SOBRE A CALIFÓRNIA
Desde a 15ª Califórnia da Canção
Nativa, em 1985, quando Jerônimo Jardim venceu a Mãe dos Festivais com Astro
Aragano, o evento não tinha gerado tanta polêmica quanto a 46ª edição que
acabou neste fim de semana.
Na época lembro que até latas de
cerveja foram jogadas no palco na hora da premiação.
Agora as controvérsias começaram
antes, ou seja, já no resultado da triagem das músicas concorrentes.
Alegações como: “...em
quase mil inscrições, alguns compositores passaram com duas músicas. Será que
as demais não tinham condições? Como triar mil músicas em dois dias? Por que
fizeram a triagem longe de Uruguaiana?”. E assim vai...
Na verdade quem mais reclama é
quem não teve o seu trabalho selecionado pois todos acham que a "sua" obra
é a melhor. E muitos dos que contestam veementemente o processo são da própria
cidade aonde acontece o evento, como se isso fosse motivo natural para algum
privilégio, fosse direito adquirido para subir ao palco. Na minha opinião estas atitudes apenas regionalizam, apequenam o festival.
Não mando músicas para festivais
porque a maioria deles não dá guarida ao segmento campeiro. Contudo, conheço todos os componentes da Comissão Avaliadora que compuseram a Califórnia e, a estes, dou meu aval de idoneidade, retidão e conhecimento musical.
A Califórnia da Canção Nativa
estava praticamente falida, com débitos homéricos, desacreditada, era lembrada no meio apenas como o festival pioneiro. Agora que ganhou notoriedade
novamente, quando as luzes da ribalta reascendem, com boa ajuda de custo e patrocínios
importantes, todos querem o seu quinhão.
Ah! E parabéns ao Colmar Duarte,
o criador da “Califa”, que foi lá, concorreu, e recebeu a Calhandra de Prata
além da melhor letra dentre tantas. Isto denota humildade do maior nome deste
evento.