RETRATO DA SEMANA


Partindo para revolução - Autor desconhecido
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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

SÓ VOLTANDO A SER CRIANÇA....


Minha gente amiga. Com um calorão destes, só voltando a ser criança. Passamos o natal em nosso rancho, em São Francisco de Paula, como fazemos todos os anos, mas lhes digo, em meio século e pico de existência eu nunca tinha visto um calorão assim por estas bandas. Estamos a 960 metros do nível do mar. A neve é fenômeno comum por aqui. Frio, cerração e chuva, então, nem se fala. E agora este mormaço infernal!

Hoje de tarde tentei tirar uma páia depois da bóia, numa tarimba no galpão. Tá "loco" meu. Quase virei torresmo. O jeito, foi convocar a gurizada para uma guerra de água. Poderia estar em algum clube pela capital me deliciando em uma piscina azul turquesa. Poderia estar pescando na beira de um rio. Poderia estar na praia... Mas não, estava por São Chico para fugir do calor e... que coisa quente e boa este meu natal.

E o pior é que nem dá vontade chegar perto do computador. Então, até amanhã, indiada, se baixar este quentume...  

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

ADEUS MOÇADA... FOI UM PRAZER!


Andam falando pelo vizindário que amanhã, dia 21 de dezembro de 2012, o mundo vai acabar. Segundo o prefeito de minha cidade, São Francisco de Paula, somente quem for para lá, na serra, a 900 m acima do nível do mar, vai se salvar.

Antes desta catástrofe planetária anunciada pelo calendário Maia e confirmada por Décio Antônio Colla (prefeito de São Chico), quero me despedir de meus amigos, muitos que nem conheço, mas que, através deste blog, me proporcionaram momentos de intensa alegria. 

Vi muitas coisas nestes meus 56 anos. Satisfações, sofrimentos.. Tive muitos prazeres e alguns dissabores.

Para quem nasceu num rancho pobre, num fundo de mato fechado, aparado por mãos de parteira (Dona Agostinha), acho que fiz bastante coisas, embora, talvez, pudesse ter feito mais.

Ali pelos 15 anos conheci a tradição gaúcha, e por ela me apaixonei. Fato que preservo e exalto até hoje. 

Por isto, quando o mundo acabar, amanhã, eu parto feliz. Tsunamis, aquecimento global, erupções de grandes vulcões, "cinturão de fótons" e ventos solares não soterrarão aquilo que aqui deixamos de bom. Pelo que fui e sou, tenho o mais profundo carinho e a eterna reverência aos meus pais, Doralice Ribeiro de Souza e Bernardino Souza.    

Nestes últimos dias de vida fiz um balanço de minha existência, somente na seara tradicionalista e os fatos que mais me marcaram foram estes, ilustrados nas fotos.

Participei, primeiro como peão, e depois como posteiro, por 10 anos, da invernada artística do CTG Rodeio Serrano. Ali, naquele ambiente fraterno e serrano, conheci minha esposa e tive os amigos da mais pura cepa crioula.  Por aqueles tempos talvez eu tenha tido a adolescência mais feliz e desejada que um  rapaz simples e limitado poderia almejar.    

Editei oito livros e um dos que mais me marcou foi Honeyde Bertussi, O Cancioneiro das Coxilhas, onde, em 301 versos na métrica de sextilhas, pude homenagear este grande gaiteiro serrano (foto: tarde de autógrafos na Associação Atlética Banco do Brasil). Para o mal dos pecados, nem eu tenho mais este trabalho...

Na seara da poesia, além dos versos que rimei, um dos grandes prazeres que tive foi ter sido o 17º Presidente da Estância da Poesia Crioula, a Academia Xucra do Rio GRande, onde pude conviver com os maiores vates gauchescos e quebrar dois paradígmas. Fui o primeiro a colocar a estampa pilchada na galeria de ex-presidentes e fiz de meu sucessor uma poetisa, Beatriz de Castro. 

Na Arte Real, a maçonaria, fui um dos fundadores do Piquete Fraternidade Gaúcha, o braço tradicionalista da Ordem. Ali, fui o terceiro patrão e coordenei ás três primeiras edições da Tertúlia Maçônica da Poesia Crioula, festival poético que hoje faz parte do calendário de eventos de Porto Alegre. Da Ordem Maçônica, recebi as medalhas Sepé Tiaraju e Bento Gonçalves, das Lojas Fiat Lux e Bento Gonçalves, respectivamente. Na foto, estou com o Grão Mestrado do Estado do Paraná. 

Um de meus maiores prazeres são as cavalgadas. Fui fundador de dois grupos, os Cavaleiros da Neve, de São "Chico" e os Irmãos do Estribo, da maçonaria. De tanto andejar pelos varzedos deste pago recebi a comenda de Cavaleiro Rio-grandense. Não há nada que supere esta trilogia de natureza, gente, animal. Na foto acima, nossa chegada em São Jorge da Mulada, após três dias de andanças, para inauguração do memorial aos Bertussi.

Não toco, não canto, mas tenho alguma facilidade na escrita. Nesta seara, compus em torno de 300 letras que foram gravadas pelos mais diversos conjuntos regionalistas do Estado. Dentre estes, Os Monarcas do meu amigo Gildinho (foto). Meu estilo é o galponeiro, o campeiro, o serrano, mas me agrada por demais uma canção para ouvir mateando... 

Participei de diversos festivais poéticos e musicais do Rio Grande, na grande maioria das vezes na condição de jurado. Foi assim no Carijo (2 vezes), Tafona, Sesmaira (foto), Ronco do Bugio (8 vezes), Guyanuba (3 vezes), Tertúlia Maçônica (2 vezes), Vacaria (3 vezes), Querência da Poesia, Laçador do Canto Gaúcho (POA) e tantos outros.    

Nas artes plásticas editei um livro de cartuns gauchescos, ilustrei algumas capas de discos, pintei dezenas de quadros todos com temática regionalista, mas minha honra maior foi ter meu trabalho escolhido para ilustrar o sêlo comemorativo aos quarenta anos da 3ª Inspetoria de Contabilidade e Finanças do Exército, do Ministério da Defesa do Brasil. 

Reconheço que, na defesa de minhas convicções, sou um cara chato e discuto até o último argumento. Uma destas certezas que trago é o apego á cultura sulina. Nas viagens que fiz, nos pagos alheios onde andejei, podia me faltar as ceroulas, mas a bandeira do Rio Grande sempre esteve ao alcance de minhas mãos. Sou um bairrista de cruz na testa e saio no tapa com quem falar mal de meu Estado!       

Acredito que o esteio de tudo seja a família. Não sei como será o dia 21 mas se puder escolher, quero estar ao lado dos meus. Tenho o maior orgulho do seio onde nasci que, embora com poucas condições, me deu educação e estudo. Da mesma forma, muito me gusta as famílias Asmuz/Vallim, que me acolheram e com as quais convivo até hoje.

A todos os meus amigos, o meu fraterno abraço. Aos que ofendi com palavras ou gestos, peço perdão. Aos promotores das homenagens que recebi, inclusive em minha própria terra (foto) o que não é nada fácil, a minha gratidão. Repito que, talvez, pudesse ter feito mais por aquilo que tanto prezo que é a tradição de meu Estado. Contudo, penso que esta cruzada terrena não foi em vão. Até lá em riba, minha gente!  

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

BRASIL DE BOMBACHAS FOI MARCANTE


Recenzinha eu tinha chegado no rancho, hoje pela manhã, e meu "ermão" Edgar Paiva, lá das bandas de Passo Fundo, me "bate um fio" sobre o programa Jornal do Almoço, que acabara de ver. Me sentenciou, o Edgar, que foram feitas tomadas de diversas repetidoras do interior com depoimentos de pessoas influentes em cada comunidade abrangida. 

Em Erechim, os depoentes foram Os Monarcas, para o meu humilde gosto um dos melhores grupos de baile do Rio Grande. Na entrevista, o diretor do grupo Gildinho declarou que sua maior emoção, em relação a este meio século de existência da RBS TV, foi ver, no documentário A Conquista do Oeste, a música Brasil de Bombachas ser o fundo musical do programa que virou DVD.

Pois a música Brasil de Bombachas, que Os Monarcas gravaram, tem letra deste blogueiro e música de Ângelo e Ricardo Marques. Este foi o motivo do meu grande parceiro Edgar Paiva ter me ligado. Queria compartilhar este momento de alegria e emoção comigo. Um beijo no coração meu mano Edgar Paiva.


sábado, 3 de novembro de 2012

UM GOSTO MUITO ESQUISITO...

Muitos amigos, leitores do blog, estranharam eu dizer que um dos locais que sempre visito, em uma cidade que estou conhecendo, é o cemitério. Devo admitir que é um gosto estranho, mas é a pura verdade. Gosto de conhecer museus, monumentos e... cemitérios. Toco neste assunto em face desta curiosidade de vários leitores e porque ontem foi finados.  

Abaixo relaciono algumas imagens das dezenas de túmulos que fotografei nestas visitas. Para não tornar nosso blog muito macabro, no dia de finados do ano que vem, eu posto mais algumas (se não postarem a foto do meu).

Residência eterna de Lúcia e Jacinta, pastoras que junto de Francisco, viram a aparição de Nossa Senhora de Fátima em 13 de maio de 1917. Estão enterradas junto ao altar-mor da igreja do Santuário de Fátima - Portugal

Restos mortais de Jose Gervazio Artigas, libertador do Uruguai -Montevideo - Uruguai 

Túmulo de  Evita Perón - Cemitério da Recoleta - Buenos Aires

Túmulo de Vitor Mateus Teixeira. o Teixeirinha 
Cemitério da Santa Casa - Porto Alegre

Luiz de Camões - Igreja dos Gerônimos  - Lisboa - Portugal

Túmulo do cantor missioneiro Cenair Maicá


Mausoléu do senador e governador gaúcho Pinheiro Machado 
 Cemitério da Santa  Casa - Porto Alegre 

Igreja onde está enterrado Napoleão Bonaparte - Paris - França
(por questões de reforma, não pude entrar)

Túmulo de Noel Guarani - Bossoroca - RS

Túmulo do general farrapo Antônio de Souza Neto
Bagé - RS  

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

QUANDO EU PARTIR


Hoje é um dia de reverências aos que já se bandearam para as sesmarias do infinito, apesar de que, no meu pensamento, todos os dias o são. Mas vou subir a serra, assim mesmo, para dar uma proseada com meus velhos e meus amigos no cemitério municipal de São Francisco de Paula.

A morte é uma coisa que, por vezes, me aflige, por outras, levo na farra. Depende de meu estado de espírito. Mas uma coisa é certa: ainda não estou preparado para morrer. Ainda tenho muito á fazer. Ainda quero incomodar muito a mulherada (minha mulher e minha filha), dar muitas risadas com os parceiros, e viver intensamente esta tradição rio-gandense que é a cultura mais linda do mundo.

Sobre este tema, deixo aos leitores do blog um belo poema do vate Flávio Ernani Barbizan.

Quando eu partir, e Deus queira que demore,
gostaria que fosse deste jeito:
Me cuidando, uma china que me adore,
sentada nos pelegos do meu leito.

Quando chegar á hora (e vai chegar),
queria o cusco me lambendo os pés.
Dos amigos que tive então vou me lembrar,
nem sei se foram cinco, oito, nove ou dez.

Pediria que eu fosse em ano par,
tenho cisma de um, de três, de sete,
e para que poucos viessem me amolar,
queria que chovesse canivete.

Gostaria de partir devagarito,
no embalo de cantigas de galpão.
Bem melhor se estivesse até solito,
lavando a alma num derradeiro chimarrão.

Pode até que uma lágrima apareça,
sozinha, pequena, assim num repente,
duvido muito, mas vamos que aconteça,
vou mentir, dizer que o mate estava quente.

Quando eu partir e talvez isto nem demore,
duas coisas eu quero em meu respeito:
fui feliz, peço então que ninguém chore,
e a bandeira do Rio Grande no meu peito.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

MINHA "MENSAGEM SUBLIMINAR"


Os leitores de nosso blog são pessoas cultas e inteligentes. Na verdade, as mais inteligentes desta velha Província de São Pedro (o que será que eu tô querendo?). Contudo, para chegar onde eu quero, vou reforçar o que seja uma “mensagem subliminar”, isto é, aquilo que está nas entrelinhas, nas simbologias, na pintura de um quadro... O escritor norte-americano Dan Brow, autor de clássicos como Fortaleza Digital, Código da Vinci, Anjos e Demônios, e outros, se notabilizou por seus ambigramas, anagramas e... mensagens subliminares.  

Pois, pela primeira vez em quase três mil postagens deste blog, vou utilizar uma chapa (foto, retrato, imagem, flagrante..), com uma mensagem subliminar.

Quem conhece um pouco o povo gaúcho sabe de sua dualidade, ou seja, é gremista ou é colorado, é situação ou é oposição, é chimango ou é maragato.

Pois Bueno. A Revolução de 1923 foi um movimento armado ocorrido durante onze meses no Rio Grande do Sul, em que lutaram, de um lado, os partidários de Borges de Medeiros (borgistas ou Ximangos, que tinham como distintivo ou característica o lenço ao pescoço na cor branca) e, de outro, os aliados de Joaquim Francisco de Assis Brasil (assisistas ou maragatos que tinham como distinção, distintivo ou característica o lenço ao pescoço na cor vermelha).

Até os dias de hoje, acreditem, os Chimangos ou Maragatos tem influência na sociedade gaúcha, principalmente nos meios tradicionalistas. Conheço famílias inteiras que jamais colocaram um lenço vermelho no pescoço e vice-versa.

Já contei aqui, dezenas de vezes, sobre o velório do grande pajador Jayme Caetano Braun, no Palácio do Governo Gaúcho, onde dois velhos conhecidos do mundo tradicionalista quase chegaram as vias de fato sobre qual lenço acompanhar o corpo do saudoso poeta. Por bem, a viúva intercedeu e colocou os dois, branco e vermelho, entre os dedos do finado.  

Quem me conhece, também sabe que não sou de ficar sobre o muro em assunto nenhum. Não escondo que sou gremista, “fui” do MDB (agora a política partidária está uma salada de mondongo e ninguém visa mais o bem coletivo, pois vale mais o interesse particular e, sendo assim, pulei fora) e, em relação a ser borgista (Chimango) ou assisista (Maragato) eu sou... Bem! Aí é que entra minha foto abaixo com a “Mensagem Subliminar”.


Podem pedir ajuda aos universitários, ao compadre Google, aos meus parentes mais chegados, e ninguém jamais descobrirá, a não ser que eu conte (e não faço isto nem maneado) qual a minha cor partidária oriunda da revolução de 1923.