RETRATO DA SEMANA

RETRATO DA SEMANA
A tomada da Ponte da Azenha, do pintor Augusto Luiz de Freitas (Instituto de Educação General Flores da Cunha, Porto Alegre/RS)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

DESFILE DE CAVALARIANOS DA CAPITAL

UM TESTE DE PACIÊNCIA
Aqui, perdido e isolado em meio ao público, nada mais do que o Patrono da Semana Farroupilha Rodi Borghetti. Não fosse seu filho, logo atrás, desfilaria sozinho e distanciado de todos. Este marasmo foi a tônica do desfile, causando irritação aos assistentes.

Não sei quem coordena o Desfile de Cavalarianos de Porto Alegre, mas com certeza esta comissão deve repensar, até em atenção ao público presente, sua forma e o seu procedimento pois o que teve de organizado no Desfile Temático, na noite anterior, ficou faltando na cavalaria, na manhã de hoje.

No ano passado desfilei a cavalo e prometi nunca mais repetir tal façanha. Ficamos embretados dentro do pátio do Estádio Beira Rio e para sair dali, quando nos chamavam para entrar na avenida, era assim: quem pode mais chora menos. Saímos mais extraviados do que filhos de perdiz. Enquanto alguns já estavam lá na frente,tinha gente tentando desentupir-se daquele aperto.

Qualquer criança sabe (menos a Comissão encarregada) que as invernadas devem ficar posicionadas, já em formação de desfile, ao longo da avenida. Dada a ordem de iniciar, saem todos juntos e uniformemente. Mas não é o que acontece.

Este ano resolvi assistir junto ao público o desfile de cavalarianos. Vou lhes contar: é um verdadeiro teste para a paciência de qualquer um. Chega ao ponto de ser irritante. Passaram as bandeiras. Tudo muito bonito. Depois de uns 10 minutos veio o Patrono da Semana Farroupilha, mais perdido que cachorro que caiu de mudança. Não fosse seu filho Borghetinho e dois amigos lhe fazerem um costado viria completamente isolado em meio ao público. Passa mais 10 minutos e vem os Cavaleiros da Paz e as Anitas, mais 15 e vem outra invernada. O povo foi perdendo o bom humor e simplesmente desistiram do desfile. Eu fui um deles. Não me perguntem o que veio depois do Fraternidade Gaúcha porque não sei. Muitos pensaram que tinha terminado o evento, enquanto que, na realidade, estava apenas começando. Para a televisão deve ter sido um terror transmitir tal festividade.

Os organizadores devem entender que um desfile, qualquer que seja, tem que ser compacto, sem intervalos gritantes que dispersem as pessoas. Quem sabe um dia eles assistam aos desfiles de Santana do Livramento ou de Alegrete, com mais de 6.000 cavalarianos andejando de forma agrupada e atrativa para os assistentes. Não acredito muito, mas a esperança não morre por aqui. Até o ano que vem!

Em tempo: Me contaram a pouco que até o Palanque Oficial, onde estava a Governadora e as redes de TV, o desfile estava "mais ou menos". Então eu digo que o evento não termina ali e que faltou respeito com as milhares de pessoas (como eu) que estavam ao longo da avenida, depois do Palanque Oficial.

Foto: LRS