alguns militares legalistas, que eram solidários ao movimento revoltoso. 

Este fato atesta que "delação premiada" não é um procedimento novo, ou seja, dos dias atuais.

PARTE I

A PRISÃO NO RIO DE JANEIRO 

A Revolução farroupilha seguia seu curso, tendo já completado um ano soba a liderança do Coronel Bento Gonçalves. Como maçom, pertenceu a Loja Filantropia e Liberdade, fundada em Porto Alegre, em 1831, tendo sido eleito seu Venerável em dezembro daquele ano. No ano de sua prisão, ele já havia sido elevado ao grau 18º, Cavaleiro Rosa Cruz.

Nas operações de 1836, a 4 de outubro, Bento Gonçalves é derrotado e preso no Combate da Ilha do Fanfa, localizada no Rio Jacuí, próxima ao município de Triunfo. Em seguida, foi transportado para o Rio de Janeiro, lá chegando a 7 de novembro, sendo encarcerado na Fortaleza de Santa Cruz, onde já se encontravam presos Corte Real e outros farroupilhas.

Não havia completado um mês, o Ministro da Justiça imperial oficia ao Ministro da Guerra que tinha tomado conhecimento de um plano de fuga do coronel Bento Gonçalves. Isto faz com que as autoridades providenciem sua transferência, junto com Pedro Boticário, para a Fortaleza da lage, também no Rio de Janeiro.

Apesar da visitação aos presos ser permitida, o controle aos visitantes era mantido sob constante vigilância. Fruto, portanto, destas constantes visitações, na noite de 10 para 11 de março de 1837 Corte Real e Onofre Pires fogem da Fortaleza de Santa Cruz. Embora o plano fosse também auxiliarem a fuga de Bento Gonçalves e Pedro Boticário, da Fortaleza da Lage, esta tentativa foi fracassada.



 Amanhã Parte II -  Bento Gonçalves é levado para o Forte do Mar, Bahia
Tela de: Guido Mondin /Acervo Assembleia Legislativa do RS