RETRATO DA SEMANA

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Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

quarta-feira, 28 de março de 2012

CASA DO GAÚCHO? SÓ NO NOME!

Uma das poucas virtudes que carrego comigo é a de ser flexível. Sou meio assim... vara verde, que dobra para qualquer lado.

Isto posto, convivo tranquilamente com a diversidade que me rodeia.

Respeito às etnias e as culturas diversas da minha. Notem bem: eu disse RESPEITO, embora não seja obrigado a gostar.

Em se tratando de música, não gosto de pagode, de funk (e genéricos), de sertanejo universitário... Mas para provar que sou eclético, lhes digo que gosto de MPB, de samba de raiz, de sertanejo puro. Em suma, gosto do que é autêntico.

Em relação à cultura, admiro todas. Cada qual tem sua representatividade. Os costumes açorianos que se praticam e cultuam em nosso litoral são riquíssimos e bonitos. Da mesma forma os italianos, os alemães, os rufares dos negros tambores....

Só que eu, por minha criação, escolhi a cultura gauchesca e por ela tenho lutado durante longos anos (assim como cada um deve lutar pela sua).

Este limite, entre o culto apegado e o fanatismo, é muito tênue e, como disse em dezembro ao fazer meus pedidos para 2012, - não quero tornar-me um tradicionalista chato.

Este blog, que tinha o objetivo inicial de difundir nossas tradições passando por mitos e lendas do RS, indumentária, música, gastronomia, história, enfim, nosso folclore como um todo, está virando um muro de lamentações.

É que tem coisas pipocando todos os dias e, por natureza, não sou de calar-me.

Vejam este exemplo.

Eu tinha planejado para hoje fazer uma postagem sobre pêlos de cavalo, aí sou relembrado de fatos que eu mesmo já havia presenciado e que fazem ferver o sangue.

É o que segue:

A Casa do Gaúcho (foto), erguida pelo Poder Público Municipal de Porto Alegre no Parque da Harmonia, local do Acampamento Farroupilha, com o intuito de abrigar autoridades, convidados, e o próprio público durante a semana farroupilha, virou um local de aluguel para todos os tipos de festas noturnas que vão de colegiais a bailes de toda a natureza de gente. Invariavelmente tais festividades terminam em brigas generalizadas. Eu mesmo já presenciei diversas vezes ao buscar meus filhos neste local. As gangs se combinam para tirar suas diferenças na Casa do Gaúcho.

Então eu vos pergunto:

Não seria muito mais inteligente, politicamente correto e sensato, usar tão nobre edificação para ministrar oficinas de música, de folclore, de artesanato, de dança, e muito mais?

Não seria ali o local ideal para se criar um museu do gaúcho, uma biblioteca e discoteca temáticas, uma casa de shows tipicamente gauchesca?

Como disse na minha postagem de domingo, não temos um local onde as pessoas, principalmente os turistas, possam conhecer nossas tradições, nossos costumes. Ou melhor, temos, mas ela não é usada como tal. A Casa do Gaúcho (só no nome)!