Nascimento, em sua segunda estada no Haiti, e o menino William que sustentava sua família, antes do terremoto, com doações dos soldados brasileiros das Forças de Paz da ONU.Nos meus tempos de rapazote lá pelo interior serrano, domingo pela manhã era dia de postar-se diante do rádio para, além de ouvir a boa música gauchesca, saber dos acontecimentos da região. Através das "ondas" da "caixinha que fala" a gente ficava sabendo de mortes, nascimentos, festas, além de escutar os chasques de pessoas para pessoas pois todos sabiam que, do outro lado, alguém estaria na espera. Nunca esqueço de um recado que ouvi através de um locutor: "Alô, alô, Merenciano, na Fazenda do Chapéu. Sua irmã avisa que seu pai, Nicácio, está hospitalizado. Venha depressa. Convém trazer roupas de luto".
Pois eu, nesta manhã de domingo, vou usar do modernismo para mandar um chasque para os lados do caribenho país do Haiti. "Alô, alô, meu grande amigo Nascimento. Como é que vão as coisas aí por Porto Príncipe? Manda notícias, índio velho!"
O Carlos Alberto do Nascimento é um militar carioca que chegou á pouco mais de 5 anos no Rio Grande do Sul e apaixonou-se por nosso Estado e pelo nosso povo. Entre seus familiares nem se toca mais no assunto de voltar para a cidade maravilhosa. Conheceu nossa cultura tradicional e gostou tanto a ponto de virar um estudioso da mesma, como demonstra a foto abaixo, ao lado do folclorista Paixão Côrtes.
Pois o Nascimento, grande responsável pela existência deste blog que depois de amanhã completa um ano, está, desde o mês de janeiro e pela terceira vez (já esteve em 2006 e 2008), de regresso, como voluntário, ao Haiti, um país arrasado por guerras tribais, agora em situação ainda pior pelo fato do terremoto ocorrido em 12 de janeiro de 2010.
Mas o Carlos Nascimento, de alma fraterna, além de ajudar a manter o ambiente estável e seguro, foi levar um pouco de sua alegria àquele povo sofrido. Boa estada por aí, meu irmão Nascimento, e mande notícias.
