João Darlan e a capa de seu novo CD
Mas a prosa que tive com o Xiruzinho me deixou triste. E conto o por quê.
Como disse no parágrafo anterior, aprendi a gostar das canções do Xiruzinho ouvindo o retrechar costeiro, com cheiro de terra vermelha das missões. Contudo, desiludido com os rumos da musicalidade gaúcha, com a falta de perspectivas, com o mercado em baixa, o cantor está seguindo novos rumos e bem diferentes do gauchismo, o que é uma gande pena.
O CD Aquarelas do Amor com que fui presenteado deixou de ser do Xiruzinho e foi renomeado para João Darlan, seu nome de batismo. Mas não foi só o nome que mudou. Como vocês podem observar na capa do Trabalho (acima) as bombachas, o pala, o lenço e a inseparável boina foram deixados de lado. O repertório também mudou. É uma obra que foge de tudo que ele já fez... Composições como Dublê de Amor; A Pensionista Eterna; Refém do Amor; Dia de Zoar; Meu Amor Não é Negócio e outras similares, compõe o CD.
Xiruzinho (para mim será sempre o Xiruzinho) tem um argumento muito forte. Hay que trabalhar!
- Qualquer dupla sertaneja que desça em Caxias (cidade onde mora) por mais desconhecida que seja - ma fala o cantor - não cobra menos que R$ 60 mil para uma apresentação em uma noite (no meio da semana). Mandam um vídeo com seu "espetáculo" para alguns músicos da cidade dias antes, pagam R$ 2 mil a estes músicos, e levam, limpo, R$ 58 mil, valores que um artista gaúcho precisa de 10 shows para arrecadar.
Alguém aí tem um contra-argumento?