RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
VEM AÍ O 32º RONCO DO BUGIO. Dias 30 de agosto e 1 de setembro no CTG Rodeio Serrano, em São Francisco de Paula. Gravura: Léo Ribeiro

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

OS CURSOS DE DANÇA DE SALÃO - PARTE I

Uma atividade que tem crescido muito dentro do tradicionalismo sendo responsável por trazer centenas de novos integrantes para o gauchismo é o aprendizado da Dança de Salão.

Muitas pessoas, a maioria de origem urbana, que nunca botaram uma pilcha e que por vezes deixam de se somar ao tradicionalismo gaúcho, de ir a bailes, por "vergonha" de não saber dançar, estão integrando-se às tradições através destes cursos.

Por este motivo solicitei ao sempre prestativo, amigo de fé, Jeândro Garcia, envolvido nesta atividade, para que nos informace como funciona estes núcleos de dança. Dividimos sua brilhante explanação em duas etapas. Eis a primeira:   

Buenas leitores! A pedido do amigo Léo Ribeiro criei este que será o primeiro capitulo (de apenas dois, não se assustem! rsrs) sobre a Dança de Salão Gaúcha nos tempos atuais, sendo a maior porta de entrada dos CTGs, como um dos pequenos (mas múltiplos) núcleos de fomento a nossa tradição, que geralmente é conhecida por “dança de fandango”. E sem mais delongas já me apresento como um dos responsáveis pela comunicação/marketing do Grupo de Danças Gaúchas de Salão Fandangueiros da Tradição (www.fandangueirosdatradicao.com.br), grupo que hoje conta com 80 integrantes, realizando cursos em 9 CTGs, por 5 cidades da região de Porto Alegre, a “apenas” 18 anos.

“Os Fandangueiros”, como somos chamados, foi criado por Josiel de Paula, campeão da Dança de Salão em 2009 e vice em 2011 no ENART (juntamente com sua prenda Marianne Gomes), com um objetivo básico, que é o mesmo até hoje: ensinar a dança de fandango de forma correta, respeitando a nossa cultura.

Acreditamos que este seja um bom momento para que os CTGs aproveitem o grande interesse do público na dança de salão, quem sabe até causado pela “Dança dos Famosos”? não se sabe ao certo, mas a cada curso novo temos criado turmas maiores, não só pelo interesse mas pelo empenho de cada equipe nossa e CTGs. Os fandangueiros não visam lucro para os membros, todo trabalho é voluntário, então tudo é reinvestido na própria estrutura, principalmente com a divulgação do próximo curso, equipamentos de áudio e outras necessidades de uso coletivo dos alunos e instrutores.

Hoje a dificuldade para trazer alunos parte geralmente do pouco relacionamento dos CTGs com a comunidade a sua volta, estimamos que 90% dos alunos não possuem qualquer outra atividade dentro das entidades, mas é comum que parte destes passem a integrar o CTG, sendo que essa proporção está relacionada diretamente com o “abraço” que cada entidade dá em nossos alunos, que algumas vezes temos de admitir que é praticamente nulo, e em outros há uma grande boa vontade em receber bem, como ouvi outro dia de um patrão muito simples, mas dedicado: “A gente faz uns salgadinhos aí, mas nem é pelo lucro, mas pra receber bem a todos vocês”, quase chorei, afinal às vezes nem copa se tem aberta.

Entretanto a maioria dos CTGs tem um bom atendimento, e isso não está relacionado às finanças do CTG, sendo a presença do patrão algo fundamental, e o aluno precisa ouvi-lo falar, sentir que ele não é o dono do CTG, mas o facilitador das atividades, e não adianta mandar recado de que tem baile no sábado, tem que pegar o microfone e convidar com suas palavras, e os alunos irão por certo, mas também não queriam convidar para baile de estreia de invernada, pois quando os alunos percebem que só ela é valorizada dentro da entidade, eles não comparecem ao baile. Somente assim “abraçando” os alunos, nossos cursos são realizados de maneira alegre e acolhedora pela entidade, e não somente pelos Fandangueiros.

Por hoje era isso, no próximo falamos de ritmos, amizades e formatura. Grande abraço!