RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Uma Páscoa com as benções do Cristo Protetor a todos vocês. Foto: Site viagensecaminhos.com

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O GRANDE JOÃO SALDANHA

Certa feita eu estava num baile no CTG Porteira do Rio Grande, em Vacaria, por ocasião de um dos tradicionais rodeios internacionais daquele município, quando, na mesa ao lado da minha, sentou-se o famoso jornalista, comentarista e treinador de futebol (que por não ser servil ao governo da época entregou a seleção brasileira tri-campeã no México em 70 de mão beijada para Zagalo desfrutar os louros) João Saldanha. Fiquei com vontade de conversar, de saber algo sobre aquele andante do mundo, de pedir-lhe um autógrafo, mas minha vergonha foi maior.

João Saldanha, que todos imaginavam ser um carioca da Gema, era gaúcho, natural do Alegrete, e tornou-se conhecidíssimo por suas crônicas contundentes e suas "tiradas" engraçadas.

Pois olhando o fiasco da seleção brasileira contra o Paraguai, que entrou para o livro dos recordes por errar quatro cobranças de pênaltis, me lembrei e fui buscar uma crônica do João Saldanha que ligava tais cobranças a falsa malandragem do povo brasileiro. Vejam e digam se não é bem atual.

MALANDRO MESMO NÃO PERDE PÊNALTI

…“Por que será que time brasileiro perde tanto pênalti em tais decisões?”

Duas explicações são as mais evidentes. A primeira é porque nossos jogadores não treinam jogadas de precisão. O pênalti é uma delas, e se o jogador não estiver bem treinado, não terá confiança. Sem confiança, está sujeito a perder a cobrança fácil. O gol fica pequeno, o goleiro vira gigante, a indecisão do canto a chutar, bate forte ou bate fraco – tudo isso passa em fração de segundos na cabeça do jogador. Uma espécie de calor vem à cabeça e, ou a bola vai fora, ou o goleiro faz a defesa. Nossos jogadores são péssimos batedores de pênalti.

Mas tem outra razão, e que é muito forte. Trata-se da tal malandragem do brasileiro. Nunca fiquei convencido de tal malandragem. Sempre achei que não pegávamos nem juvenil com certos povos. De barato dou alguns: em primeiro, armênio emigrado. Saiam de baixo. Sabem tudo. Em segundo, grego internacional. É só botar qualquer um nu, no deserto do Saara, que vira xeque em três meses. Em terceiro lugar, é uma parada dura. Não sei se coloco inglês ou sueco… E, lá no fim, estamos nós com nossa tão falada malandragem.

Na hora de cobrar um pênalti de decisão de torneio – destes tais pênaltis que não existiram – os jogadores querem fazer mais do que o necessário. É de ver o rebolado na hora de dar o chute. Parecem mais baianas na passarela do desfile das escolas de samba. Assim, muitas vezes, perdem o pênalti. Daí, principalmente, tais resultados…

E nossos malandros entram pelo cano. Perdem o pênalti e raramente impressionam. Malandro, mesmo, não perde o pênalti.