RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
Pinheiro Machado, ao centro, sentado, e seu estado maior - Revolução Federalista -

sexta-feira, 19 de março de 2010

POETAS RIOGRANDENSES - VARGAS NETO

Como um sinal de respeito e admiração a Estância da Poesia Crioula, nossa Academia Xucra do Rio Grande, entidade cinqüentenária que congrega os poetas terrunhos deste pago e da qual tive a honra de ser Presidente, a partir de hoje estaremos contando, resumidamente, vida e obra das pessoas que cantaram, em forma de poemas, versos e prosas a história de nossa querência. Chamaremos estes poetas e poetisas de Estancieiros da Poesia.

1º ESTANCIEIRO DA POESIA – VARGAS NETTO

Manoel do Nascimento Vargas Netto nasceu em São Borja em 30 de janeiro de 1903. Advogado, Deputado Federal e Procurador do Estado do Rio de Janeiro. Durante oito anos foi Vice-Presidente do Comite Olímpico Brasileiro. Foi Presidente de Honra da Estância da Poesia Crioula e Membro Efetivo da Academia Riograndense de Letras. Foi considerado o Príncipe dos Poetas Tradicionalistas. Obras Principais: Tropilha Crioula – versos gauchescos. Joá – poemas. Gado Chucro – versos gauchescos. Tu – versos. General Vargas – resenha. Poemas Farrapos – álbum de poesias.

retrato de Vargas Netto pintado por Portinari - 1941

Versos de Vargas Netto

Você pensa que é mentira,
Mas eu lhe digo que não,
Ouvindo falar nos pagos
Sinto dor no coração.

Diz que não chora o gaúcho,
Pois eu lhe garanto agora,
Fale dos pagos distantes
Vamos ver se ele não chora.

Quando me lembro, la pucha,
Da china que deixei lá,
Sinto um repucho por dentro
Que nem sei o que será.

É como um tirão “de atrás”,
Quando se pega a carreira,
Dum sovéu de três ramais
Atado numa tronqueira.

Não há gaúcho mais qüera
Que não conheça o tirão,
Porque essa história é tão velha
Que tem a idade do chão.