Certa feita fiz uma postagem intitulada O Google Matou o Livro. Hoje, constato a verdade desta afirmativa.Por andar meio atrapalhado, ainda não pude visitar a Feira do Livro de Porto Alegre, coisa que faço a mais de 30 anos. Contudo, busquei informações sobre lançamentos de obras, principalmente na minha seara, o regionalismo. A constatação foi aquilo que eu já esperava: com raras exceções, a literatura regional abandonou a Feira.
Lá se vão os áureos tempos em que diversos escritores se perfilavam, lado a lado, para tardes de autógrafos de livros de poesias, história, romances e contos gauchescos, com filas homéricas serpenteando as ruas da Praça XV.
Aí fica a pergunta: Não temos mais poetas ou escritores regionalistas? E a resposta vem em cima: Temos!
O que não se faz, devido a preços e a internet, é botar no papel e editar o que se escreve. E aí tudo se perde. A exceção a regra são as antologias, como a da Estância da Poesia Crioula (acima) onde os escritores se cotizam e os preços ficam mais baratos.
O que temos que entender e envidar esforços é que, o que não está registrado, gravado, publicado, vira colcha de retalhos que, com o tempo, vai se despreendendo e sumindo no tempo e no espaço.
O resultado de tudo isto é que, mesmo tendo excelentes poetas de uma nova safra, como Guilherme Collares, Gujo Teixeira, Silvio Genro, Sebastião Teixeira, Carlos Omar Villela Gomes, Rodrigo Bauer, e tantos outros, ainda ouvimos, nos rodeios, os saudosos Aureliano, Jayme, Apparício e outros da velha estirpe.
Fui jurado, na edição passada, no Rodeio de Vacaria, no concurso de declamadores masculinos. A maioria dos 86 poemas que escutei em três dias seguidos vinha desta gama de antigos poetas.
Convidado para me fazer presente, novamente, no Rodeio de Vacaria edição 2012, já estou preparando meus ouvidos para mais três dias de Aureliano, Jayme, Apparício...
twitter: @tcheleoribeiro
