RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

É BEM POR AÍ!


Meus amigos. Embora nosso blog seja um instrumento de comunicação voltado para a cultura regional gaúcha, de quando em vez a gente dava alguns "bitacos" em política pois ninguém, em lugar algum, convive sem esta arte (política), seja ela qual for. Nem que seja a da boa vizinhança. Contudo, devido a gravidade dos debates, acusações, insinuações, palavreados chulos, grosserias, e que vão dos candidatos até as pessoas mais chegadas, faz algum tempo que não tocamos mais neste tema justamente para não vir a estragar alguma amizade, pois esta deve permanecer acima de discussões que, por sua agressividade, pouco contribuem.

Sobre este assunto, a jornalista Balala Campos escreveu uma coluna na Zero Hora de segunda-feira que retrata exatamente aquilo que sentimos neste momento. Vejam e tirem suas conclusões:

 POR QUE O TUDO OU NADA?     

BALALA CAMPOS
Jornalista

Nunca houve  tanta informação a nosso dispor. Nunca, como na atualidade, as pessoas puderam expressar o que pensam, especialmente nos meios digitais. Contraditoriamente, o que se vê hoje nas redes sociais, nos encontros familiares e entre amigos, às vésperas do segundo turno das eleições, são posicionamentos revestidos de fanatismo para ambos os lados. Isto pra não falar nos debates presidenciais que viraram verdadeiros ringues. Não  há espaço para fatos objetivos, para opiniões a partir de raciocínio ou argumentos, aquelas regrinhas básicas vigentes até há pouco para quem desejava expressar uma ideia ou opinião. Lembram que isto era exigido?

Loas à  era da informação,  às redes sociais democráticas, mas o que está acontecendo? As pessoas estão furiosas seja contra ou a favor… Em se falando dos candidatos presidenciáveis, vale tudo: charges, denúncias, xingamentos, palavrões, mentiras. Será que não estamos preparados para expressar um ponto de vista? Antigamente, ou melhor, há poucos anos atrás, existia debate de ideias, havia necessidade de comprovar o que se afirmava, e pasmem… o outro, o interlocutor, tinha que fazer o mesmo.

Disputas ferrenhas, ameaças de rompimento da amizade se o voto for contrário ao nosso. Este é  o clima que permeia as redes sociais. Será que nós brasileiros estaremos sujeitos até o último debate a esta cena que embrulha o estômago de quem não é fanático? Alguém consegue  pensar nos 200 milhões de brasileiros que querem conhecer programas de governo bem explicitados e seu modo de aplicabilidade, seu resultado para o povo? A busca do poder pelo poder está explicitada como meta dos candidatos. E nisto vale tudo.

Nossa evolução como país democrático passa pela liberdade de expressão, um dos princípios básicos da democracia. Mas voto não pode ser baseado em impressão, em  opinião infundada e carregada de emoção. Voto é consciência e isto exige conhecimento, reflexão, análise e só depois um posicionamento. Quem sabe, com esforço e conhecimento, aprimoramos  nossas posições,  sem ódios, sem preconceitos nem posições apressadas. Observando os fatos, os candidatos, suas atitudes, seus programas, seu passado, podemos fazer um grande exercício da democracia, mas com mais profundidade, sem esta faina do  tudo ou nada. Ainda dá tempo…


Charge: Ioti - ZH