Caros leitores. No dia de ontem, aproveitando o feriado, demos um pulinho no Uruguai. Mais precisamente na fronteira que não faz fronteira, na Doble Chapa, na Fronteira da Amizade, Santana do Livramento e Rivera. Santana que é berço do meu amigo Paixão Côrtes e dos grandes artistas Nelson Cardoso, Adair de Freitas, Gaúcho da Fronteira, além de muitos outros, e terra, também, segundo escutei por lá, dos vencedores da XIX Tertúlia Nativista de Santa Maria que ocorreu neste fim de semana, com a milonga Quando o Rio Grande corre pelas veias, Marcelo Domingues D’Ávila e Robson Garcia.
Rivera, em feriado, é um teste para quem tem paciência. É fila para comprar, fila para pagar e fila para retirar os produtos. Todo mundo meio desesperado. Mas a dica que quero deixar aos leitores que pretendem fazer suas compras de final de ano por lá é a seguinte: Muito cuidado para não ultrapassarem a cota de 300 dólares por pessoa. A fiscalização, de uns dois meses para cá, está rígida. Ocorre um pente fino onde TODOS os carros são revistados. Há um fiscal da receita que faz uma primeira triagem na longa fila. Os carros da região e que estão vazios, seguem adiante. Os outros são encaminhados para dezenas de outros fiscais. Ali, tuas compras são analisadas meio que superficialmente, mas com vistas experientes. Qualquer dúvida sobre as compras e teu carro é levado para uma terceira etapa onde, aí, o bicho pega. Tudo que você comprou é depositado sobre um longo balcão com a respectiva nota sendo apresentada. Se passou da cota, meu filho, já era. O excesso fica ali mesmo.
Como comprei só uns vinhos, em face de que a plata não anda sobrando, saí de cola erguida.
Uma coisa que não entendo é a seguinte: há anos que vou para Livramento e os hotéis são os mesmos de sempre: O Jandaia (onde sempre fico) o Verdi e o Portal. Todos eles, sempre, estão superlotados a qualquer dia da semana. Para se conseguir um quarto, que no Jandaia está a 182 reais, é pior que parto de burro. Como é que não aparece empreendedores, empresários, para erguer novos hotéis naquela região.
Em São Miguel, nas missões, uma região pouquíssima visitada em relação a importância que tem, há um dos maiores hotéis do Rio Grande, o Wilson. Ali, em Santana do Livramento, onde a bola está picando na marca do pênalti, ninguém chuta. Existe algo que eu, que não sou do ramo, não entendo.
De toda a forma, bom feriado a todos e que o dia de hoje, quando, no ano de 1889, foi proclamada a República Brasileira que instaurou a forma republicana federativa presidencialista de governo no Brasil, derrubando a monarquia constitucional parlamentarista do Império e, por conseguinte, pondo fim à soberania do imperador Pedro II, sirva um pouco de reflexão de como anda a nossa capacidade de indignarmos perante os desmandos de nossa administração pública, principalmente em relação a corrupção, que campeia solta por aí.