RETRATO DA SEMANA

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Identidade Visual dos Festejos Farroupilha 2024 / Cintia Matte Ruschel

domingo, 18 de abril de 2010

A FITA MÉTRICA

Não sei se é idéia minha, com certeza devo ter ouvido em algum lugar, mas comparo a minha vida com uma fita métrica, ou seja, cada ano vivido é um centímetro desta fita.

O zero centímetro seria meu nascimento e, para completar o metro, cem anos seria minha morte (dando de lambuja que viverei 100 anos).

Talvez por já ter passado do meio metro (54 anos) ando dando as costas para as picuinhas do mundo. Não mais vendo sorrisos e só faço aquilo que acho que devo fazer.

Tornei-me anti-social? Não sei. Só sei que vivo bem melhor comigo mesmo!

Pois navegando na Internet, numa destas madrugadas sem sono, vi um texto do poeta e escritor Mário de Andrade que vem bem ao encontro do que penso.

Fiz algumas colocações de fotos e repasso o resultado para meus leitores.

Prestem atenção no primor do escrito!

O VALIOSO TEMPO DOS MADUROS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares,talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigam pelo majestoso cargo de Secretário Geral do Coral.
As pessoas não debatem o conteúdo, apenas os rótulos.

Meu tempo torna-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana,
Que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com seus triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade....

Só quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena
E para mim basta o essencial!